segunda-feira, 27 de novembro de 2006
Estou cansada.
O estresse, o volume de trabalho e a mesquinharia se acumula a minha volta.
Perdi uma conta que eu queria muito, mas muito mesmo. Apesar do Big Boss ter me dito que eu não iria conseguir, achei ele um chato, pessimista, mas é que no fundo sempre fica uma sobrinha de uma esperança que acalenta o nosso otimismo. Pois é, Big Boss no alto de sua experiência e sabedoria estava certo, não deu para nós. É que esse meu otimismo desenfreado estava me fazendo sonhar...sonhar com a minha poupança que ficaria rechonchuda sendo um presságio de tranquilidade para mim na minha vida ao lado de namorido. Sonhar em sair daqui deixando o apartamento bacanérrimo. Sonhar em comprar um carro bacana logo. Sonhar que, com dinheiro no bolso, poderia deixar a nossa casa lá ultra, mega e super poderosa. Já que eu bancando, não precisaria prestar contas de cada acessório que eu quero. Ficaria mais fácil, nossa, como ficaria.
Mas não deu...uma pena, mas deixar de sonhar também não dá né?
Estou cansada, por conta do bate-volta que eu fiz em Curitiba nesse fim-de-semana, o trabalho está atrasado e eu estou aqui, sem injeção de otimismo.
Hoje me ligaram da construtora, falando que ficou uma taxa lá para acertar. Só que eu paguei essa taxa, tenho o recibo aqui comigo, mas mesmo assim fiquei meio desgastada com essa história também.
E lembram da amiga com quem eu estava me estressando? Ontem e hoje foi a gota d'água com ela. Ontem ela veio aqui, e como sempre, reparando e botando defeito em tudo. Falou mal da cortina que eu estou levando, disse que é tão tradicional que chega a ser cafona, falou isso meio que rindo, lógico que depois disso ela discursou sobre um tipo de cortina mais moderna que ela adora e que obviamente ela considera muito mais linda do que a minha.
Achou no quarto da mala uns conjuntos para cama de casal que eu também estou levando e obviamente também falou mal. Falou algo mais ou menos assim: "precisava ser com estampas assim tão coloridas ou tão cheia de flores"? Eu, depois de tudo isso, estava realmente cansada, e com a desculpa de que precisava trabalhar despachei ela logo.
Mas hoje ela me ligou, falando que na tal loja que eu comprei os jogos, ela encontrou uns modelos muito mais legais, "sem flores escandalosas", foi esse o termo que ela usou.
Só que daí eu não me segurei mais. Falei que era muito bom ser amiga de alguém tão superior em bom gosto, beleza e inteligência, que eu era alguém realmente muito privilegiada. Acreditam que ela achou que eu estava brincando? continuou tagarelando, e eu falando que eu tinha que trabalhar, daí falei que precisava desligar, que tinha que ligar para o meu irmão pedindo a cópia da chave aqui de casa, que no próximo sábado eu terei que ir para Curitiba de novo e a tia da limpeza vai vir aqui. Pronto, daí ela começou a fazer um discurso sobre a invasão de privacidade, sobre o fato que ela jamais daria a cópia da chave da casa dela para alguém.
Dá licença para eu viver a minha vida e agir conforme eu acho mais adequado?
Senti um calor no rosto que segundo a minha mãe, quando isso acontece comigo é melhor sair de perto e destilei:
"Sabe, eu tenho uma família fofa, tenho um noivo fofo, tenho amigos fofos. Tenho 2 lares fofos, cheio de coisas que eu considero fofas. Tudo isso que eu tenho pode ter defeitos para você, mas para mim, continuam sendo fofos. Então, estou a partir de hoje parando de falar com você e te deixando livre para buscar amigos mais interessantes e sem defeitos "
Ela falou que não era bem assim, que ela apenas dava a opinião dela, que não sabia que me incomodava, que não teve intenção, essas coisas.
Mas eu estava tão de saco cheio que disse que não estava interessada mais em continuar sendo amiga dela.
Fiz meus votos de que ela seja feliz e era isso.
Meu irmão acha que por muito menos ele já tinha mandando ela a m*, mas sei lá, eu fico aqui com a impressão que fui injusta ou que poderia ser diferente. Cheguei a ficar com pena, sabe? porque eu realmente acredito que ela é uma pessoa mal amada que tem necessidade de se achar melhor por falta de amor próprio, inveja, sei lá...Mas o fato é que ela me esgotava muito, e apesar de triste estou aqui incrivelmente aliviada de não ter mais a obrigação de falar com ela.
Agora deixa eu ir lá tomar um remédio para essa dor de cabeça e trabalhar mais um pouco.
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