Tô viva!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Tanta coisa me perturbando nos últimos 2 meses que tô prestes a ficar doidinha.
E não é nem excesso de trabalho não, é a preocupação com esse futuro cabuloso dessa crise maluca. Pessimismo ronda por aqui.
Todo mundo enlouqueceu. Imagino que todas as pessoas estejam começando a sentir a aflição da recessão, mas quem trabalha diretamente com o mercado financeiro como eu, isso se torna ainda pior, muito pior.
Passo os meus dias inteirinhos tentando controlar o incêndio, você precisa ser tudo ao mesmo tempo, economista, malandra, publicitária e psicóloga.
Ando de saco cheio de tudo, ando revoltada com meu chefe, com os clientes que querem garantias que eu não posso dar, tomando pataço na cara de neguinho que perdeu fortunas com ações e acha que eu sou a principal culpada.
O que mais me deixa p* da cara são os investidores domésticos, que aparecem no escritório com os cabelos em pé pelo medo de perder o suado dinheirinho.
Vem cá? Quando vieram até nós procurando opções de investimento no mercado de ações, uma das coisas mais básicas que eles cansam de nos ouvir repetindo é a respeito do montante investido ser aquele que você não precisa dispor a curto prazo.
E mal e mal o primeiro sinal da crise se anuncia e eles já tão todos em polvorosa, querendo pular do barco e deixando o mercado financeiro ainda mais vulnerável.
Não me apedrejem, por favor, mas com tudo isso que eu tô vendo, sou cada dia mais contra investidores domésticos.
Quer investir o leitinho das crianças e vem chorar pitanga?
Ah, tenha dó!
E isso ainda é a ponta do iceberg. A insegurança bate a nossa porta todos os dias.
Aqui no escritório corre o papo de que uma grande corporação está prestes a demitir quase 50.000 funcionários, 10.000 deles aqui no Brasil.
E o caso Citigroup? Quero ver quem é aqui no Brasil que assume a compra desse elefante branco.
Aracruz vai ser fichinha perto do que vem por aí.
No meio disso tudo, ficamos todos tensos e alarmados, inclusive amigos e familiares, que me usam como uma espécie de conselheira financeira e emocional.
O que eu posso dizer?
Apesar de todas as previsões, só tendo uma bola de cristal para saber quais os reais efeitos dessa crise sobre nós, então o que eu posso aconselhar é o básico.
Com a desaceleração, há escassez do crédito, isso faz os juros subirem, o que afeta diretamente financiamentos e empréstimos. Cautela na hora de fazer qualquer tipo de financiamento, atenção ao tipo de índice de correção das parcelas. Prefira pagamentos a vista, em qualquer situação, ou o menor número de parcelas possíveis. Atente para o índice utilizado nas coreções e na periodicidade delas!
Elimine os supérfluos, prefira o pagamento de um bem antes de entrar na compra de outro.
Se a situação realmente estiver preta pro seu lado, prefira entrar no cheque especial e pague o cartão de crédito. Aliás, se você for do tipo compulsivo, agora é a hora de você quebrar os cartões e jogar no lixo.
Renegocie suas dívidas, converse! Credores tendem a ser mais flexíveis nessas situações, já que para ele é preferível reduzir a dívida ou fazer um parcelamento mais convidativo, do que ficar sem receber.
Se tiver um desejo incontrolável de investir, a minha dica seria:
Use fundos mais conservadores, não se embrenhe em coisas amalucadas e sem garantias. Uma boa pedida é o CDB . Se o seu lance continua sendo ações, invista em grandes empresas. Isso mesmo! Compre ações de empresas grandes e sérias, que terão muito mais chances (vai com fé, amiga!) de se reestruturar e voltar a crescer após esse temporal.
E parem de ficar assistindo os jornais amalucados que só falam em pessimismo, em crise e tragédia!
Além deles não te ajudarem em nada, de quebra ainda vão te dar uma boa duma gastrite por você ficar vendo esse exagero todo na hora das refeições!
Enquanto isso, Be organiza uma viagem para Pitcairn Islands. Vocês já ouviram falar nesse lugar?
Pois bem, nem eu.
Wikipedie comigo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Pitcairn_Islands
Das duas uma, ou chegamos nessa remota ilha felizes porque a crise já é passado, ou eu vou ficar muito feliz de passar 1 mês em um lugar onde não há telefone, internet e televisão, hohoho
Be pode até não entender do mercado financeiro, mas sabe como relaxar como ninguém.
Té mais.

 
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