E por esses lados dos trópicos...

quinta-feira, 29 de maio de 2008

A situação aqui continua do mesmo jeito. Be mal fala comigo. Ontem me tranquei no banheiro e chorei um montão. Saí do banheiro com a cara inchada, mas me sentindo levemente melhor. Acho que ele percebeu que eu tinha chorado, porque fui me deitar e acordei com ele me trazendo uma xícara de chá.
Obviamente veio todo fogoso pro meu lado depois, prefiro pensar que a xícara de chá foi porque ele se importa com os meus sentimentos, e não porque ele queria algo mais (se é que vocês me entendem).

Mas hoje de manhã, quando me viu procurando detalhes sobre carros na internet, voltou a fechar a cara.
Estou tentando fingir que não me importo, não vou tocar no assunto, enquanto ele não falar comigo eu vou fingir que não está acontecendo nada. Sei que talvez não seja o ideal, mas é a forma que eu encontrei para não explodir e socar a cara dele, hohoho.
Ele sabe o tempo que eu perco dentro de ônibus, ele sabe o quanto é ruim não ter a minha independência e principalmente, ele sabe o quanto eu ralo aqui pensando em nós.
Agradeço por todas as dicas de vocês, meninas, mas o fato é que, se ele não é capaz de se dar conta disso tudo, é porque ele não se importa comigo e se não se importa, que amor é esse?

Mas, vamos falar de coisas boas: o carro.
Estou completamente apaixonada pelo H
onda Fit. Loucamente apaixonada, insana, dêem o nome que quiserem.
Motor 1.4 que chega a fazer 15
km/litro na estrada, super econômico, design bonito, um espaço interno bem avantajado, apesar de ser considerado compacto. O único defeito, porém, é o preço. Se optar pelo Fit não vou ter como comprar um novo, vai ter que ser usado mesmo, o problema é que é bem difícil encontrar Fits usados com um preço razoável, o carro parece tão bom que os donos de garagens se acham no direito de cobrar o que bem entendem, e não é pouco. E o seguro, que vai ficar mais caro do que eu pretendia pagar...

A segunda opção (a mais “ pés no chão que você não tá podendo”) é o novo Ka. Interessante também, o modelo novo tá bem bonito, é econômico (mas é 1.0, não 1.4), mas continuamos com o velho problema dos Ka, ainda assim eu acho pequeno (apesar deles falarem de um aumento de 22 cm no comprimento). Até teria a opção de 1.6, mas encarece bastante. Não tem a opção de 4 portas, o que eu acho muito chato. Mas no geral, parece ser um carro bacana, li bastantes opiniões favoráveis que me deixam tranqüila em saber, que se escolher o Ka, vou fazer uma boa compra.

Daí teria uma infinidade de outros carros, mas se é para escolher os outros, que são mais caros que o Ka, então eu fico com o Fit (sonha nega, que sonhar não custa!)
Enfim, sigo aqui lendo a respeito, enquanto Be se embeiça mais.
Para hoje, contagem regressiva para season finale de Lost, estou aqui contanto os minutos.
Acreditem se quiserem, mas provavelmente o auge do meu fim-de-semana será um jantar com Rod e a namorada. Programa péssimo, mas uma boa oportunidade de conversar, já que tenho ouvido muito pouco a voz de Be nos últimos dias. Durma com um barulho desses!
E por falar em barulho, deixa ver o que os pipoquinhas estão aprontando, boa coisa não deve ser.
Bom fim-de-semana a todos!

Cenas da vida doméstica

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Paguei aluguel por muito tempo. Meu último apartamento alugado foi se transformando em uma coisa horrorosa, tudo caindo, mal arrumado, o proprietário não estava nem aí pro imóvel e aos poucos ele acabou virando um verdadeiro pardieiro.

Todos os meses era sagrado, no dia do pagamento quase toda a grana ia para algum investimento bacana, que rendesse um extra bom e lá ia eu continuando a morar no mesmo lugar horroroso. Vendi um terreninho herdado do meu avô para colaborar e, quando dei por mim, já tinha uma boa grana para comprar o apartamento. Não toda a grana, mas uma boa quantia.

O fato é que eu poderia ter mais. Alguns meses antes da compra, por conta de uns rolos familiares com a empresa do Be (que é melhor eu nem comentar para o meu nível de estresse se manter em um ponto razoável), tive que usar boa parte do dinheiro nisso. Nunca reclamei, pelo menos não na frente dele, mesmo que por diversas vezes eu tenha usado adjetivos bem baixos para me referir ao irmão dele quando Be não estava por perto.

Só que a situação foi ficando meio chata. Toda vez que eu falava sobre comprarmos um apartamento ouvia desculpas, umas bem fundamentadas (pra que um apartamento, se em pouco tempo você vai se mudar?) e outras nem tanto. Um apartamento era o que eu mais sonhava, imóvel é investimento, mas não queria um apartamento qualquer, queria um que pudesse fechar as portas, me mudar para a Bélgica e, toda vez que viéssemos para cá, ele estaria aqui, bonitão, só esperando por nós. Queria um lugar confortável, que pudesse nos acolher bem na nossa velhice, um lugar grande, com quarto para visitas e para os filhos que eu espero um dia ter.

Comecei a buscar o apartamento sozinha, só que toda vez que eu achava um razoavelmente decente, Be não gostava, ou fingia não gostar.

Até que eu tive um verdadeiro chilique quando encontrei esse aqui, sabia que não encontraria um lugar tão legal com o que estávamos dispostos a pagar. O chilique funcionou, em poucos meses já estava morando aqui, bem feliz.

Gosto daqui, a estrutura do apartamento é legal, é grande, o prédio é bacana, tem playground, piscina, salão de festas com churrasqueira, forno de pedra para fazer pizza, portaria 24 horas, duas vagas na garagem, essas coisas. Não é prédio de bacana, de madame que passa o dia na beira da piscina sem fazer nada, é um prédio de idosos e de casais e famílias que passam o dia inteiro na batente. Tem advogados, médico, promotor de justiça, aposentados, um clima bem familiar.

Só que quando viemos para cá a grana estava muito curta, quase todos os móveis que eu tinha no pardieiro vieram junto. Ganhei algumas coisas dos meus pais, o nosso quarto é novo e bacana, mas é só. Cozinha é do estilo Casas Bahia, na sala de estar tenho sofá e tv, e era isso. Muito espaço vazio (algumas peças inclusive não tem nada) para poucos móveis, e assim vamos levando.

Desde a compra do apartamento a prioridade tem sido terminar de pagá-lo e juntar grana para deixá-lo do jeito que eu queria.

Só que no ano passado tudo acabou desmoronando. Todas as economias que nós tínhamos foram usadas para pagar o hospital da moeder, raspamos todo o dinheiro que tínhamos e ainda estamos devendo uma grana pro hospital.

Nunca reclamei porque sei que apesar de não estar casada, eu vivo em um casamento e, em casamentos, você está junto pra tudo, não só para as situações boas.

Mas acho que uma das principais coisas do casamento é a compreensão.

E as vezes sinto que Be fica em débito comigo quanto a isso.

Vamos ao novo fato:

Cansei de pegar ônibus. Cansei de ter que ir para a parada de ônibus todos os dias quando o sol quase nem nasceu. Cansei de tomar chuva, ficar no frio. Cansei de voltar para casa carregada de sacolas.

Entendo que o momento é de economizar, mas que economia é essa? Se eu não posso ter um carro então ele também não pode.

Para ele é muito simples, todas as vezes que está aqui meu irmão empresta o carro da minha cunhada por meses a fio para usarmos. Be não sabe o que é pegar ônibus nem aqui, nem lá. Quando não podemos ter o carro, Be aluga um, o bonitinho não anda de ônibus não!

Não acho justo. O papo de deixarmos para o fim do ano não cola mais comigo. Estou muito chateada com essa situação. Desde ontem a noite, quando voltamos do interior, Be não fala direito comigo, faz cara de cão sem dono, como se eu tivesse espancado ele com o jornal sem merecer.

Fala sério. Fala seríssimo.

As coisas estão muito claras para mim, alguém aqui vai ter que ceder, e, dessa vez, não serei eu.

Juro por Deus, esse egoísmo dele me cansa. Me cansa demais.

O fim-de-semana poderia ter sido legal demais. Meu pai achou que estava abafando quando veio mostrar para a gente a proposta que um amigo dono de uma concessionária fez por um Ka. O carro é lindo, confortável, o modelo novo está uma graça, me empolguei, me empolguei de verdade. Até virar o rosto e ver a cara de bunda que Be fazia. Aquilo acabou com o meu fim-de-semana.

Não consigo entender como esse tipo de injustiça passe despercebido por ele. Como ele pode esperar que, depois de tudo que eu fiz pela mãe dele, guardemos dinheiro para terminar de pagar o hospital, abrindo mão mais uma vez do que eu quero. Como ele pode esperar que eu não me irrite com o fato de que os irmãos dele sejam os mais caras-de-pau, e nem ao menos se ofereçam para rachar o que falta da conta.

Não houve brigas, estamos em Guerra Fria.

Só peço a Deus serenidade, porque me conheço e, se eu abrir a boca em uma discussão, a coisa não vai ser bonita, a casa vai cair!

Um começo de semana cheio de paz e serenidade a todos, que é o que não estou conseguindo encontrar nesse momento.

ps: O batizado foi lindo demais, depois eu coloco foto do vestido da Denga. Ela ama tomar banho, quando o padre molhou a cabecinha dela, ao contrário dos outros bebês que choravam, ela começou a rir muito. Achamos que ela pensou que iria ganhar um banho, por isso ficou toda feliz, um amor. Preciso usar todo o meu auto-controle porque quase todo o tempo eu tenho vontade de apertar ela demais! Claro que não podiam faltar os comentários infelizes da irmã da cunha. Para a alegria de todos, logo após o almoço ela se mandou.

Denga ganhou um monte de presentes. No sábado pela manhã não consegui me controlar, comprei duas bonecas de pano tão lindas para ela. Adoro bonecas de pano, elas são tão delicadas e lindas, simples, mas tão mimosas...


PS: I love you

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Sinopse:
Holly Kennedy (Hilary Swank) é uma jovem bonita, feliz e realizada. Casou-se com o homem de sua vida, o divertido e apaixonado Gerry (Gerard Butler). Mas ele fica doente e morre, deixando Holly em estado de choque. Antes de falecer, Gerry deixa para a esposa uma série de cartas. Mensagens que surgem de forma surpreendente, sempre assinadas da mesma forma: "P.S. I Love You". A mãe de Holly (Kathy Bates) e as melhores amigas dela, Sharon (Gina Gershom) e Denise (Lisa Kundrow), estão preocupadas porque as cartas mantém a jovem presa ao passado. Mas o fato é que as cartas estão ajudando a aliviar sua dor e guiá-la a uma nova vida.

Sem comentários. O filme é maravilhoso, ideal para assistir agarradinha, ou até mesmo sozinha, e se debulhar em lágrimas.

E aproveitando que Be teve que ir a São Paulo e não está aqui para ler isso, deixa eu contar uma coisa para vocês:
Gerard Butler é tudibão! Tem um sorriso malandrinho, uma cara de brabo e uns grisalhos de arrepiar. Muito, muito lindo!
Que Deus abençoe tamanha saúde e te conserve, meu filho!
Ps: Vou começar a ler nessa semana "A menina que roubava livros". Vamos ver se eu acho assim tão maravilhoso como todos estão achando.
Ps 3: Alguém aí já foi assistir "Made of Honor" ( O melhor amigo da noiva)?

Fim-de-semana é batizado da Denga, mamis está fazendo todos os arranjos da festa. A bonitinha já está lá na casa da vovó, estou super ansiosa para viajar, mas precisarei esperar até amanhã, quando Be está de volta.

Um fim-de-semana radiante e maravilhoso para todos, sem esquecer de parabenizar a Joelma, que depois de anos de luta, está grávida!
Parabéns, Joelma, quem te acompanhou por tanto tempo nessa sua empreitada sabe o quanto você merece esse bebezinho que está vindo.


Culinária e fotos

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Como é bom ter a minha vidinha de volta.

No sábado Be e eu fomos junto com a cunha e a Denga ao shopping escolher o vestido do Batismo.

Achamos um vestido lindo demais, comprido, todo cheio de bordadinhos delicados e com sainha armada, todinho branco, a menina ficou um nojo de tão linda!

Não provamos muitos modelos, mas é claro que todo o programa acabou levando mais tempo do que o normal, porque Denga começou a ficar muito chorosa com esse tira-e-prova todo, e até acalmar ela não foi fácil.

Terminamos o nosso sábado por casa mesmo, eu ainda cheia de tosse e Be chamando uma pizza. Assistimos filminho na cama, namoramos, foi tão bom...

E ontem, como já estava melhor, assumi o posto de cozinheira para o nosso almoço. Fiz um lombinho de porco com vinho branco e molho agridoce que ficou uma coisa de doido.

Vou deixar a receita:

Primeiro eu cortei umas 600 gramas de lombinho de porco em cubinhos, temperei com bastante vinho branco (pode ser uma marca xexelenta mesmo, acho um desperdício usar bons vinhos para temperar comida), bastante molho de pimenta, sal e alho picado. Deixei a carne descansar por umas 2 horas mergulhada nessa mistura.

Nesse meio tempo fiz o molho agridoce.

Bem fácil, juntei em uma panela um pouco de azeite, pimentão verde, pimentão vermelho, cebola, abacaxi e cenoura, tudo picado. Deixei cozinhar levemente, acrescentando vez ou outra um pouquinho de água para não queimar. Juntei um cubo de caldo de carne, um pouco menos de meia xícara de chá de vinagre (eu prefiro usar o branco, não fica tão forte), 3 colheres de sopa de açúcar e mexi até desmanchar o caldo e evaporar o álcool. Depois disso coloquei umas duas colheres de maisena dissolvidas em um pouco de água e deixei engrossar. Feito isso acrescentei mais meia xícara de chá de catchup e era isso.

Minha mãe faz o molho um pouco diferente, primeiro ela queima o açúcar com o azeite e depois adiciona os ingredientes, ele fica com uma cor mais bonita, mais puxada pro marrom, eu acho um pouquinho mais difícil porque tem que queimar o açúcar até um ponto exato, se você não queima o suficiente nem vale a pena porque a cor do molho não muda, e se você queima demais em vez de um molho agridoce você acaba fazendo um molho amargo.

Esse molho é ótimo para acompanhar galinha, porco e camarão.

Se você tiver páprica em casa, pode colocar também, fica uma delícia!

Depois de pronto, desliguei o fogo e em uma outra panela, coloquei um fio de azeite de oliva e fritei bem o lombinho. Gosto sempre de colocar um pouco de água vez ou outra para não queimar e cozinhar bem por dentro, já que carne de porco é aquela coisa, cozinhar nunca é demais. Quando os cubos estavam bem dourados e cozidos, acrescentei o molho e mexi bem, não precisa colocar em outra panela, as raspinhas do alho torradinhos misturados com o molho é bom demais.

Servi com um arroz branco e uma saladinha de tomates cereja e rúcula, polvilhando um pouco de queijo parmesão por cima.

Até tiraria foto se tivesse sobrado alguma coisa, mas ficou tão bom que não ficou nem a raspa!

Tot ziens!

Ps1: Foi o Be quem conversou com o Rod, eu nem estava em casa, sei que quando cheguei ele tava me esperando para dar tchau, me agradecer pela hospedagem e nos presentear com uma boa garrafa de vinho que, por causa da gripe, ainda não foi consumida. Parece que ele ia se abancar com a menina em um hotel, ele até falou que ia ser bom para todos, que ele também precisava de mais tempo a sós com ela e tal. E só agora, depois do Be ter que chegar e falar, ele se dá conta disso?

Ps2: Por falar em fotos, abaixo segue fotinhos da Ferrugem e da Vigia, as duas últimas fotos são com a vista do terreno dos sonhos” que eu já falei anteriormente, um pedaço de terra que está à venda e que, se eu ganhasse na Mega Sena, seria a primeira coisa que eu iria comprar. É ao lado da casa de um chique e famoso, essa cerquinha que aparece na foto é da casa do tal pobre. Ai se eu tivesse dinheiro...


Ps3: Depois de mais uma tentativa, finalmente consegui instalar o haloscan por aqui. O saco é que os comentários do blogger sumiram. Haja paciência! E além disso tive que fazer uma gambiarra no cabeçalho, porque com o haloscan instalado, o cabeçalho simplesmente sumiu. Então, talvez vocês notem que o template está um pouco diferente, espero que vocês gostem! E peço desculpas pelos comentários que sumiram =/


Ps4: Ser substituta do chefe e ficar com a burocracia tem suas vantagens. Hoje vou poder trabalhar em casa. São 8 da matina, eu tô no batente, mas volta e meia posso ir no quarto e dar uma espiada se o Be tá dormindo direitinho. Tem coisa melhor que essa?



Caidinha

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Voltamos a ser só Be e eu aqui em casa. Rod foi para um hotel ontem e estou me sentindo muito aliviada. Não agüentava mais não poder ficar a vontade na minha casa e, Deus que me perdoe, mas não agüentava mais aquela namoradinha zoiuda dele.

Só tenho uma definição para ela: esquisita. Talvez a Bruna tenha razão, ela esteja mesmo tentando se dar bem, mas Rod não é bobo não. Se transa sem camisinha, assim, sem nem conhecer direito, está pedindo para se incomodar. E outra, eu não acredito muito em golpe, em gringo burro, acho que tudo é uma relação de troca. Nesses casos o gringo quer sexo e uma brasileira quente na cama e a brasileira quer alguém que esteja comprometido emocional e financeiramente com ela. Não tem um lado que perde e o outro que ganha, é uma troca.

Lembro de alguns anos atrás, quando conheci um casal desse tipo. Fomos jantar na casa de um conhecido do Be, a esposa era brasileira. Estava super empolgada, mas foi só até chegar, a tal brasileira era um ser muito estranho vestindo coisas “céquisses” e o maridão, um ser bem passado dos 60. Pode até ser amor, mas, será? Be ficou meio irritado comigo quando eu falei sobre isso, acha que nós não temos nada a ver com isso. E é verdade, eu sei, mas foi impossível não olhar para a garota e pensar em golpe, e olhar pro tiozinho sem pensar em um velho tarado e babão. Tá, eu sei, sou linguaruda mesmo. A primeira impressão que eu tive é a da tal simbiose que falei anteriormente. Cada um precisa de uma coisa, no final das contas eles se completam (não sei se se amam) e ponto final.

Mas, mudando de saco pra sacola:

Estou numa gripe horrorosa. Meu corpo inteiro dói, parece que fui atropelada por um trator. Be faz para mim umas receitas de uns chás secretos que eu nem sei o que ele põe, mas pela leseira que me dá, acredito fortemente que vá até conhaque nessa mistura.

E ontem ele foi à drogaria atrás dos tais drops de eucalipto, uma coisa bem comum na Holanda, uma espécie de pastilha que você põe dissolver em uma bacia com água bem quente e fica lá, com o carão em cima, respirando o vapor. Mas aqui não existe isso. Ele voltou para casa meio frustrado, até fiz a proposta de jogar um pouco do pinho sol do banheiro numa bacia e respirar, mas ele me olhou como se eu fosse louca.

Mas estou feliz. Mesmo doentinha, a idéia de um final de semana todinho pra gente, com Be cuidando de mim me agrada, e muito.

Até mais!


Insustentável!

terça-feira, 13 de maio de 2008

O fim-de-semana foi bem legal, tirei umas fotos que depois eu posto aqui! Minha mãe estava uma fofa, toda sonhadora, falando do batizado da Denga que acontece ainda nesse mês.
Aliás, conversei com Be a respeito disso e acho que com a Denga fechamos a cota de padrinhos. Be é padrinho dos sobrinhos dele também e agora da Denga, por mais empolgada que eu esteja porque é a primeira criança na minha família, acabamos por ficar quebrados com todos os presentes!
Então, voltando a viagem, foi bem legal, a previsão do tempo errou feio e acabamos por pegar uns dias com um solzinho bem gostoso. Não estava calor para tomar banho de mar, mas conseguimos namorar bastante, aproveitar o friozinho da noite, ficamos em uma pousada bem legal, que serviam o café da manhã na varanda do quarto. Tomávamos café olhando o mar.
É incrível como o clima muda fora do verão, os lugares ficam bem abandonados, vazios. Eu acho ótimo, amo praia no inverno. Minha mãe sofre um pouco, ela não gosta muito, diz que é triste, melancólico. Mas, como o astral de todo mundo estava lá em cima, não deixamos a peteca cair.
E como é bom fazer essa viagem de avião! Meia horinha e já estávamos lá, sem todo aquele estresse da BR 101. Eu já vi tanto acidente feio por lá que toda vez que vamos de carro eu fico tensa demais todo o trajeto.
Mas já cheguei tão estressada que nem parece que viajamos.
Juro por Deus que se a fulaninha da auditoria inventar mais uma planilha eu mando ela enfiar lá naquele lugar onde não bate sol.
E se as coisas lá no escritório andam feias, por casa está ainda pior. Não aguento mais não poder andar do jeito que eu quero na minha própria casa. Rod não se liga, já disse pro Be conversar com ele ou eu vou resolver as coisas da minha maneira.
Não quero mais chegar em casa cansada e encontrar um estranho por lá. Por mais que ele seja uma visita agradável quero ter a minha privacidade.
Já comecei a fase de dar indiretas pra namorada dele. Na verdade nem precisava, ela viu a cara de raiva que eu fiz pro Be quando Rod simplesmente chegou com a garota para jantar ontem, sem avisar.
Acho que para quem foi criado com toda a formalidade holandesa, Rod perdeu algumas lições bem importantes. E Be e eu, em compensação, parecemos ter cara de quem é pós-doc em panaquice.
E estou achando essa garota meio estranha. Eu sei que tenho um gênio forte do cão, as vezes bato o olho na pessoa e por mais que ela nunca tenha me feito nada eu não simpatizo. Talvez depois de conhecer ela por um tempo foi o suficiente para eu não gostar, ou talvez seja porquê eu ando realmente irritada com essa situação. O fato é que ela faz umas perguntas pessoais, que não tem cabimento, dia desses ela elogiou o nosso apartamento e perguntou se foi o Be quem comprou pra mim. Eu, hein? E já tentou me falar sobre intimidades dos dois. Talvez eu que esteja ficando meio holandesa, mas tem certas coisas que são muito inconvenientes, ainda mais entre pessoas que mal se conhecem.
Enfim, saturou. E quando satura, eu não consigo mais fingir que está tudo bem. O prazo expira amanhã, ou Be conversa com ele, ou o papo vai ser comigo.
E para piorar, big boss está indo para a França amanhã, a passeio.
Preciso mesmo dizer quem é o responsável por toda a burocracia que compete a ele?

Wow!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Fim-de-semana se aproximando. Papis e mamis estão em Floripa desde semana passada, Be e eu estamos indo amanhã. Comprei as tais passagens pela Gol por 246 reais. Só de pensar na tranquilidade de chegar lá sem enfrentar as doideiras da BR 101 já fico muito feliz!
Vamos pegar um frio de lascar, as previsões para o final de semana é que a temperatura de 6 graus se mantenha. Mas Floripa é Floripa, e Floripa com Be, mamis e papis é melhor ainda!
Comer um filezinho de Congrio e passear, mesmo que seja de casaquinho, de mãozinha dada pela Vigia não tem preço.
Vamos alugar um carrinho em Floripa e de lá descemos até Ferrugem.
Hoje tive um pequeno ataque, dei umas indiretas pro Rod, pra ele ir conhecer e passar uns dias lá na casa da menina em Santa Cruz. Be não gostou muito, disse que ficou meio chato.
Já saturou né? Já demos casa e comida para ele por vários dias, já teve tempo de conhecer a menina, agora ele que se vire!
Be queria que eu convidasse eles para viajar junto, disse que não. Estamos indo ficar com os meus pais, é dia das mães, acho que nesse clima familiar não cabe um estranho e a sua namorada recém adquirida.
E já falei pro Be, enquanto viajamos aqui em casa ele não fica. Ele é queridinho e tudo, mas poxa vida, tá na hora de começar a se coçar. De qualquer forma, vou trancar a porta do meu quarto, não quero desconhecidos se esfregando na minha cama ou usando o meu banheiro.
Mas até semana que vem quero ele fora da nossa casa. Ou Be conversa com ele e fala que queremos um tempo só para nós ou eu falo!

Em tempo:
Nunca toquei no assunto Isabella Nardoni por aqui e pretendia ficar assim. Entendo e me compadeço dessa comoção geral que recaiu sobre a população.
Só não concordo com o carnaval que estão fazendo em cima disso.
Todos os meios de comunicação fazem uma verdadeira briga pela disputa da audiência, usando o ocorrido de formas que chegam a beirar o grotesco.
Precisava aquela penca de viaturas para encaminhar os dois a prisão? Isso, no final das contas, é mal uso do dinheiro público, uma coisa que brasileiro nenhum parece se dar conta frente ao verdadeiro picadeiro que montaram.
Vi centenas de pessoas na frente do edifício dos dois e na delegacia urrando e pedindo por justiça, como se crimes bárbaros não fossem comuns por aqui.
Cadê esse povo clamando por justiça quando outras centenas de crimes iguais a esse acontecem todos os dias com crianças que fazem parte de classes menos favorecidas economicamente?
Crueldade com criança pobre não é novidade, brasileiro está acostumado.
O que choca é a novidade, a embalagem.
Mas no fim das contas não estamos falando todos sobre a mesma coisa?
Me espanta neguinho falando sobre Isabellas, Madeleines, quando, fora da mídia, há centenas de crianças sem rosto, que parecem ser deixadas no esquecimento. Crimes impunes, crimes corriqueiros, vida que segue normal.
Cadê o povo fazendo protesto nas ruas frente ao corte de 80% na verba de combate ao trabalho infantil? Trabalho infantil não é crueldade? Pergunta para aquelas crianças que trabalham no corte da cana se elas não acham que estão sendo vítimas de um crime também.
O governo acabou de fazer um corte de 2,5 bilhões do Ministério da Saúde. Estranho, não vi gente protestando por causa disso.
Querem protestar?
Acorda, povo!

Por aqui...

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Por aqui faz um frio danado e chove, chove muito.
Enquanto na Bélgica o clima parece se firmar, Be parece ter trazido toda a zica do tempo feio para os trópicos.
Desde quinta-feira chove demais, tivemos um ciclone nesse final de semana que deixou muitas pessoas desabrigadas, ruas trancadas por causa do alagamento e vários bairros sem energia elétrica e sem telefone. Uma colega do escritório desde sábado não tem luz, um horror!
No meu bairro não teve maiores estragos, mas em uma rua aqui próxima o vento arrancou árvores enormes que caíram sobre carros que estavam nas ruas, sobre casas, um pesadelo.
Nunca tinha visto esse tipo de coisa por aqui, parece mesmo que o mundo anda sendo muito mal-tratado para se vingar dessa forma.
Rod chegou e está hospedado aqui em casa. Não tenho queixas dele, arruma o próprio quarto, sempre deixa tudo limpinho por onde passa, pediu para que eu ensinasse a usar a programação da máquina de lavar, já vai ao super sozinho e quando volta sempre traz algum presente para mim, tipo flores, uns bombons, uma garrafa boa de vinho, essas coisas.
Be, enquanto estou no trabalho, dá uma ajeitada na casa e quando eu volto para casa no final da tarde, já está com o jantar engatado.
Conhecemos a namorada do Rod. Me pareceu uma menina bacana, ela é de Santa Cruz, pedagoga, tem 26 anos, bem simpática. No dia que ele chegou ela foi esperá-lo no aeroporto também. Foi engraçado porque ficamos um tempão na área de desembarque bem próximos e não sabíamos que era ela. Só quando Rod despontou que vimos que ela saiu correndo em direção a ele e aí me dei conta do óbvio. Puxei Be pelo casaco para não se aproximar, deixar os dois a vontade. Já rolou o maior beijão no aeroporto, e eu lá toda saudosista, lembrando de como foi comigo e com Be. Acho que ele pensou na mesma coisa porque me olhou e começou a rir, hahaha.
Jantamos com eles algumas vezes, em outras preferimos ficar em casa e deixar eles sozinhos.
Não sei o que Rod achou dela e como não tenho intimidade suficiente para perguntar, deixo quieto. Be diz que ele está mesmo gostando da menina, isso é bom.
Só achei estranho a menina, depois de tão pouco tempo, já falando de casamento, filhos essas coisas. Acho que tudo vem ao seu tempo. Ou talvez já seja o tempo deles e quem sou eu para me meter? Mas eu acho estranho, se conheceram há tão pouco tempo e a menina já falando em cria, em como os filhos deles vão ser bonitos, essas coisas. Eu fico de butuca quando ela começa com esses papos perto dele e vejo que Rod fica sério. Até queria chegar e dar uns toques para a menina, para pegar leve nesse papo que é para não assustar o rapaz, mas, novamente, também não tenho intimidade para isso.
Ele alugou um carro e não apareceu em casa por alguns dias. Be disse que ele e a menina estavam em um hotel. Eita fogo!
No final de semana convidamos os dois para ir com a gente para Gramado. Pegamos um inferno na estrada, a chuva fez muitos estragos e com a dificuldade de escoamento havia buracos gigantes na estrada que ficavam tapados por uma alta camada de água.
Nos hospedamos em um hotel lindinho chamado St Hubertus, com piscina térmica, uns quartos bem lindos, com hidro e colchão hiper mega gostoso, com serviço de quarto de primeira, na boca do Lago Negro. O café da manhã colonial deles faz balançar qualquer dieta. Como pegamos tempestade nos dois dias, nem saímos muito para bater perna na rua, ficamos pelo hotel mesmo, só saímos abaixo de chuva para jantar no Le Chalet e no domingo de manhã para dar uma caminhada. No resto do tempo nem sei o que Rod e a menina fizeram, só sei muito bem o que Be e eu fizemos, hahaha
Agora estou aqui escrevendo o post enquanto meu irmão levou Be e Rod para jogar futebol. Já mandei eles comerem qualquer porcaria na rua, porque hoje eu já estou de pijaminha de flanela e pantufas, me preparando para fazer a minha xícara de chocolate quente e assistir Lost e Grey's Anatomy.
Tot morgen!

 
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