Tô viva!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Tanta coisa me perturbando nos últimos 2 meses que tô prestes a ficar doidinha.
E não é nem excesso de trabalho não, é a preocupação com esse futuro cabuloso dessa crise maluca. Pessimismo ronda por aqui.
Todo mundo enlouqueceu. Imagino que todas as pessoas estejam começando a sentir a aflição da recessão, mas quem trabalha diretamente com o mercado financeiro como eu, isso se torna ainda pior, muito pior.
Passo os meus dias inteirinhos tentando controlar o incêndio, você precisa ser tudo ao mesmo tempo, economista, malandra, publicitária e psicóloga.
Ando de saco cheio de tudo, ando revoltada com meu chefe, com os clientes que querem garantias que eu não posso dar, tomando pataço na cara de neguinho que perdeu fortunas com ações e acha que eu sou a principal culpada.
O que mais me deixa p* da cara são os investidores domésticos, que aparecem no escritório com os cabelos em pé pelo medo de perder o suado dinheirinho.
Vem cá? Quando vieram até nós procurando opções de investimento no mercado de ações, uma das coisas mais básicas que eles cansam de nos ouvir repetindo é a respeito do montante investido ser aquele que você não precisa dispor a curto prazo.
E mal e mal o primeiro sinal da crise se anuncia e eles já tão todos em polvorosa, querendo pular do barco e deixando o mercado financeiro ainda mais vulnerável.
Não me apedrejem, por favor, mas com tudo isso que eu tô vendo, sou cada dia mais contra investidores domésticos.
Quer investir o leitinho das crianças e vem chorar pitanga?
Ah, tenha dó!
E isso ainda é a ponta do iceberg. A insegurança bate a nossa porta todos os dias.
Aqui no escritório corre o papo de que uma grande corporação está prestes a demitir quase 50.000 funcionários, 10.000 deles aqui no Brasil.
E o caso Citigroup? Quero ver quem é aqui no Brasil que assume a compra desse elefante branco.
Aracruz vai ser fichinha perto do que vem por aí.
No meio disso tudo, ficamos todos tensos e alarmados, inclusive amigos e familiares, que me usam como uma espécie de conselheira financeira e emocional.
O que eu posso dizer?
Apesar de todas as previsões, só tendo uma bola de cristal para saber quais os reais efeitos dessa crise sobre nós, então o que eu posso aconselhar é o básico.
Com a desaceleração, há escassez do crédito, isso faz os juros subirem, o que afeta diretamente financiamentos e empréstimos. Cautela na hora de fazer qualquer tipo de financiamento, atenção ao tipo de índice de correção das parcelas. Prefira pagamentos a vista, em qualquer situação, ou o menor número de parcelas possíveis. Atente para o índice utilizado nas coreções e na periodicidade delas!
Elimine os supérfluos, prefira o pagamento de um bem antes de entrar na compra de outro.
Se a situação realmente estiver preta pro seu lado, prefira entrar no cheque especial e pague o cartão de crédito. Aliás, se você for do tipo compulsivo, agora é a hora de você quebrar os cartões e jogar no lixo.
Renegocie suas dívidas, converse! Credores tendem a ser mais flexíveis nessas situações, já que para ele é preferível reduzir a dívida ou fazer um parcelamento mais convidativo, do que ficar sem receber.
Se tiver um desejo incontrolável de investir, a minha dica seria:
Use fundos mais conservadores, não se embrenhe em coisas amalucadas e sem garantias. Uma boa pedida é o CDB . Se o seu lance continua sendo ações, invista em grandes empresas. Isso mesmo! Compre ações de empresas grandes e sérias, que terão muito mais chances (vai com fé, amiga!) de se reestruturar e voltar a crescer após esse temporal.
E parem de ficar assistindo os jornais amalucados que só falam em pessimismo, em crise e tragédia!
Além deles não te ajudarem em nada, de quebra ainda vão te dar uma boa duma gastrite por você ficar vendo esse exagero todo na hora das refeições!
Enquanto isso, Be organiza uma viagem para Pitcairn Islands. Vocês já ouviram falar nesse lugar?
Pois bem, nem eu.
Wikipedie comigo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Pitcairn_Islands
Das duas uma, ou chegamos nessa remota ilha felizes porque a crise já é passado, ou eu vou ficar muito feliz de passar 1 mês em um lugar onde não há telefone, internet e televisão, hohoho
Be pode até não entender do mercado financeiro, mas sabe como relaxar como ninguém.
Té mais.

Me ajuda, meu Pai!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Alguém me explica como, em um intervalo de 6 meses entre uma visita ao dentista e outra, pode aparecer dois sisos oclusos?
E dois baita dentões, que estão localizados no lugar errado e ameaçam irromper e arrastar os seus molares juntos, te presenteando com a agradável surpresa de acordar e estar banguela!
Alguém consegue explicar o seu carrinho tinindo de novo DO NADA apresentar um defeito de fábrica? Sim, porque meu carrinho não tem nem 2 mil km rodados e eles não vão me enganar com a desculpinha que teve um desgaste das peças por causa de gasolina adulterada, essa não cola não!
Para temperar a beleza de tudo, Chica está internada desde ontem, com pedra nos rins. Bichinha tá lá, tadinha, começou a fazer xixi com sangue, uma das pedrinhas estava na uretra, ela miava quase urrando de dor e eu chorando junto. Ela tá bem, mais uns 3 dias em observação e volta pra casa.
Moeder já voltou para casa. Revisada, com remedinhos, hemoglobina subindo e cheia de esperanças de voltar em fevereiro do ano que vem para umas férias por aqui.
Enquanto isso, Be viaja amanhã para Bonaire e Curaçao, com dois colegas de faculdade. Nem preciso dizer que estou soltando fogo pelas ventas, não é?
Nossas dívidas com o hospital da moeder só aumentam, quase temos pancadaria por causa do famigerado carro e agora ele gasta dinheiro em uma viagem dessas? para mergulhar?
Tenha a santa paciência! Vou dançar a dança do créu na velocidade 5 (bunda para isso não me falta) em praça pública se eu atendo o telefone nos próximos 10 dias!
O Chile é lindo demais! Comi tanto peixe, salmão, congrio, empanada chilena...
Nem rolou Valle Nevado, tinha muito trabalho por aqui me esperando.
Preciso passar as fotos pro pc e depois coloco aqui.
Tô em débito com vocês, eu sei.
Deixa eu ir lá marcar pra tirar esses sisos logo, um fim-de-semana maravilhoso com a cara inchada igual a bolacha trakinas me aguarda.
E de quebra, acho que vou tomar um passe. Tô precisada.
Jesus me chicoteie!

Quem é vivo...

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Eu sei, eu sei, estou sumida. É que são tantas coisas para fazer, que no final do dia acabo sem ânimo de aparecer.
Várias coisas acontecendo por aqui, coisas que eu queria dividir com vocês, mas ando tão cansada, que acabo deixando pra lá e não aparecendo.
Posso não deixar comentários, mas na pausa do cafezinho, passo no blog de todas vocês para ver como andam as coisas.
Bom, vamos às novidades.
Meu carrinho chegou e ele é lindo lindo! Cheirinho de novo, super confortável, "tinininho", mas para quem passa a maior parte do tempo sozinha, ele está bom demais.
É um alívio ter a minha independência de volta, ir aonde bem entendo, fazer compras a hora que quero, viajar, passear com a sogrita e a Denga, tá bom demais!
Sogrita volta pra Holanda na semana que vem. Ela está super bem, conseguimos descobrir a causa da anemia dela e isso deixou-nos muito felizes!
É o seguinte: por causa da quimio, o corpo dela desenvolveu auto-anticorpos contra as células do sangue, e isso causa a destruição das células e a hemoglobina baixa.
Consultamos um hematologista e um reumato, ela fez uma penca de exames e descobriram isso. Agora ela está tomando um remédio para evitar esse "ataque" e está muito bem!
Aliás, ela está super alto-astral! Estamos com umas idéias nas nossas cacholas bem legais, mas a longo prazo porque a grana por aqui anda curta que é uma beleza!
Minha afilhada está um amor! No fim-de-semana meu irmão estava atolado de coisas para fazer e a minha cunhada ficou o tempo todo com ele.
Sogrita, mamis e eu bancamos a babá e foi gostoso demais! Passamos o dia fora de casa, passeando em um parque, indo ao shopping. Ela é uma simpatia, só dá uma resmungada na hora de dormir, mas é uma fofa na maior parte do tempo, sempre com aquele sorrisão naquela boquinha em formato de coração. Preciso respirar fundo e me controlar, porque tenho uma vontade sobre-humana de apertar aquela menina até dizer chega!
Aqui no Brasil campanha de vacinação para a Rubéola novamente. Me vacinei no sábado, mas estou com um calombo muito estranho no braço, sinistro demais!
E semana que vem estou voltando ao Chile!
Uma semana lá, a trabalho, mas o fim-de-semana é meu.
Estou ainda fazendo a minha contabilidade e vendo se no meu orçamento cabe pelo menos dois diazinhos em Valle Nevado.
Beijo a todos!

De volta...

domingo, 6 de julho de 2008

Cheguei.
Na verdade, já cheguei faz mais de uma semana, mas a coisa por aqui tem sido bem complicada.
A viagem foi gostosa, aproveitamos bastante, namoramos.
Paris é linda em qualquer época do ano.
Depois tenho um monte de fotinhos pra pôr aqui.
Moeder voltou comigo.
Tivemos um probleminha com um exame que ela fez ainda em Utrecht.
Chegamos aqui e na primeira consulta, o médico fez um exame no dedo dela para ver a hemoglobina. O valor foi bem diferente do resultado que ela trazia de Utrecht.
Refizemos o exame em um laboratório e a surpresa: realmente, o valor da hemoglobina estava muito diferente mesmo. Na Holanda eles erraram o valor para mais.
Resumo da coisa toda: mal chegou e já teve que ser internada para receber sangue.
Agora ela já está em casa, bem, mas mesmo assim o médico pediu mais uns exames pra ver o porquê da hemoglobina dela não se manter.
Detalhe: sabíamos da anemia dela, mas com o último resultado de lá, que até estava bonzinho, o médico chegou a receitar antidepressivo para ela, achando que ela estava caidinha por causa da depressão. Que nada, com a hemoglobina dela, lá no dedão do pé, o médico daqui disse que não tinha mesmo como ela se sentir diferente.
Era isso, estou passando rapidinho só para avisar que não morri e nem encontrei um francês charmoso e resolvi ficar por lá.
Aos poucos vou colocando a leitura dos blogs em dia.
Um domingo ensolarado para todos.

Rapidinhas...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Ando de saco cheio de parente que me pede “conselhos” profissionais. O povo acha que eu tenho obrigação de dar dicas financeiras, como se eu fosse algum daqueles experts em corrida de cavalo e tivesse que dizer qual dos alazões vai chegar primeiro para eles ganharem grana fácil. Fala sério!

Fechamos com o Ka. Teremos que esperar cerca de 2 meses, (sim, tem fila!), mas estou bem satisfeita com os opcionais que vamos colocar no carro.

O único “porém” é não ser 4 portas e o seguro (pasmem!), que é mais caro que o do Fit.

O porta-malas não é grande, Be achou pequeno demais, mas nem o do meu Fiesta era assim, uma “brastemp”, então nem resmunguei.

Chefe voltou de viagem e achou melhor eu viajar logo, já que dos meses de julho em diante estamos esperando muito, muito trabalho.

Aliado a isso a anemia da “mãe-limpa” piorou. A hemoglobina dela está em 7,5...muito, muito baixa. Achamos melhor que ela adiantasse a revisão dela pelas bandas de cá.

Como, provavelmente, só voltarei para lá no ano que vem, estamos nos dando ao “desbunde” de passar uns dias em Paris.

Bate e volta em Rivera nesse fim-de-semana. Nada especial, só para comprar artigos para a casa mesmo, já que o que vou encontrar quando chegar na casa de lá é sempre uma incógnita.

Então meu povo, viajo na terça, não sei se vou ter tempo de postar antes de ir, mas enfim, se não aparecer pelas próximas 3 semanas vocês já sabem o motivo.

A pedidos: prometo colocar uma foto minha de vestido de noiva por aqui. Prometo de verdade, mesmo que não consiga emagrecer todos os kilos que eu queria até lá e pareça um botijão com capinha, hahaha

Bom fim-de-semana a todos, se cuidem e até a volta!

Como eu queria...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Como eu queria ser daquelas pessoas que só pensam em comer coisas saudáveis. Sabe aquelas pessoas das propagandas da margarina Becel? Pois é, gente que come pasto o dia inteiro, toma suco de laranja e come frutas e pão integral com queijo branco no café da manhã e fica sorridente achando que está se deliciando com o muffin mais gostoso do mundo.

Gente que aproveita o sábado e o domingo para acordar em plena madrugada e sair com o cachorro pra correr em algum parque, volta para casa e encara uma salada com cara de prazer.

Sábado Be e eu encontramos duas pessoas assim. Acordamos tarde e fomos almoçar em um restaurante aqui perto. No caminho, vimos um desses casais naturebas, correndo felizes, com os seus abrigos esportivos e seus tênis próprios para correr, acompanhados de um feliz labrador. Quando estávamos para sair do restaurante, o casal chegou, com o mesmo abrigo, mas sem o cachorro. Lembrei da quantidade de massa ao pesto que eu tinha comido, acompanhadas de uma generosa porção de escalopes de filé e batatas suíças. Sei que é falta de educação olhar para o prato dos outros, mas não resisti. Os dois encheram o prato de pasto e colocaram um grelhadinho-inho junto.

Fiquei com vergonha, sério.

Saí de lá tentando calcular as calorias que eu tinha comido, enquanto Be aproveitava o tempo que eu estava parada do lado de fora do carro para acender um cigarro antes de voltarmos para casa. Detalhe: o tal restaurante fica a 3 quadras aqui de casa, e não nos animamos nem para fazer o trajeto a pé.

E aí, no sábado a tarde, fomos para a padaria e mais torta. À noite, fomos jantar com o casal Rod’s e mais comida boa, vinho, sobremesa.

Detalhe: no sábado a tarde tinha feito mousse de chocolate, comemos mousse e torta.

Domingo de manhã, quando acordei, Be já estava encarando o repeteco da torta e depois comeu mais mousse, isso no café da manhã. Obviamente tudo regado a algumas xícaras de café preto e vários cigarros.

Depois teve churrascada no meu irmão: mais carne, sobremesa, cerveja.

Qual é o meu problema? Queria entender o segredo para ser feliz comendo salada. Queria entender o segredo para comer salada e ficar satisfeita. Queria ter prazer em comer frutas e verduras. Nossa, como queria.

Só encaro dieta sobre pressão, muita pressão... No ano passado, depois de ir ao endócrino/nutricionista, comecei a fazer a dieta e até deu certo, perdi 8 kgs. Mas não estava feliz, tentava me convencer que estava pensando na minha saúde, que ia ficar linda naqueles vestidinhos de verão que eu tinha comprado, mas não estava feliz. Não sou do tipo que é feliz em dietas, acho que não achei ninguém que fizesse uma lavagem cerebral em mim e que me fizesse realmente acreditar que eu sou mais feliz comendo pasto. Depois teve o episódio da gastrite, que eu fui parar 2 vezes no hospital emagreci mais 4 kilos.

Dos 12 kilos perdidos, já recuperei 8. Ganhei sabatina do gastro, dieta com restrição de vários alimentos, mas e eu me importo? Prefiro mil vezes mergulhar em tudo o que ele proibiu e depois tocar um omeprazol goela abaixo e era isso.

Não sou do tipo que consegue se satisfazer com pequenas porções do que é bom. Minha mente gorda só é feliz depois que vê toda e qualquer coisa gostosa chegar ao fim. Não consigo ver uma torta e comer só uma fatia, não consigo ver uma barra de chocolate e comer só um pedaço, nem comer só um bombom, só me contento quando vejo as coisas chegando ao fim.

Para completar, Be não colabora. Não só não colabora como também fuma loucamente. Ele é mais de uma década mais velho que eu e age como se ainda fosse um adolescente.

Ando preocupada, muito preocupada...

Queria tanto mudar os meus hábitos, não só alimentares, queria ter uma postura mais saudável em relação a tudo. E queria tanto que o Be me acompanhasse nessa jornada.

Não uma jornada qualquer, em uma jornada em que fazer tudo da forma mais saudável me desse prazer.

Prazer, é essa a palavra.

Ó Deus, porque quase tudo que é bom nessa vida faz mal???

Sol gélido...

domingo, 1 de junho de 2008

Tivemos dias gelados por aqui, mas devagar a coisa parece estar melhorando. E não estou só falando do clima entre Be e eu, estou falando do tempo também.

Aos poucos Be voltou a falar comigo. Como ele estava falando manso, resolvi falar no mesmo tom também. Conversamos bastante, aliás, poucas vezes eu vi o Be parecendo tão comunicativo. Normalmente ele não é assim nas nossas brigas, é um avanço. Acho que ele poderia ter feito isso antes, mas, holandeses, quem os entende?
Muita coisa entrou na roda, até o fato dele achar u
ma injustiça eu pensar que ele só queria guardar dinheiro por causa da nossa dívida, mas também para a festa de casamento, que ele queria muito que fosse no ano que vem.
Foi um pedido de casamento meio estranho, eu confesso, porque nós já tínhamos conversado e decidido que seria em 2010, não em 2009.
Aliás, o casamento seria mais para agr
adar os meus pais e os pais dele. Claro que eu quero casar, mas nunca achei que fosse prioridade. Mas, talvez seja o nosso ritual de passagem, de um relacionamento que já vem a tantos anos dessa forma.
Então, era isso, no ano que vem temos casório! Com tudo que temos direito, em Igreja do interior, com bolo, festa, valsa e com todos os complementos.
Estou ainda um pouco assustada, quand
o paro para pensar, parece que o ano que vem já está logo aí! Ainda não definimos uma data, no final desse mês embarco junto com o Be pra Bélgica, na volta trago a moeder para fazer alguns exames e as consultas. Vamos conversar com o povo de lá para ver quando eles acham que fica bom para eles, já que tem algumas pessoas que Be faz questão que venham, amigos e familiares.
Um monte de mudanças aos poucos começam a tomar forma, e a principal, é dentro da minha cabeça, me preparar psic
ologicamente que saio daqui com uma carreira estável e um salário bom e desembarco na Bélgica sem nada.
O carro vem, nem que seja para ser vendido o ano que vem e pagar a festa, já que estamos em épocas de vacas magras por aqui.
Rod embarcou hoje de volta, deixou uma namorada chorosa por aqui. Ela perguntou se pode me ligar, não tive com
o dizer não, mas, sinceramente, espero que ela não pense que nós vamos ser amigas.
Almoçamos no meu irmão hoje. Denga está
cada dia mais linda e risonha. Eu sei que sou suspeita para falar, mas eu nunca tinha visto um bebê tão simpático em toda a minha vida!
Como prometido, fotos do vestido de batizado dela e da Redenção, onde fomos caminhar hoje de manhã. Ah, e uma foto das meias que ela ganhou, hahaha
Gente, nem acredito que vou casar o a
no que vem!
ps: Season Finale de Lost foi surpreendente!





E por esses lados dos trópicos...

quinta-feira, 29 de maio de 2008

A situação aqui continua do mesmo jeito. Be mal fala comigo. Ontem me tranquei no banheiro e chorei um montão. Saí do banheiro com a cara inchada, mas me sentindo levemente melhor. Acho que ele percebeu que eu tinha chorado, porque fui me deitar e acordei com ele me trazendo uma xícara de chá.
Obviamente veio todo fogoso pro meu lado depois, prefiro pensar que a xícara de chá foi porque ele se importa com os meus sentimentos, e não porque ele queria algo mais (se é que vocês me entendem).

Mas hoje de manhã, quando me viu procurando detalhes sobre carros na internet, voltou a fechar a cara.
Estou tentando fingir que não me importo, não vou tocar no assunto, enquanto ele não falar comigo eu vou fingir que não está acontecendo nada. Sei que talvez não seja o ideal, mas é a forma que eu encontrei para não explodir e socar a cara dele, hohoho.
Ele sabe o tempo que eu perco dentro de ônibus, ele sabe o quanto é ruim não ter a minha independência e principalmente, ele sabe o quanto eu ralo aqui pensando em nós.
Agradeço por todas as dicas de vocês, meninas, mas o fato é que, se ele não é capaz de se dar conta disso tudo, é porque ele não se importa comigo e se não se importa, que amor é esse?

Mas, vamos falar de coisas boas: o carro.
Estou completamente apaixonada pelo H
onda Fit. Loucamente apaixonada, insana, dêem o nome que quiserem.
Motor 1.4 que chega a fazer 15
km/litro na estrada, super econômico, design bonito, um espaço interno bem avantajado, apesar de ser considerado compacto. O único defeito, porém, é o preço. Se optar pelo Fit não vou ter como comprar um novo, vai ter que ser usado mesmo, o problema é que é bem difícil encontrar Fits usados com um preço razoável, o carro parece tão bom que os donos de garagens se acham no direito de cobrar o que bem entendem, e não é pouco. E o seguro, que vai ficar mais caro do que eu pretendia pagar...

A segunda opção (a mais “ pés no chão que você não tá podendo”) é o novo Ka. Interessante também, o modelo novo tá bem bonito, é econômico (mas é 1.0, não 1.4), mas continuamos com o velho problema dos Ka, ainda assim eu acho pequeno (apesar deles falarem de um aumento de 22 cm no comprimento). Até teria a opção de 1.6, mas encarece bastante. Não tem a opção de 4 portas, o que eu acho muito chato. Mas no geral, parece ser um carro bacana, li bastantes opiniões favoráveis que me deixam tranqüila em saber, que se escolher o Ka, vou fazer uma boa compra.

Daí teria uma infinidade de outros carros, mas se é para escolher os outros, que são mais caros que o Ka, então eu fico com o Fit (sonha nega, que sonhar não custa!)
Enfim, sigo aqui lendo a respeito, enquanto Be se embeiça mais.
Para hoje, contagem regressiva para season finale de Lost, estou aqui contanto os minutos.
Acreditem se quiserem, mas provavelmente o auge do meu fim-de-semana será um jantar com Rod e a namorada. Programa péssimo, mas uma boa oportunidade de conversar, já que tenho ouvido muito pouco a voz de Be nos últimos dias. Durma com um barulho desses!
E por falar em barulho, deixa ver o que os pipoquinhas estão aprontando, boa coisa não deve ser.
Bom fim-de-semana a todos!

Cenas da vida doméstica

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Paguei aluguel por muito tempo. Meu último apartamento alugado foi se transformando em uma coisa horrorosa, tudo caindo, mal arrumado, o proprietário não estava nem aí pro imóvel e aos poucos ele acabou virando um verdadeiro pardieiro.

Todos os meses era sagrado, no dia do pagamento quase toda a grana ia para algum investimento bacana, que rendesse um extra bom e lá ia eu continuando a morar no mesmo lugar horroroso. Vendi um terreninho herdado do meu avô para colaborar e, quando dei por mim, já tinha uma boa grana para comprar o apartamento. Não toda a grana, mas uma boa quantia.

O fato é que eu poderia ter mais. Alguns meses antes da compra, por conta de uns rolos familiares com a empresa do Be (que é melhor eu nem comentar para o meu nível de estresse se manter em um ponto razoável), tive que usar boa parte do dinheiro nisso. Nunca reclamei, pelo menos não na frente dele, mesmo que por diversas vezes eu tenha usado adjetivos bem baixos para me referir ao irmão dele quando Be não estava por perto.

Só que a situação foi ficando meio chata. Toda vez que eu falava sobre comprarmos um apartamento ouvia desculpas, umas bem fundamentadas (pra que um apartamento, se em pouco tempo você vai se mudar?) e outras nem tanto. Um apartamento era o que eu mais sonhava, imóvel é investimento, mas não queria um apartamento qualquer, queria um que pudesse fechar as portas, me mudar para a Bélgica e, toda vez que viéssemos para cá, ele estaria aqui, bonitão, só esperando por nós. Queria um lugar confortável, que pudesse nos acolher bem na nossa velhice, um lugar grande, com quarto para visitas e para os filhos que eu espero um dia ter.

Comecei a buscar o apartamento sozinha, só que toda vez que eu achava um razoavelmente decente, Be não gostava, ou fingia não gostar.

Até que eu tive um verdadeiro chilique quando encontrei esse aqui, sabia que não encontraria um lugar tão legal com o que estávamos dispostos a pagar. O chilique funcionou, em poucos meses já estava morando aqui, bem feliz.

Gosto daqui, a estrutura do apartamento é legal, é grande, o prédio é bacana, tem playground, piscina, salão de festas com churrasqueira, forno de pedra para fazer pizza, portaria 24 horas, duas vagas na garagem, essas coisas. Não é prédio de bacana, de madame que passa o dia na beira da piscina sem fazer nada, é um prédio de idosos e de casais e famílias que passam o dia inteiro na batente. Tem advogados, médico, promotor de justiça, aposentados, um clima bem familiar.

Só que quando viemos para cá a grana estava muito curta, quase todos os móveis que eu tinha no pardieiro vieram junto. Ganhei algumas coisas dos meus pais, o nosso quarto é novo e bacana, mas é só. Cozinha é do estilo Casas Bahia, na sala de estar tenho sofá e tv, e era isso. Muito espaço vazio (algumas peças inclusive não tem nada) para poucos móveis, e assim vamos levando.

Desde a compra do apartamento a prioridade tem sido terminar de pagá-lo e juntar grana para deixá-lo do jeito que eu queria.

Só que no ano passado tudo acabou desmoronando. Todas as economias que nós tínhamos foram usadas para pagar o hospital da moeder, raspamos todo o dinheiro que tínhamos e ainda estamos devendo uma grana pro hospital.

Nunca reclamei porque sei que apesar de não estar casada, eu vivo em um casamento e, em casamentos, você está junto pra tudo, não só para as situações boas.

Mas acho que uma das principais coisas do casamento é a compreensão.

E as vezes sinto que Be fica em débito comigo quanto a isso.

Vamos ao novo fato:

Cansei de pegar ônibus. Cansei de ter que ir para a parada de ônibus todos os dias quando o sol quase nem nasceu. Cansei de tomar chuva, ficar no frio. Cansei de voltar para casa carregada de sacolas.

Entendo que o momento é de economizar, mas que economia é essa? Se eu não posso ter um carro então ele também não pode.

Para ele é muito simples, todas as vezes que está aqui meu irmão empresta o carro da minha cunhada por meses a fio para usarmos. Be não sabe o que é pegar ônibus nem aqui, nem lá. Quando não podemos ter o carro, Be aluga um, o bonitinho não anda de ônibus não!

Não acho justo. O papo de deixarmos para o fim do ano não cola mais comigo. Estou muito chateada com essa situação. Desde ontem a noite, quando voltamos do interior, Be não fala direito comigo, faz cara de cão sem dono, como se eu tivesse espancado ele com o jornal sem merecer.

Fala sério. Fala seríssimo.

As coisas estão muito claras para mim, alguém aqui vai ter que ceder, e, dessa vez, não serei eu.

Juro por Deus, esse egoísmo dele me cansa. Me cansa demais.

O fim-de-semana poderia ter sido legal demais. Meu pai achou que estava abafando quando veio mostrar para a gente a proposta que um amigo dono de uma concessionária fez por um Ka. O carro é lindo, confortável, o modelo novo está uma graça, me empolguei, me empolguei de verdade. Até virar o rosto e ver a cara de bunda que Be fazia. Aquilo acabou com o meu fim-de-semana.

Não consigo entender como esse tipo de injustiça passe despercebido por ele. Como ele pode esperar que, depois de tudo que eu fiz pela mãe dele, guardemos dinheiro para terminar de pagar o hospital, abrindo mão mais uma vez do que eu quero. Como ele pode esperar que eu não me irrite com o fato de que os irmãos dele sejam os mais caras-de-pau, e nem ao menos se ofereçam para rachar o que falta da conta.

Não houve brigas, estamos em Guerra Fria.

Só peço a Deus serenidade, porque me conheço e, se eu abrir a boca em uma discussão, a coisa não vai ser bonita, a casa vai cair!

Um começo de semana cheio de paz e serenidade a todos, que é o que não estou conseguindo encontrar nesse momento.

ps: O batizado foi lindo demais, depois eu coloco foto do vestido da Denga. Ela ama tomar banho, quando o padre molhou a cabecinha dela, ao contrário dos outros bebês que choravam, ela começou a rir muito. Achamos que ela pensou que iria ganhar um banho, por isso ficou toda feliz, um amor. Preciso usar todo o meu auto-controle porque quase todo o tempo eu tenho vontade de apertar ela demais! Claro que não podiam faltar os comentários infelizes da irmã da cunha. Para a alegria de todos, logo após o almoço ela se mandou.

Denga ganhou um monte de presentes. No sábado pela manhã não consegui me controlar, comprei duas bonecas de pano tão lindas para ela. Adoro bonecas de pano, elas são tão delicadas e lindas, simples, mas tão mimosas...


PS: I love you

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Sinopse:
Holly Kennedy (Hilary Swank) é uma jovem bonita, feliz e realizada. Casou-se com o homem de sua vida, o divertido e apaixonado Gerry (Gerard Butler). Mas ele fica doente e morre, deixando Holly em estado de choque. Antes de falecer, Gerry deixa para a esposa uma série de cartas. Mensagens que surgem de forma surpreendente, sempre assinadas da mesma forma: "P.S. I Love You". A mãe de Holly (Kathy Bates) e as melhores amigas dela, Sharon (Gina Gershom) e Denise (Lisa Kundrow), estão preocupadas porque as cartas mantém a jovem presa ao passado. Mas o fato é que as cartas estão ajudando a aliviar sua dor e guiá-la a uma nova vida.

Sem comentários. O filme é maravilhoso, ideal para assistir agarradinha, ou até mesmo sozinha, e se debulhar em lágrimas.

E aproveitando que Be teve que ir a São Paulo e não está aqui para ler isso, deixa eu contar uma coisa para vocês:
Gerard Butler é tudibão! Tem um sorriso malandrinho, uma cara de brabo e uns grisalhos de arrepiar. Muito, muito lindo!
Que Deus abençoe tamanha saúde e te conserve, meu filho!
Ps: Vou começar a ler nessa semana "A menina que roubava livros". Vamos ver se eu acho assim tão maravilhoso como todos estão achando.
Ps 3: Alguém aí já foi assistir "Made of Honor" ( O melhor amigo da noiva)?

Fim-de-semana é batizado da Denga, mamis está fazendo todos os arranjos da festa. A bonitinha já está lá na casa da vovó, estou super ansiosa para viajar, mas precisarei esperar até amanhã, quando Be está de volta.

Um fim-de-semana radiante e maravilhoso para todos, sem esquecer de parabenizar a Joelma, que depois de anos de luta, está grávida!
Parabéns, Joelma, quem te acompanhou por tanto tempo nessa sua empreitada sabe o quanto você merece esse bebezinho que está vindo.


Culinária e fotos

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Como é bom ter a minha vidinha de volta.

No sábado Be e eu fomos junto com a cunha e a Denga ao shopping escolher o vestido do Batismo.

Achamos um vestido lindo demais, comprido, todo cheio de bordadinhos delicados e com sainha armada, todinho branco, a menina ficou um nojo de tão linda!

Não provamos muitos modelos, mas é claro que todo o programa acabou levando mais tempo do que o normal, porque Denga começou a ficar muito chorosa com esse tira-e-prova todo, e até acalmar ela não foi fácil.

Terminamos o nosso sábado por casa mesmo, eu ainda cheia de tosse e Be chamando uma pizza. Assistimos filminho na cama, namoramos, foi tão bom...

E ontem, como já estava melhor, assumi o posto de cozinheira para o nosso almoço. Fiz um lombinho de porco com vinho branco e molho agridoce que ficou uma coisa de doido.

Vou deixar a receita:

Primeiro eu cortei umas 600 gramas de lombinho de porco em cubinhos, temperei com bastante vinho branco (pode ser uma marca xexelenta mesmo, acho um desperdício usar bons vinhos para temperar comida), bastante molho de pimenta, sal e alho picado. Deixei a carne descansar por umas 2 horas mergulhada nessa mistura.

Nesse meio tempo fiz o molho agridoce.

Bem fácil, juntei em uma panela um pouco de azeite, pimentão verde, pimentão vermelho, cebola, abacaxi e cenoura, tudo picado. Deixei cozinhar levemente, acrescentando vez ou outra um pouquinho de água para não queimar. Juntei um cubo de caldo de carne, um pouco menos de meia xícara de chá de vinagre (eu prefiro usar o branco, não fica tão forte), 3 colheres de sopa de açúcar e mexi até desmanchar o caldo e evaporar o álcool. Depois disso coloquei umas duas colheres de maisena dissolvidas em um pouco de água e deixei engrossar. Feito isso acrescentei mais meia xícara de chá de catchup e era isso.

Minha mãe faz o molho um pouco diferente, primeiro ela queima o açúcar com o azeite e depois adiciona os ingredientes, ele fica com uma cor mais bonita, mais puxada pro marrom, eu acho um pouquinho mais difícil porque tem que queimar o açúcar até um ponto exato, se você não queima o suficiente nem vale a pena porque a cor do molho não muda, e se você queima demais em vez de um molho agridoce você acaba fazendo um molho amargo.

Esse molho é ótimo para acompanhar galinha, porco e camarão.

Se você tiver páprica em casa, pode colocar também, fica uma delícia!

Depois de pronto, desliguei o fogo e em uma outra panela, coloquei um fio de azeite de oliva e fritei bem o lombinho. Gosto sempre de colocar um pouco de água vez ou outra para não queimar e cozinhar bem por dentro, já que carne de porco é aquela coisa, cozinhar nunca é demais. Quando os cubos estavam bem dourados e cozidos, acrescentei o molho e mexi bem, não precisa colocar em outra panela, as raspinhas do alho torradinhos misturados com o molho é bom demais.

Servi com um arroz branco e uma saladinha de tomates cereja e rúcula, polvilhando um pouco de queijo parmesão por cima.

Até tiraria foto se tivesse sobrado alguma coisa, mas ficou tão bom que não ficou nem a raspa!

Tot ziens!

Ps1: Foi o Be quem conversou com o Rod, eu nem estava em casa, sei que quando cheguei ele tava me esperando para dar tchau, me agradecer pela hospedagem e nos presentear com uma boa garrafa de vinho que, por causa da gripe, ainda não foi consumida. Parece que ele ia se abancar com a menina em um hotel, ele até falou que ia ser bom para todos, que ele também precisava de mais tempo a sós com ela e tal. E só agora, depois do Be ter que chegar e falar, ele se dá conta disso?

Ps2: Por falar em fotos, abaixo segue fotinhos da Ferrugem e da Vigia, as duas últimas fotos são com a vista do terreno dos sonhos” que eu já falei anteriormente, um pedaço de terra que está à venda e que, se eu ganhasse na Mega Sena, seria a primeira coisa que eu iria comprar. É ao lado da casa de um chique e famoso, essa cerquinha que aparece na foto é da casa do tal pobre. Ai se eu tivesse dinheiro...


Ps3: Depois de mais uma tentativa, finalmente consegui instalar o haloscan por aqui. O saco é que os comentários do blogger sumiram. Haja paciência! E além disso tive que fazer uma gambiarra no cabeçalho, porque com o haloscan instalado, o cabeçalho simplesmente sumiu. Então, talvez vocês notem que o template está um pouco diferente, espero que vocês gostem! E peço desculpas pelos comentários que sumiram =/


Ps4: Ser substituta do chefe e ficar com a burocracia tem suas vantagens. Hoje vou poder trabalhar em casa. São 8 da matina, eu tô no batente, mas volta e meia posso ir no quarto e dar uma espiada se o Be tá dormindo direitinho. Tem coisa melhor que essa?



Caidinha

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Voltamos a ser só Be e eu aqui em casa. Rod foi para um hotel ontem e estou me sentindo muito aliviada. Não agüentava mais não poder ficar a vontade na minha casa e, Deus que me perdoe, mas não agüentava mais aquela namoradinha zoiuda dele.

Só tenho uma definição para ela: esquisita. Talvez a Bruna tenha razão, ela esteja mesmo tentando se dar bem, mas Rod não é bobo não. Se transa sem camisinha, assim, sem nem conhecer direito, está pedindo para se incomodar. E outra, eu não acredito muito em golpe, em gringo burro, acho que tudo é uma relação de troca. Nesses casos o gringo quer sexo e uma brasileira quente na cama e a brasileira quer alguém que esteja comprometido emocional e financeiramente com ela. Não tem um lado que perde e o outro que ganha, é uma troca.

Lembro de alguns anos atrás, quando conheci um casal desse tipo. Fomos jantar na casa de um conhecido do Be, a esposa era brasileira. Estava super empolgada, mas foi só até chegar, a tal brasileira era um ser muito estranho vestindo coisas “céquisses” e o maridão, um ser bem passado dos 60. Pode até ser amor, mas, será? Be ficou meio irritado comigo quando eu falei sobre isso, acha que nós não temos nada a ver com isso. E é verdade, eu sei, mas foi impossível não olhar para a garota e pensar em golpe, e olhar pro tiozinho sem pensar em um velho tarado e babão. Tá, eu sei, sou linguaruda mesmo. A primeira impressão que eu tive é a da tal simbiose que falei anteriormente. Cada um precisa de uma coisa, no final das contas eles se completam (não sei se se amam) e ponto final.

Mas, mudando de saco pra sacola:

Estou numa gripe horrorosa. Meu corpo inteiro dói, parece que fui atropelada por um trator. Be faz para mim umas receitas de uns chás secretos que eu nem sei o que ele põe, mas pela leseira que me dá, acredito fortemente que vá até conhaque nessa mistura.

E ontem ele foi à drogaria atrás dos tais drops de eucalipto, uma coisa bem comum na Holanda, uma espécie de pastilha que você põe dissolver em uma bacia com água bem quente e fica lá, com o carão em cima, respirando o vapor. Mas aqui não existe isso. Ele voltou para casa meio frustrado, até fiz a proposta de jogar um pouco do pinho sol do banheiro numa bacia e respirar, mas ele me olhou como se eu fosse louca.

Mas estou feliz. Mesmo doentinha, a idéia de um final de semana todinho pra gente, com Be cuidando de mim me agrada, e muito.

Até mais!


Insustentável!

terça-feira, 13 de maio de 2008

O fim-de-semana foi bem legal, tirei umas fotos que depois eu posto aqui! Minha mãe estava uma fofa, toda sonhadora, falando do batizado da Denga que acontece ainda nesse mês.
Aliás, conversei com Be a respeito disso e acho que com a Denga fechamos a cota de padrinhos. Be é padrinho dos sobrinhos dele também e agora da Denga, por mais empolgada que eu esteja porque é a primeira criança na minha família, acabamos por ficar quebrados com todos os presentes!
Então, voltando a viagem, foi bem legal, a previsão do tempo errou feio e acabamos por pegar uns dias com um solzinho bem gostoso. Não estava calor para tomar banho de mar, mas conseguimos namorar bastante, aproveitar o friozinho da noite, ficamos em uma pousada bem legal, que serviam o café da manhã na varanda do quarto. Tomávamos café olhando o mar.
É incrível como o clima muda fora do verão, os lugares ficam bem abandonados, vazios. Eu acho ótimo, amo praia no inverno. Minha mãe sofre um pouco, ela não gosta muito, diz que é triste, melancólico. Mas, como o astral de todo mundo estava lá em cima, não deixamos a peteca cair.
E como é bom fazer essa viagem de avião! Meia horinha e já estávamos lá, sem todo aquele estresse da BR 101. Eu já vi tanto acidente feio por lá que toda vez que vamos de carro eu fico tensa demais todo o trajeto.
Mas já cheguei tão estressada que nem parece que viajamos.
Juro por Deus que se a fulaninha da auditoria inventar mais uma planilha eu mando ela enfiar lá naquele lugar onde não bate sol.
E se as coisas lá no escritório andam feias, por casa está ainda pior. Não aguento mais não poder andar do jeito que eu quero na minha própria casa. Rod não se liga, já disse pro Be conversar com ele ou eu vou resolver as coisas da minha maneira.
Não quero mais chegar em casa cansada e encontrar um estranho por lá. Por mais que ele seja uma visita agradável quero ter a minha privacidade.
Já comecei a fase de dar indiretas pra namorada dele. Na verdade nem precisava, ela viu a cara de raiva que eu fiz pro Be quando Rod simplesmente chegou com a garota para jantar ontem, sem avisar.
Acho que para quem foi criado com toda a formalidade holandesa, Rod perdeu algumas lições bem importantes. E Be e eu, em compensação, parecemos ter cara de quem é pós-doc em panaquice.
E estou achando essa garota meio estranha. Eu sei que tenho um gênio forte do cão, as vezes bato o olho na pessoa e por mais que ela nunca tenha me feito nada eu não simpatizo. Talvez depois de conhecer ela por um tempo foi o suficiente para eu não gostar, ou talvez seja porquê eu ando realmente irritada com essa situação. O fato é que ela faz umas perguntas pessoais, que não tem cabimento, dia desses ela elogiou o nosso apartamento e perguntou se foi o Be quem comprou pra mim. Eu, hein? E já tentou me falar sobre intimidades dos dois. Talvez eu que esteja ficando meio holandesa, mas tem certas coisas que são muito inconvenientes, ainda mais entre pessoas que mal se conhecem.
Enfim, saturou. E quando satura, eu não consigo mais fingir que está tudo bem. O prazo expira amanhã, ou Be conversa com ele, ou o papo vai ser comigo.
E para piorar, big boss está indo para a França amanhã, a passeio.
Preciso mesmo dizer quem é o responsável por toda a burocracia que compete a ele?

Wow!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Fim-de-semana se aproximando. Papis e mamis estão em Floripa desde semana passada, Be e eu estamos indo amanhã. Comprei as tais passagens pela Gol por 246 reais. Só de pensar na tranquilidade de chegar lá sem enfrentar as doideiras da BR 101 já fico muito feliz!
Vamos pegar um frio de lascar, as previsões para o final de semana é que a temperatura de 6 graus se mantenha. Mas Floripa é Floripa, e Floripa com Be, mamis e papis é melhor ainda!
Comer um filezinho de Congrio e passear, mesmo que seja de casaquinho, de mãozinha dada pela Vigia não tem preço.
Vamos alugar um carrinho em Floripa e de lá descemos até Ferrugem.
Hoje tive um pequeno ataque, dei umas indiretas pro Rod, pra ele ir conhecer e passar uns dias lá na casa da menina em Santa Cruz. Be não gostou muito, disse que ficou meio chato.
Já saturou né? Já demos casa e comida para ele por vários dias, já teve tempo de conhecer a menina, agora ele que se vire!
Be queria que eu convidasse eles para viajar junto, disse que não. Estamos indo ficar com os meus pais, é dia das mães, acho que nesse clima familiar não cabe um estranho e a sua namorada recém adquirida.
E já falei pro Be, enquanto viajamos aqui em casa ele não fica. Ele é queridinho e tudo, mas poxa vida, tá na hora de começar a se coçar. De qualquer forma, vou trancar a porta do meu quarto, não quero desconhecidos se esfregando na minha cama ou usando o meu banheiro.
Mas até semana que vem quero ele fora da nossa casa. Ou Be conversa com ele e fala que queremos um tempo só para nós ou eu falo!

Em tempo:
Nunca toquei no assunto Isabella Nardoni por aqui e pretendia ficar assim. Entendo e me compadeço dessa comoção geral que recaiu sobre a população.
Só não concordo com o carnaval que estão fazendo em cima disso.
Todos os meios de comunicação fazem uma verdadeira briga pela disputa da audiência, usando o ocorrido de formas que chegam a beirar o grotesco.
Precisava aquela penca de viaturas para encaminhar os dois a prisão? Isso, no final das contas, é mal uso do dinheiro público, uma coisa que brasileiro nenhum parece se dar conta frente ao verdadeiro picadeiro que montaram.
Vi centenas de pessoas na frente do edifício dos dois e na delegacia urrando e pedindo por justiça, como se crimes bárbaros não fossem comuns por aqui.
Cadê esse povo clamando por justiça quando outras centenas de crimes iguais a esse acontecem todos os dias com crianças que fazem parte de classes menos favorecidas economicamente?
Crueldade com criança pobre não é novidade, brasileiro está acostumado.
O que choca é a novidade, a embalagem.
Mas no fim das contas não estamos falando todos sobre a mesma coisa?
Me espanta neguinho falando sobre Isabellas, Madeleines, quando, fora da mídia, há centenas de crianças sem rosto, que parecem ser deixadas no esquecimento. Crimes impunes, crimes corriqueiros, vida que segue normal.
Cadê o povo fazendo protesto nas ruas frente ao corte de 80% na verba de combate ao trabalho infantil? Trabalho infantil não é crueldade? Pergunta para aquelas crianças que trabalham no corte da cana se elas não acham que estão sendo vítimas de um crime também.
O governo acabou de fazer um corte de 2,5 bilhões do Ministério da Saúde. Estranho, não vi gente protestando por causa disso.
Querem protestar?
Acorda, povo!

Por aqui...

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Por aqui faz um frio danado e chove, chove muito.
Enquanto na Bélgica o clima parece se firmar, Be parece ter trazido toda a zica do tempo feio para os trópicos.
Desde quinta-feira chove demais, tivemos um ciclone nesse final de semana que deixou muitas pessoas desabrigadas, ruas trancadas por causa do alagamento e vários bairros sem energia elétrica e sem telefone. Uma colega do escritório desde sábado não tem luz, um horror!
No meu bairro não teve maiores estragos, mas em uma rua aqui próxima o vento arrancou árvores enormes que caíram sobre carros que estavam nas ruas, sobre casas, um pesadelo.
Nunca tinha visto esse tipo de coisa por aqui, parece mesmo que o mundo anda sendo muito mal-tratado para se vingar dessa forma.
Rod chegou e está hospedado aqui em casa. Não tenho queixas dele, arruma o próprio quarto, sempre deixa tudo limpinho por onde passa, pediu para que eu ensinasse a usar a programação da máquina de lavar, já vai ao super sozinho e quando volta sempre traz algum presente para mim, tipo flores, uns bombons, uma garrafa boa de vinho, essas coisas.
Be, enquanto estou no trabalho, dá uma ajeitada na casa e quando eu volto para casa no final da tarde, já está com o jantar engatado.
Conhecemos a namorada do Rod. Me pareceu uma menina bacana, ela é de Santa Cruz, pedagoga, tem 26 anos, bem simpática. No dia que ele chegou ela foi esperá-lo no aeroporto também. Foi engraçado porque ficamos um tempão na área de desembarque bem próximos e não sabíamos que era ela. Só quando Rod despontou que vimos que ela saiu correndo em direção a ele e aí me dei conta do óbvio. Puxei Be pelo casaco para não se aproximar, deixar os dois a vontade. Já rolou o maior beijão no aeroporto, e eu lá toda saudosista, lembrando de como foi comigo e com Be. Acho que ele pensou na mesma coisa porque me olhou e começou a rir, hahaha.
Jantamos com eles algumas vezes, em outras preferimos ficar em casa e deixar eles sozinhos.
Não sei o que Rod achou dela e como não tenho intimidade suficiente para perguntar, deixo quieto. Be diz que ele está mesmo gostando da menina, isso é bom.
Só achei estranho a menina, depois de tão pouco tempo, já falando de casamento, filhos essas coisas. Acho que tudo vem ao seu tempo. Ou talvez já seja o tempo deles e quem sou eu para me meter? Mas eu acho estranho, se conheceram há tão pouco tempo e a menina já falando em cria, em como os filhos deles vão ser bonitos, essas coisas. Eu fico de butuca quando ela começa com esses papos perto dele e vejo que Rod fica sério. Até queria chegar e dar uns toques para a menina, para pegar leve nesse papo que é para não assustar o rapaz, mas, novamente, também não tenho intimidade para isso.
Ele alugou um carro e não apareceu em casa por alguns dias. Be disse que ele e a menina estavam em um hotel. Eita fogo!
No final de semana convidamos os dois para ir com a gente para Gramado. Pegamos um inferno na estrada, a chuva fez muitos estragos e com a dificuldade de escoamento havia buracos gigantes na estrada que ficavam tapados por uma alta camada de água.
Nos hospedamos em um hotel lindinho chamado St Hubertus, com piscina térmica, uns quartos bem lindos, com hidro e colchão hiper mega gostoso, com serviço de quarto de primeira, na boca do Lago Negro. O café da manhã colonial deles faz balançar qualquer dieta. Como pegamos tempestade nos dois dias, nem saímos muito para bater perna na rua, ficamos pelo hotel mesmo, só saímos abaixo de chuva para jantar no Le Chalet e no domingo de manhã para dar uma caminhada. No resto do tempo nem sei o que Rod e a menina fizeram, só sei muito bem o que Be e eu fizemos, hahaha
Agora estou aqui escrevendo o post enquanto meu irmão levou Be e Rod para jogar futebol. Já mandei eles comerem qualquer porcaria na rua, porque hoje eu já estou de pijaminha de flanela e pantufas, me preparando para fazer a minha xícara de chocolate quente e assistir Lost e Grey's Anatomy.
Tot morgen!

Bolinho de chuva + Be + chuva + filme no sofá

sábado, 26 de abril de 2008

Be chegou.
Lindo como sempre, trazendo com ele a minha felicidade. Depois de anos de namoro ainda me pergunto como é que o bichinho pode ser tão lindo. Seria capaz de passar todo o tempo do mundo acordada, só olhando enquanto ele dorme. Muito, muito fofo....
O dia amanheceu chuvoso por aqui, aquele friozinho tão gostoso para ficar na cama. Fiquei um pouquinho a mais agarrada nele só para poder sentir o calor do corpo dele sob os meus braços, essas coisas são tão boas, não?

Acho que ele está cansadinho, sei que os últimos dias dele na Bélgica e em Boston foram regadinhos de problemas, então resolvi d
eixar ele dormindo e saí fazer algumas compras e passei na locadora.
Voltei para casa, preparei aquela mesinha esperta com um café gostoso e pães fresquinhos na varanda.
Tomamos café olhando a chuva cair.

No almoço preparei uma sopa de legumes bem reforçada que é para dar aquela "sustância", porque o bichinho vai precisar ;)

Já falei que eu adoro o meu bairro? Pois é, eu adoro. Todos os sábados tem feirinha na rua, com legumes, frutas e hortaliças fresquinhas, dá para fazer a festa.

Agora Be foi dormir de novo. Eu
estou aqui, fazendo um tempo antes de acordá-lo, vou fazer bolinhos de chuva, colocar um dvd pra rodar, pegar o meu holandês e o meu edredon e passar todo o tempo que eu puder agarrada nele, coberta com o edredon, comendo bolinho de chuva e assistindo uns filmes legais, ouvindo a chuva cair lá fora.
Já falei pra vocês que a vida é bela?
Pois é, ela é!
E nem a chegada do amigo de Be na semana que vem é capaz de atrapalhar esse meu momento felicidade plena, hohoho

ps: as minhas encomendas da Vic's chegaram junto com o Be. Uma das malhas veio com umas falhas na gola, acho que tem conserto. Alguém aí já comprou pelo site e sabe se nas pontas de estoque podem vender coisas com falhas?
As malhas ficaram larguinhas, bem pro frio mesmo. Gostei, estava com medo de comprar pelo site e dar zica no tamanho.
ps2: queria entender a pessoa que se deu ao trabalho de criar um e-mail fake para me mandar e-mails e fofocar a re
speito de blogueiras e até contar o que fulana e ciclana fala de mim. Acordem, a vida é curta demais para perder tempo com bobagens. Estou totalmente adepta do slogan Free: "Cada um na sua mas com alguma coisa em comum".

E abaixo, tchã! O porquinho Be enviado
pela Luci Lacey, olhem que coisa mais fofa!!

O pecado mora ao lado...

terça-feira, 22 de abril de 2008

Hoje acordei com a estranha impressão que estamos rodeados de tentações por todos os lados. Quando você está na padaria tem aquela torta deliciosa explodindo de tantas calorias que fica dançando na sua frente, pedindo para ser devorada.
Se você sai correndo da padaria e vai pro trabalho, há aquela vontade medonha de fingir estar doente para ficar em casa relaxando. Aquele famoso diabinho paira ao lado da sua cabeça, dizendo coisas como: "Mas é só um dia, nem vai fazer tanta falta, você tem trabalhado tanto, eu acho que você merece".
Depois de horas e mais horas ralando no batente, bate aquela fominha e você acha que, depois de tantas horas de produção, merece uma refeição decente no shopping.
E é aí que os seus problemas recomeçam, no buffet maravilhoso é tão difícil ficar próximo as saladas. A vontade que você tem é sair correndo para aquela parte do restaurante onde ficam as comidas mais gostosas, aquele monte de massas diferentes com uns molhos que parecem tão deliciosos ficam fazendo sinal para você, enchendo o ambiente com aquele cheiro gostoso que seria capaz de fazer você flutuar, como acontece nas propagandas de perfumes.
Na saída do restaurante você dá uma olhada nas vitrines, caminhando um pouco para fazer digestão antes de voltar pro escritório, até que os seus olhos batem naquele casaco lindíssimo na vitrine da TNG. Ele custa uma pequena fortuna, mas é maravilhoso e ficaria lindão em você. O diabinho rapidamente aparece novamente: " Compra sua boba, usa o cartão conjunto que você tem com o Be, ele nem vai se dar conta, inventa qualquer coisa, você nunca mais vai encontrar outro casaco tão perfeito". Você tem vontade de colocar as mãos nas orelhas e gritar bem alto, querendo silenciar as vozes que vem da sua cabeça, mas por medo de que os seguranças mandem te prender você apenas faz uma força sobre-humana e vai embora.
Volta para o escritório e trabalha mais uma penca de horas, tanto trabalho que você até esquece que existe a palavra pecado.
Mas na hora de ir embora, dentro do elevador, o pecado reaparece, na forma de um homem que mesmo após horas de trabalho continua cheiroso e com um sorriso safado no rosto. Alguém que parece ignorar a aliança grossa que paira no seu dedo.
"Deus, como o sorriso dele é bonito, aposto que deve ser implante ou dentadura, não é possível". Você desce com ele até a entrada do prédio, fechando os olhos e tentando encontrar prováveis defeitos para tamanha formosura.
"Deve ser brocha, deve ser um maníaco, deve ter o bilau pequeno, deve ter mau hálito". E você fica lá, devaneando, até ser trazida novamente a realidade pelo bofe.
-Se não estiver de carro eu posso te dar carona!
Você inventa milhares de desculpas e vai embora quase correndo, apavorada.
E antes de adormecer, você faz a sua oração: "Querido Papai do Céu, eu tenho sido uma boa menina, me comportado bem, mas por favor, vê se não tenta me ferrar! Amém".

Se assumir

domingo, 20 de abril de 2008

Não vejo nenhum problema em festas de casamento chiques e pomposas.
Não me incomodo com gente que ostenta o seu dinheiro e a forma futil que são capaz de gastá-lo, afinal, o dinheiro não é meu e não tenho nada a ver com isso.
Estou nem aí para quanto o jantar custou por pessoa.
Mas a questão é se assumir.
Dar a alcunha de "cerimônia discreta" para uma festa de mais de 600 pessoas é um tanto quanto ridículo.
Mais ridículo ainda foi a tentativa de fazer com que o casamento tivesse "ares" de casamento de "pobre", realizando a cerimônia na Igreja São José.
Proibir que os carros estacionados na Alberto Bins fossem retirados de lá foi o ó do borogodó.
Tranqueira infernal, eu com o carro do meu irmão e ele me ligando para ver se eu poderia dar uma passada em uma das ruas diagonais e dar carona para uma amiga dele que teve o carro "apreendido" no estacionamento.
Alguém deveria avisar a esquerda-caviar que discrição e bom senso seria fazer a cerimônia na Catedral, que além de ser chique ainda tem um heliporto nos arredores e não precisaria bloquear nenhuma rua.
Será que discrição com 600 convidados e jantar custando mais de 200 reais a cabeça convence o povo de que quem governa esse país é a esquerda?
Assumam que o que servem na mesa de vocês é caviar e não sardinha enlatada!

Update: estou falando do casamento da filha da Dilma Rousseff, que aconteceu na última sexta-feira aqui em Porto Alegre e contou com o chefe dos pinguços e a sua corte de 10 ministros entre outros.

Anne Frank - Uma História Para Hoje

sexta-feira, 18 de abril de 2008

"Mais de 20 painéis compõem a exposição Anne Frank - Uma História Para Hoje. Neles, o público pode conferir reproduções de fotografias dos álbuns da família Frank e de arquivos históricos, com legendas e textos explicativos em português.

A mostra, que já passou por diversos países, foi criada pela fundação que leva o nome da menina, na Holanda. Além dos painéis, também é possível observar cem desenhos e 11 poemas de crianças de 11 a 15 anos do campo de concentração de Terezin, na Tchecoslováquia, construído pelos nazistas.

Anne Frank, uma adolescente judia e sua família, ficaram escondidos dos nazistas, durante dois anos, confinados em um pequeno anexo de uma casa em Amsterdã, Holanda. Nesse período, a menina de 13 anos ganhou um diário e começou a contar a sua história e os horrores impostos pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.

A família foi descoberta e levada a campos de concentração nos quais todos morreram com exceção do pai de Anne. O diário da menina foi resgatado, traduzido para mais de 70 países e também apresentado em filme e peças de teatro".

A mostra encontra-se em exposição na Usina do Gasômetro, até o dia 10 de maio, de terça a sábado, das 9 as 21 horas. A entrada é franca.

Vale a pena conferir. Já visitei algumas vezes a casa dela no centro de Amsterdam, que hoje funciona como Museu. Foi um dos passeios mais belos e tristes que eu fiz na cidade. Conhecer a história da menina e de sua família me deixou emocionada. Sei de muita gente que chorou estando no museu, eu inclusive.
Está aí a dica.
É uma exposição que definitivamente não dá para perder.

Mais informações sobre o museu, você encontra aqui:
http://www.annefrank.org/splashpage.asp


Como os nossos pais

terça-feira, 15 de abril de 2008

Às vezes eu me surpreendo em como podemos, com a idade, acabar parecidos com os nossos pais. Meu irmão sempre riu muito do ronco do meu pai. O ronco dele era uma coisa horrorosa, até hoje acho que a minha mãe é uma brava guerreira por ficar ao lado dele. Depois da cirurgia que ele fez no céu da boca melhorou muito, mas antes, a sensação era que tinha terremoto todos os dias lá em casa. Só que o que o meu irmão não tinha se dado conta é que o ronco dele está muito, muito parecido com o do seu progenitor. Quando a cunha tocou no assunto dia desses, ele ficou brabíssimo, disse que ela estava de sacanagem, que não podia ser verdade. Pois bem, a cunha resolveu provar. Deixou um gravadorzinho próximo da cama e durante uma madrugada dessas foi lá e apertou o record. Resultado: quando ouvimos a fitinha achamos impossível diferenciar o ronco do papi do dele. Simplesmente igual. Ele ainda tentou argumentar, dizendo que era pegadinha delas (da cunha e da minha mãe que foi a cúmplice na gravação), mas quando foi convencido de que o ronco era dele mesmo, ficou decepcionado. Tanto que ele debochava do meu pai, lá está ele, roncando igual. Brincamos que iriamos comprar uns protetores de ouvido para a cunha e para a denga, porque aquele barulho infernal deve ser insalubre.
Nunca observei nenhuma característica em mim que tenha se acentuado com o tempo e que poderia ter herança genética (se é que essas coisas passam por genes). Se bem que todos são unânimes em dizer que eu fico mais debochada a cada dia que passa. Deve ser herança da minha mãe, já que ela é uma criatura realmente iluminada pela luz divina do deboche. Mas não aquele deboche chato, é aquele engraçado mesmo, minha mãe é risada garantida em qualquer festa.
As más línguas da família dizem que até em festa infantil ela pode fazer sucesso, nem é preciso contratar palhaço, é só dar uma caipirinha para a mamis, que as risadas estão garantidas. (Viu porque más, que coisa feia falar que a minha mamis se vende por meia dúzia de biritas! E pior ainda chamar a pobrezinha de palhaça!).
Mas ontem a noite uma coisa me assustou muito.
Estava bem relaxada, sentada em meu sofá, tomando a minha garrafa de Casillero del Diablo, conversando com o Be e de repente ouvi uma coisa que me assustou. Olhei feio para a garrafa, pensei que fosse efeito da bebida ou que os meus ouvidos estivessem me enganando. Mas não se passou um minuto do primeiro susto, aconteceu de novo, Be deu uma gargalhada e aquele barulho novamente.
Sim, caras blogueiras, eu admito, Be está com risada porquinho.
Só Deus sabe o quanto eu odeio aquela risada, a pessoa tá lá, gargalhando e de repente aquele oinc-oinc no meio da risada, um barulhinho sinistro que é feito com o nariz.
Não é um oinc-oinc-oinc o tempo todo, é mais como um: hahahahaoinchahahaha
O oinc é perdido no meio da gargalhada sabem?
Tanto que eu rezei, tanto que eu pedi, tanto que eu implorei a Deus...
Sempre achei uma dádiva o sogrão ser meio carrancudo, porque toda vez que ele ri é uma infinidade de oinc-oinc que provém dele e agora isso?
Eu só preciso saber, será que essas coisas tem transmissão genética?
Será que estou fadada a ter filhinhos com risada porquinho?

Light my fire!

domingo, 13 de abril de 2008

O show foi maravilhoso! Uma miscelânea de pessoas estava na platéia. Os sessentões fãs da banda dividiam o espaço com o pessoal de 20 e poucos e com os adolescentes, aqueles que descobriram The Doors a pouco tempo e fazem da banda o símbolo de sua geração. Impressionante como Jim Morrison conseguiu influenciar tantas gerações.
Fui com mamis e confesso que foi emocionante, do início ao fim.
Quando eles entraram no palco do Pepsi on Stage ao som de Carmina Burana a platéia silenciou, uma r
everência muda aos mestres. Senti a minha mãe pegando no meu braço e bastou um olhar para ver os olhos dela brilhando, cheios de lágrimas. Impossível não se emocionar.
Quando o som de trovões e chuva encheu o espaço, na introdução de Riders on the Storm, a platéia enlouqueceu. Confesso que fiquei arrepiada.
Mas o melhor do show sem dúvida foi Ray Manzarek. Porque Jim Morrison até pôde ter sido a alma da banda, mas Ray é o coração. Em todas as vezes que o som do teclado dele ficava mais evidente, você podia sentir o quanto o velhinho é fenomenal.
Ri muito quando começou Dead cats, dead rats, minha mãe cantava endoidecida. Fiquei espantada em como, depois de tantas décadas, as letras das músicas continuam afiadinhas na memória
dela.
E o que dizer de Brett Scallions? Ainda não sei dizer se gostei dele ou não.
O cara canta bem, tem um timbre de voz bem diferente do de Morrison mas bacana. Só que fiquei um pouco incomodada com a presença de palco dele.
Achei um pouco artificial, cheio de trejeitos do Morrison. Uma cópia, nem preciso dizer que barata, até porque qualquer cópia perto de Morrison acabaria sendo barata.
Acho que falta encontrar o estilo dele,
não sei os outros fãs incondicionais da banda, mas eu não quero ver alguém no palco tentando imitar o que não pode ser imitado.
Jim foi o primeiro e único.
Ver o cara cantando de costas pro palco me deu uma sensação ruim, como se estivesse vendo Val Kilmer no filme.
Talvez a intenção fosse fazer com que o público se sentisse realmente em um show do Doors. Nesse quesito valeu a intenção, ouvi várias pessoas comentando sobre a ligeira semelhança entre os dois. Eu discordo, acho que Brett se parece mais com o jeito caricato de Val no filme do que com o verdadeiro. Mas, gosto é gosto.
Valeu o show.
Valeu Ray e Robby!
E descanse em paz Lagarto Rei!

Ab
aixo foto das cópias, Val Kilmer e Brett Scallions:



Updatando, alguém entendeu?

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Alguém sabe me dizer o que o Pinguço está fazendo na Holanda?
Estará ele tentando convencer os cabeças- de-queijo a acreditar em algo que nem nós brasileiros acreditamos?
Mistério.
O papinho mole sobre inclusão social e aumento do mercado das massas não me empolgou.

Fato: hoje fizemos a distribuição das cestas de páscoa em uma creche, como tínhamos muito serviço acumulado, somente hoje conseguimos ir até lá.
Uma paz de espírito muito grande toma conta de mim, a certeza do dever cumprido me dá uma sensação de leveza tão boa que eu seria capaz de flutuar.

Para o fim-de-semana: torta creme de papaia e torta de azeitona com salame

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Sou totalmente enlouquecida por aquela famosa combinação de sorvete de creme + papaia + licor de cassis.
Aprendi uma receitinha bem fácil que fica uma delícia.
Vamos lá.
Você vai precisar de:
2 pacotes de biscoito de maisena
5 colheres de sopa de manteiga
3 envelopes de gelatina em pó sem sabor
6 colheres de sopa de água
2 mamões papaia maduros sem casca e sem sementes
6 bolas de sorvete de creme
5 colheres de sopa de açúcar
Licor de cassis a gosto (o meu gosto é bastantão)

Triture os biscoitos no liquidificador, transfira para uma tigela e misture com a manteiga. Com essa massa forre o fundo e as laterais de uma fôrma de aro removível. Hidrate a gelatina com a água e dissolva bem. Bata no liquidificador com o mamão papaia, o sorvete de creme e o açúcar. Despeje sobre a massa e leve ao congelador por duas horas. Desenforme e sirva a torta coberta com o licor de cassis. Qualquer licor de cassis serve, mas eu gosto muito do Marie Brizard, é mais espesso que os outros e quase não tem gosto de álcool.

Agora vamos a torta de salame:
1/2 xícara de chá de azeitonas verdes picadas
1/2 xícara de chá de salame picado
3 colheres de sopa de salsa picada
2 xícaras de chá de leite
2 xícaras de chá de farinha de trigo
1 xícara de chá de maisena
1/2 xícara de chá de margarina
1/4 xícara de chá de iogurte natural
3 ovos
3 colheres de sopa de queijo parmesão ralado
1 colher de sopa de fermento em pó
1 colher de chá de sal
margarina para untar

Em uma tigela misture as azeitonas, o salame picado a salsa e reserve. Bata o restante dos ingredientes no liquidificador até formar uma massa homogênea. Misture com os ingredientes reservados. Despeje em uma fôrma untada e leve ao forno alto, preaquecido, por 40 minutos ou até dourar a massa.

Um fim-de-semana bem gostoso para todos nós!



O pesadelo

terça-feira, 8 de abril de 2008

Vou tentar contar um pouquinho o que rolou por aqui durante a estadia da moeder. Não foram momentos agradáveis, mas penso que quem sempre passou por aqui e torceu para que tudo ficasse bem, merece saber.

Vivemos um pesadelo, daqueles bem bisonhos mesmo.

Ela internou, iria fazer alguns exames e a tal cirurgia. Durante os exames descobriram que o câncer tinha se alastrado mais do que o médico na Holanda havia previsto. Ele estava pressionando a caixa torácica dela e a situação ficava pior cada dia a mais que se esperava.

Optamos por fazer logo a cirurgia. Durante a cirurgia, a pressão dela aumentou bastante, eles nem sabem explicar direito o porquê, meu irmão falou que pode ser até por causa da anestesia. Sei que lá pelas tantas a coisa ficou tão fora de controle que tiveram que encerrar a cirurgia sem remover tudo o que precisava ser removido.

Do bloco, ela foi direto para a CTI, totalmente instável e tendo fibrilação de tempo em tempo.

Não tenho nem palavras para contar o terror que vivemos. Be do lado de lá desesperado e eu do lado de cá aterrorizada de verdade.

Nunca tive alguém próximo a mim doente de verdade. Minha mãe tem diabetes, mas ela se cuida tanto que nunca houve nenhum tipo de susto. Fez a cirurgia no olho há um tempo atrás, mas tudo foi tão tranqüilo que não tem nem comparação. Eu não sabia o que fazer. A cada conversa com o médico ele nos apavorava mais. Dizia que a situação era muito grave, que era para avisarmos a família para se preparar, para vir ao Brasil, aquela coisa toda. Cada vez que eu conversava com o Be ficava mais arrasada. Um desespero sem tamanho foi tomando conta de todos nós. Entendia o lado dele de estar tão longe dela, mas por diversas vezes me senti completamente sem forças. Foi um período difícil. Nunca vi Be tão irritado e agressivo. Mais de uma vez desliguei o telefone na cara dele, achava melhor desligar do que falar coisas que fossem fazer eu me arrepender depois. Por várias vezes achei que o nosso relacionamento tinha chegado ao fim. A situação ficou insustentável. Lá pelas tantas me pegava rezando, pedindo, por favor, para Deus, para que acabasse com o nosso sofrimento, o da moeder e o meu.

Eu tinha meu emprego que não podia deixar de lado e tinha ela, alguém que, naquele momento, dependia unicamente de mim.

Diversas vezes me peguei chorando. Aliás, chorava em qualquer lugar, no escritório, no hospital, em casa.

Em uma das noites, depois de falar com o médico, (que mais uma vez falou que a coisa estava muito, muito feia), tive uma dor de estômago infernal e fui parar na emergência do hospital, com gastrite nervosa. Cheguei a vomitar sangue, o médico achou que eu poderia estar fazendo uma úlcera.

Minha mãe ficou aqui comigo o tempo todo. Todas as noites eu rezava, pedindo para que Deus olhasse por nós, que mostrasse uma solução.

Depois de idas e vindas de quase 20 dias na CTI, ela foi para um quarto. Fiquei um pouco mais tranqüila. Os médicos achavam que não precisaria mais de outra cirurgia, eles iniciariam a quimio assim que ela ficasse um pouco mais forte e controlariam o crescimento do tumor.

Misteriosamente, depois de eu dar um xilique no hospital pelo descaso de um dos médicos (o tal cirurgião), o discurso começou a mudar. O que antes era pura desgraça começou a ter um ponto de vista mais otimista.

Aliás, por pouco não perdi o pouco de paciência que ainda me restava e não avancei no tal cirurgião. Todo impaciente, nervosinho, conversava comigo olhando o tempo todo pro relógio, como se estivesse me fazendo um favor explicar o que estava acontecendo. Conversei com outros familiares de pacientes que ele atendeu que falaram a mesma coisa. O descaso que ele trata as pessoas chega beirar ao absurdo. Até agora não entendo como alguém como esse cidadão vira cirurgião oncológico. Um tipo desses não poderia ser nem ao menos veterinário, quem dirá médico.

Enfim, passou. Moeder foi melhorando, ainda que lentamente, até o dia que o novo médico achou que era hora de iniciar a quimio.

Na boa, não vou nem descrever aqui as reações da quimio. Todos sabem. Só que ver “ao vivo” é muito, muito pior. Moeder passou duas noites e dois dias a base de remédios fortíssimos para dor, ela teve uma diarréia tão violenta que a fazia chorar, acho que pela dor e até pela vergonha.

Procurávamos não chorar na frente dela, tentava me controlar. Mas no terceiro dia pós quimio, desabei, de verdade. Feridas tomavam a boca inteira dela, feridas muito feias, que a faziam gemer de dor até para tomar água.

Mais 15 dias de hospital e pouco antes da alta, o desespero recomeçou: houve um acúmulo de líquido na cavidade que acomoda os pulmões. Foi de repente, de manhã saí do hospital e ela estava bem, quando voltei a noite, o peito dela parecia inchado. Nunca tinha visto uma coisa daquelas antes. Ela foi levada às pressas novamente para o bloco cirúrgico, tinham que enfiar uma mangueira e tirar esse líquido. O médico disse que não era tão apavorante, que aquilo poderia ser uma das reações da própria cirurgia. Só que desde a entrada no Bloco até a volta para a CTI moeder teve 5 paradas cardio-respiratórias.

Às vezes eu ainda me pego pensando nisso tudo, sinceramente, não sei de onde tiramos forças para lutar, e, principalmente, não sei de onde moeder tirou tanta vontade de viver.

Por mais uma penca de dias, a coisa ficou realmente feia por aqui.

E em um desses dias, Be me ligou, mais uma vez incapaz de entender o que acontecia por aqui. Injusto, usando um tom de voz agressivo para falar comigo, só lembro que na hora nem deixei ele falar, disse tudo o que estava engasgado já há algum tempo e desliguei o telefone na cara dele, depois de deixar bem claro que aquilo para mim era o fim, que estava tudo acabado.

Duas horas depois, novamente fui parar na emergência, vomitando sangue.

Fiquei com muita pena da minha mãe, tadinha, ela não sabia o que fazer, não sabia com o que se apavorava mais, se era com a moeder ou era comigo.

Não sei ao certo o que aconteceu depois, mas suspeito que tenha dedo do meu irmão. O fato é que, 2 dias depois, Be chegou ao Brasil.

Lentamente, tudo começou a melhorar. Intimamente estava aliviada por tê-lo comigo, era alguém com quem eu poderia dividir o que estava acontecendo.

Não queria estar no lugar dele. Ele foi embora vendo a mãe bem, rindo. Ele voltou e encontrou a mãe magra, toda machucada por dentro e por fora, cheia de tubos e em estado grave.

Confesso que na hora, nem aquilo foi capaz de aplacar a minha ira. O arrastei para um hotel, não tinha coragem de fechar a porta de casa e falar tudo o que eu tinha para falar na frente da minha mãe.

Me espantei em como ele pôde ser tão ingrato. Fiz força para entender o que ele estava passando, mas acho que a postura que ele teve comigo foi muito, muito errada.

Eu gritava dentro do quarto, de raiva. E ele quieto, cabisbaixo. Pedindo desculpas o tempo todo, chorando, dizendo que eu precisava perdoá-lo.

Antes de decidir voltar com ele, ainda passamos longos dias afastados, ele dormindo em um hotel e passando o dia todo com a mãe no hospital.

Moeder saiu novamente da CTI e voltou para o quarto. Depois de mais 2 semanas ela teve finalmente alta. Foi uma alegria tê-la novamente em casa. Por duas vezes ela ainda passou um pouquinho mal e tivemos que levá-la às pressas para o hospital. Mas nada comparado com o que passou.

Depois do que vivemos eu ganhei uma amiga. Todo o reconhecimento que eu esperei por muito tempo receber da parte de Be, eu ganhei dela.

A gratidão que eu esperava de Be também veio. E desde então ele anda feito um cordeiro, pisando leve perto de mim. Melhor assim, foi preciso eu berrar e impor os meus limites para que ele se desse conta do que fez.

Moeder ainda está sob acompanhamento médico na Holanda, as últimas sessões ela fez lá. Em julho ela volta para fazer uma revisão com o médico daqui. Como não conseguiram remover todo o tumor na cirurgia, a gente fica muito com o pé atrás. A reincidência para esse tipo de tumor que ela teve é bem elevado. Mas depois de tudo o que passamos, tenho certeza de que moeder, se preciso, vai lutar até o fim. A guerra dela agora é com a anemia, ela está com uma anemia bem violenta, tomando uma penca de suplementos. Mas anemia ainda é um preço baixo para o inferno que a gente viveu.

Nossas finanças, com tudo isso, ficaram despedaçadas. Vi os meus sonhos de terminar de pagar a casa em Brecht esse ano indo por água abaixo. Vi os meus sonhos de deixar as casas aqui e lá do jeito que eu queria indo pro espaço. Tudo que a gente tinha de reserva, pro aperto, se foi, e ainda falta pagar um bom valor pro hospital. Estamos duros, de verdade. Não vou nem aqui falar em valores, mas recomendo a todos que moram no exterior e que um dia, pretendam vir morar no Brasil, ou que pensam em fazer alguma cirurgia aqui, que paguem um plano de saúde. Porque você até pode ter uma previsão de quanto vai gastar no procedimento, mas se der algum tipo de “zebra” como aconteceu no nosso caso, só Deus sabe onde a sua conta no faturamento do Hospital vai parar.

Era isso.


 
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