Bolinho de chuva + Be + chuva + filme no sofá

sábado, 26 de abril de 2008

Be chegou.
Lindo como sempre, trazendo com ele a minha felicidade. Depois de anos de namoro ainda me pergunto como é que o bichinho pode ser tão lindo. Seria capaz de passar todo o tempo do mundo acordada, só olhando enquanto ele dorme. Muito, muito fofo....
O dia amanheceu chuvoso por aqui, aquele friozinho tão gostoso para ficar na cama. Fiquei um pouquinho a mais agarrada nele só para poder sentir o calor do corpo dele sob os meus braços, essas coisas são tão boas, não?

Acho que ele está cansadinho, sei que os últimos dias dele na Bélgica e em Boston foram regadinhos de problemas, então resolvi d
eixar ele dormindo e saí fazer algumas compras e passei na locadora.
Voltei para casa, preparei aquela mesinha esperta com um café gostoso e pães fresquinhos na varanda.
Tomamos café olhando a chuva cair.

No almoço preparei uma sopa de legumes bem reforçada que é para dar aquela "sustância", porque o bichinho vai precisar ;)

Já falei que eu adoro o meu bairro? Pois é, eu adoro. Todos os sábados tem feirinha na rua, com legumes, frutas e hortaliças fresquinhas, dá para fazer a festa.

Agora Be foi dormir de novo. Eu
estou aqui, fazendo um tempo antes de acordá-lo, vou fazer bolinhos de chuva, colocar um dvd pra rodar, pegar o meu holandês e o meu edredon e passar todo o tempo que eu puder agarrada nele, coberta com o edredon, comendo bolinho de chuva e assistindo uns filmes legais, ouvindo a chuva cair lá fora.
Já falei pra vocês que a vida é bela?
Pois é, ela é!
E nem a chegada do amigo de Be na semana que vem é capaz de atrapalhar esse meu momento felicidade plena, hohoho

ps: as minhas encomendas da Vic's chegaram junto com o Be. Uma das malhas veio com umas falhas na gola, acho que tem conserto. Alguém aí já comprou pelo site e sabe se nas pontas de estoque podem vender coisas com falhas?
As malhas ficaram larguinhas, bem pro frio mesmo. Gostei, estava com medo de comprar pelo site e dar zica no tamanho.
ps2: queria entender a pessoa que se deu ao trabalho de criar um e-mail fake para me mandar e-mails e fofocar a re
speito de blogueiras e até contar o que fulana e ciclana fala de mim. Acordem, a vida é curta demais para perder tempo com bobagens. Estou totalmente adepta do slogan Free: "Cada um na sua mas com alguma coisa em comum".

E abaixo, tchã! O porquinho Be enviado
pela Luci Lacey, olhem que coisa mais fofa!!

O pecado mora ao lado...

terça-feira, 22 de abril de 2008

Hoje acordei com a estranha impressão que estamos rodeados de tentações por todos os lados. Quando você está na padaria tem aquela torta deliciosa explodindo de tantas calorias que fica dançando na sua frente, pedindo para ser devorada.
Se você sai correndo da padaria e vai pro trabalho, há aquela vontade medonha de fingir estar doente para ficar em casa relaxando. Aquele famoso diabinho paira ao lado da sua cabeça, dizendo coisas como: "Mas é só um dia, nem vai fazer tanta falta, você tem trabalhado tanto, eu acho que você merece".
Depois de horas e mais horas ralando no batente, bate aquela fominha e você acha que, depois de tantas horas de produção, merece uma refeição decente no shopping.
E é aí que os seus problemas recomeçam, no buffet maravilhoso é tão difícil ficar próximo as saladas. A vontade que você tem é sair correndo para aquela parte do restaurante onde ficam as comidas mais gostosas, aquele monte de massas diferentes com uns molhos que parecem tão deliciosos ficam fazendo sinal para você, enchendo o ambiente com aquele cheiro gostoso que seria capaz de fazer você flutuar, como acontece nas propagandas de perfumes.
Na saída do restaurante você dá uma olhada nas vitrines, caminhando um pouco para fazer digestão antes de voltar pro escritório, até que os seus olhos batem naquele casaco lindíssimo na vitrine da TNG. Ele custa uma pequena fortuna, mas é maravilhoso e ficaria lindão em você. O diabinho rapidamente aparece novamente: " Compra sua boba, usa o cartão conjunto que você tem com o Be, ele nem vai se dar conta, inventa qualquer coisa, você nunca mais vai encontrar outro casaco tão perfeito". Você tem vontade de colocar as mãos nas orelhas e gritar bem alto, querendo silenciar as vozes que vem da sua cabeça, mas por medo de que os seguranças mandem te prender você apenas faz uma força sobre-humana e vai embora.
Volta para o escritório e trabalha mais uma penca de horas, tanto trabalho que você até esquece que existe a palavra pecado.
Mas na hora de ir embora, dentro do elevador, o pecado reaparece, na forma de um homem que mesmo após horas de trabalho continua cheiroso e com um sorriso safado no rosto. Alguém que parece ignorar a aliança grossa que paira no seu dedo.
"Deus, como o sorriso dele é bonito, aposto que deve ser implante ou dentadura, não é possível". Você desce com ele até a entrada do prédio, fechando os olhos e tentando encontrar prováveis defeitos para tamanha formosura.
"Deve ser brocha, deve ser um maníaco, deve ter o bilau pequeno, deve ter mau hálito". E você fica lá, devaneando, até ser trazida novamente a realidade pelo bofe.
-Se não estiver de carro eu posso te dar carona!
Você inventa milhares de desculpas e vai embora quase correndo, apavorada.
E antes de adormecer, você faz a sua oração: "Querido Papai do Céu, eu tenho sido uma boa menina, me comportado bem, mas por favor, vê se não tenta me ferrar! Amém".

Se assumir

domingo, 20 de abril de 2008

Não vejo nenhum problema em festas de casamento chiques e pomposas.
Não me incomodo com gente que ostenta o seu dinheiro e a forma futil que são capaz de gastá-lo, afinal, o dinheiro não é meu e não tenho nada a ver com isso.
Estou nem aí para quanto o jantar custou por pessoa.
Mas a questão é se assumir.
Dar a alcunha de "cerimônia discreta" para uma festa de mais de 600 pessoas é um tanto quanto ridículo.
Mais ridículo ainda foi a tentativa de fazer com que o casamento tivesse "ares" de casamento de "pobre", realizando a cerimônia na Igreja São José.
Proibir que os carros estacionados na Alberto Bins fossem retirados de lá foi o ó do borogodó.
Tranqueira infernal, eu com o carro do meu irmão e ele me ligando para ver se eu poderia dar uma passada em uma das ruas diagonais e dar carona para uma amiga dele que teve o carro "apreendido" no estacionamento.
Alguém deveria avisar a esquerda-caviar que discrição e bom senso seria fazer a cerimônia na Catedral, que além de ser chique ainda tem um heliporto nos arredores e não precisaria bloquear nenhuma rua.
Será que discrição com 600 convidados e jantar custando mais de 200 reais a cabeça convence o povo de que quem governa esse país é a esquerda?
Assumam que o que servem na mesa de vocês é caviar e não sardinha enlatada!

Update: estou falando do casamento da filha da Dilma Rousseff, que aconteceu na última sexta-feira aqui em Porto Alegre e contou com o chefe dos pinguços e a sua corte de 10 ministros entre outros.

Anne Frank - Uma História Para Hoje

sexta-feira, 18 de abril de 2008

"Mais de 20 painéis compõem a exposição Anne Frank - Uma História Para Hoje. Neles, o público pode conferir reproduções de fotografias dos álbuns da família Frank e de arquivos históricos, com legendas e textos explicativos em português.

A mostra, que já passou por diversos países, foi criada pela fundação que leva o nome da menina, na Holanda. Além dos painéis, também é possível observar cem desenhos e 11 poemas de crianças de 11 a 15 anos do campo de concentração de Terezin, na Tchecoslováquia, construído pelos nazistas.

Anne Frank, uma adolescente judia e sua família, ficaram escondidos dos nazistas, durante dois anos, confinados em um pequeno anexo de uma casa em Amsterdã, Holanda. Nesse período, a menina de 13 anos ganhou um diário e começou a contar a sua história e os horrores impostos pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.

A família foi descoberta e levada a campos de concentração nos quais todos morreram com exceção do pai de Anne. O diário da menina foi resgatado, traduzido para mais de 70 países e também apresentado em filme e peças de teatro".

A mostra encontra-se em exposição na Usina do Gasômetro, até o dia 10 de maio, de terça a sábado, das 9 as 21 horas. A entrada é franca.

Vale a pena conferir. Já visitei algumas vezes a casa dela no centro de Amsterdam, que hoje funciona como Museu. Foi um dos passeios mais belos e tristes que eu fiz na cidade. Conhecer a história da menina e de sua família me deixou emocionada. Sei de muita gente que chorou estando no museu, eu inclusive.
Está aí a dica.
É uma exposição que definitivamente não dá para perder.

Mais informações sobre o museu, você encontra aqui:
http://www.annefrank.org/splashpage.asp


Como os nossos pais

terça-feira, 15 de abril de 2008

Às vezes eu me surpreendo em como podemos, com a idade, acabar parecidos com os nossos pais. Meu irmão sempre riu muito do ronco do meu pai. O ronco dele era uma coisa horrorosa, até hoje acho que a minha mãe é uma brava guerreira por ficar ao lado dele. Depois da cirurgia que ele fez no céu da boca melhorou muito, mas antes, a sensação era que tinha terremoto todos os dias lá em casa. Só que o que o meu irmão não tinha se dado conta é que o ronco dele está muito, muito parecido com o do seu progenitor. Quando a cunha tocou no assunto dia desses, ele ficou brabíssimo, disse que ela estava de sacanagem, que não podia ser verdade. Pois bem, a cunha resolveu provar. Deixou um gravadorzinho próximo da cama e durante uma madrugada dessas foi lá e apertou o record. Resultado: quando ouvimos a fitinha achamos impossível diferenciar o ronco do papi do dele. Simplesmente igual. Ele ainda tentou argumentar, dizendo que era pegadinha delas (da cunha e da minha mãe que foi a cúmplice na gravação), mas quando foi convencido de que o ronco era dele mesmo, ficou decepcionado. Tanto que ele debochava do meu pai, lá está ele, roncando igual. Brincamos que iriamos comprar uns protetores de ouvido para a cunha e para a denga, porque aquele barulho infernal deve ser insalubre.
Nunca observei nenhuma característica em mim que tenha se acentuado com o tempo e que poderia ter herança genética (se é que essas coisas passam por genes). Se bem que todos são unânimes em dizer que eu fico mais debochada a cada dia que passa. Deve ser herança da minha mãe, já que ela é uma criatura realmente iluminada pela luz divina do deboche. Mas não aquele deboche chato, é aquele engraçado mesmo, minha mãe é risada garantida em qualquer festa.
As más línguas da família dizem que até em festa infantil ela pode fazer sucesso, nem é preciso contratar palhaço, é só dar uma caipirinha para a mamis, que as risadas estão garantidas. (Viu porque más, que coisa feia falar que a minha mamis se vende por meia dúzia de biritas! E pior ainda chamar a pobrezinha de palhaça!).
Mas ontem a noite uma coisa me assustou muito.
Estava bem relaxada, sentada em meu sofá, tomando a minha garrafa de Casillero del Diablo, conversando com o Be e de repente ouvi uma coisa que me assustou. Olhei feio para a garrafa, pensei que fosse efeito da bebida ou que os meus ouvidos estivessem me enganando. Mas não se passou um minuto do primeiro susto, aconteceu de novo, Be deu uma gargalhada e aquele barulho novamente.
Sim, caras blogueiras, eu admito, Be está com risada porquinho.
Só Deus sabe o quanto eu odeio aquela risada, a pessoa tá lá, gargalhando e de repente aquele oinc-oinc no meio da risada, um barulhinho sinistro que é feito com o nariz.
Não é um oinc-oinc-oinc o tempo todo, é mais como um: hahahahaoinchahahaha
O oinc é perdido no meio da gargalhada sabem?
Tanto que eu rezei, tanto que eu pedi, tanto que eu implorei a Deus...
Sempre achei uma dádiva o sogrão ser meio carrancudo, porque toda vez que ele ri é uma infinidade de oinc-oinc que provém dele e agora isso?
Eu só preciso saber, será que essas coisas tem transmissão genética?
Será que estou fadada a ter filhinhos com risada porquinho?

Light my fire!

domingo, 13 de abril de 2008

O show foi maravilhoso! Uma miscelânea de pessoas estava na platéia. Os sessentões fãs da banda dividiam o espaço com o pessoal de 20 e poucos e com os adolescentes, aqueles que descobriram The Doors a pouco tempo e fazem da banda o símbolo de sua geração. Impressionante como Jim Morrison conseguiu influenciar tantas gerações.
Fui com mamis e confesso que foi emocionante, do início ao fim.
Quando eles entraram no palco do Pepsi on Stage ao som de Carmina Burana a platéia silenciou, uma r
everência muda aos mestres. Senti a minha mãe pegando no meu braço e bastou um olhar para ver os olhos dela brilhando, cheios de lágrimas. Impossível não se emocionar.
Quando o som de trovões e chuva encheu o espaço, na introdução de Riders on the Storm, a platéia enlouqueceu. Confesso que fiquei arrepiada.
Mas o melhor do show sem dúvida foi Ray Manzarek. Porque Jim Morrison até pôde ter sido a alma da banda, mas Ray é o coração. Em todas as vezes que o som do teclado dele ficava mais evidente, você podia sentir o quanto o velhinho é fenomenal.
Ri muito quando começou Dead cats, dead rats, minha mãe cantava endoidecida. Fiquei espantada em como, depois de tantas décadas, as letras das músicas continuam afiadinhas na memória
dela.
E o que dizer de Brett Scallions? Ainda não sei dizer se gostei dele ou não.
O cara canta bem, tem um timbre de voz bem diferente do de Morrison mas bacana. Só que fiquei um pouco incomodada com a presença de palco dele.
Achei um pouco artificial, cheio de trejeitos do Morrison. Uma cópia, nem preciso dizer que barata, até porque qualquer cópia perto de Morrison acabaria sendo barata.
Acho que falta encontrar o estilo dele,
não sei os outros fãs incondicionais da banda, mas eu não quero ver alguém no palco tentando imitar o que não pode ser imitado.
Jim foi o primeiro e único.
Ver o cara cantando de costas pro palco me deu uma sensação ruim, como se estivesse vendo Val Kilmer no filme.
Talvez a intenção fosse fazer com que o público se sentisse realmente em um show do Doors. Nesse quesito valeu a intenção, ouvi várias pessoas comentando sobre a ligeira semelhança entre os dois. Eu discordo, acho que Brett se parece mais com o jeito caricato de Val no filme do que com o verdadeiro. Mas, gosto é gosto.
Valeu o show.
Valeu Ray e Robby!
E descanse em paz Lagarto Rei!

Ab
aixo foto das cópias, Val Kilmer e Brett Scallions:



Updatando, alguém entendeu?

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Alguém sabe me dizer o que o Pinguço está fazendo na Holanda?
Estará ele tentando convencer os cabeças- de-queijo a acreditar em algo que nem nós brasileiros acreditamos?
Mistério.
O papinho mole sobre inclusão social e aumento do mercado das massas não me empolgou.

Fato: hoje fizemos a distribuição das cestas de páscoa em uma creche, como tínhamos muito serviço acumulado, somente hoje conseguimos ir até lá.
Uma paz de espírito muito grande toma conta de mim, a certeza do dever cumprido me dá uma sensação de leveza tão boa que eu seria capaz de flutuar.

Para o fim-de-semana: torta creme de papaia e torta de azeitona com salame

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Sou totalmente enlouquecida por aquela famosa combinação de sorvete de creme + papaia + licor de cassis.
Aprendi uma receitinha bem fácil que fica uma delícia.
Vamos lá.
Você vai precisar de:
2 pacotes de biscoito de maisena
5 colheres de sopa de manteiga
3 envelopes de gelatina em pó sem sabor
6 colheres de sopa de água
2 mamões papaia maduros sem casca e sem sementes
6 bolas de sorvete de creme
5 colheres de sopa de açúcar
Licor de cassis a gosto (o meu gosto é bastantão)

Triture os biscoitos no liquidificador, transfira para uma tigela e misture com a manteiga. Com essa massa forre o fundo e as laterais de uma fôrma de aro removível. Hidrate a gelatina com a água e dissolva bem. Bata no liquidificador com o mamão papaia, o sorvete de creme e o açúcar. Despeje sobre a massa e leve ao congelador por duas horas. Desenforme e sirva a torta coberta com o licor de cassis. Qualquer licor de cassis serve, mas eu gosto muito do Marie Brizard, é mais espesso que os outros e quase não tem gosto de álcool.

Agora vamos a torta de salame:
1/2 xícara de chá de azeitonas verdes picadas
1/2 xícara de chá de salame picado
3 colheres de sopa de salsa picada
2 xícaras de chá de leite
2 xícaras de chá de farinha de trigo
1 xícara de chá de maisena
1/2 xícara de chá de margarina
1/4 xícara de chá de iogurte natural
3 ovos
3 colheres de sopa de queijo parmesão ralado
1 colher de sopa de fermento em pó
1 colher de chá de sal
margarina para untar

Em uma tigela misture as azeitonas, o salame picado a salsa e reserve. Bata o restante dos ingredientes no liquidificador até formar uma massa homogênea. Misture com os ingredientes reservados. Despeje em uma fôrma untada e leve ao forno alto, preaquecido, por 40 minutos ou até dourar a massa.

Um fim-de-semana bem gostoso para todos nós!



O pesadelo

terça-feira, 8 de abril de 2008

Vou tentar contar um pouquinho o que rolou por aqui durante a estadia da moeder. Não foram momentos agradáveis, mas penso que quem sempre passou por aqui e torceu para que tudo ficasse bem, merece saber.

Vivemos um pesadelo, daqueles bem bisonhos mesmo.

Ela internou, iria fazer alguns exames e a tal cirurgia. Durante os exames descobriram que o câncer tinha se alastrado mais do que o médico na Holanda havia previsto. Ele estava pressionando a caixa torácica dela e a situação ficava pior cada dia a mais que se esperava.

Optamos por fazer logo a cirurgia. Durante a cirurgia, a pressão dela aumentou bastante, eles nem sabem explicar direito o porquê, meu irmão falou que pode ser até por causa da anestesia. Sei que lá pelas tantas a coisa ficou tão fora de controle que tiveram que encerrar a cirurgia sem remover tudo o que precisava ser removido.

Do bloco, ela foi direto para a CTI, totalmente instável e tendo fibrilação de tempo em tempo.

Não tenho nem palavras para contar o terror que vivemos. Be do lado de lá desesperado e eu do lado de cá aterrorizada de verdade.

Nunca tive alguém próximo a mim doente de verdade. Minha mãe tem diabetes, mas ela se cuida tanto que nunca houve nenhum tipo de susto. Fez a cirurgia no olho há um tempo atrás, mas tudo foi tão tranqüilo que não tem nem comparação. Eu não sabia o que fazer. A cada conversa com o médico ele nos apavorava mais. Dizia que a situação era muito grave, que era para avisarmos a família para se preparar, para vir ao Brasil, aquela coisa toda. Cada vez que eu conversava com o Be ficava mais arrasada. Um desespero sem tamanho foi tomando conta de todos nós. Entendia o lado dele de estar tão longe dela, mas por diversas vezes me senti completamente sem forças. Foi um período difícil. Nunca vi Be tão irritado e agressivo. Mais de uma vez desliguei o telefone na cara dele, achava melhor desligar do que falar coisas que fossem fazer eu me arrepender depois. Por várias vezes achei que o nosso relacionamento tinha chegado ao fim. A situação ficou insustentável. Lá pelas tantas me pegava rezando, pedindo, por favor, para Deus, para que acabasse com o nosso sofrimento, o da moeder e o meu.

Eu tinha meu emprego que não podia deixar de lado e tinha ela, alguém que, naquele momento, dependia unicamente de mim.

Diversas vezes me peguei chorando. Aliás, chorava em qualquer lugar, no escritório, no hospital, em casa.

Em uma das noites, depois de falar com o médico, (que mais uma vez falou que a coisa estava muito, muito feia), tive uma dor de estômago infernal e fui parar na emergência do hospital, com gastrite nervosa. Cheguei a vomitar sangue, o médico achou que eu poderia estar fazendo uma úlcera.

Minha mãe ficou aqui comigo o tempo todo. Todas as noites eu rezava, pedindo para que Deus olhasse por nós, que mostrasse uma solução.

Depois de idas e vindas de quase 20 dias na CTI, ela foi para um quarto. Fiquei um pouco mais tranqüila. Os médicos achavam que não precisaria mais de outra cirurgia, eles iniciariam a quimio assim que ela ficasse um pouco mais forte e controlariam o crescimento do tumor.

Misteriosamente, depois de eu dar um xilique no hospital pelo descaso de um dos médicos (o tal cirurgião), o discurso começou a mudar. O que antes era pura desgraça começou a ter um ponto de vista mais otimista.

Aliás, por pouco não perdi o pouco de paciência que ainda me restava e não avancei no tal cirurgião. Todo impaciente, nervosinho, conversava comigo olhando o tempo todo pro relógio, como se estivesse me fazendo um favor explicar o que estava acontecendo. Conversei com outros familiares de pacientes que ele atendeu que falaram a mesma coisa. O descaso que ele trata as pessoas chega beirar ao absurdo. Até agora não entendo como alguém como esse cidadão vira cirurgião oncológico. Um tipo desses não poderia ser nem ao menos veterinário, quem dirá médico.

Enfim, passou. Moeder foi melhorando, ainda que lentamente, até o dia que o novo médico achou que era hora de iniciar a quimio.

Na boa, não vou nem descrever aqui as reações da quimio. Todos sabem. Só que ver “ao vivo” é muito, muito pior. Moeder passou duas noites e dois dias a base de remédios fortíssimos para dor, ela teve uma diarréia tão violenta que a fazia chorar, acho que pela dor e até pela vergonha.

Procurávamos não chorar na frente dela, tentava me controlar. Mas no terceiro dia pós quimio, desabei, de verdade. Feridas tomavam a boca inteira dela, feridas muito feias, que a faziam gemer de dor até para tomar água.

Mais 15 dias de hospital e pouco antes da alta, o desespero recomeçou: houve um acúmulo de líquido na cavidade que acomoda os pulmões. Foi de repente, de manhã saí do hospital e ela estava bem, quando voltei a noite, o peito dela parecia inchado. Nunca tinha visto uma coisa daquelas antes. Ela foi levada às pressas novamente para o bloco cirúrgico, tinham que enfiar uma mangueira e tirar esse líquido. O médico disse que não era tão apavorante, que aquilo poderia ser uma das reações da própria cirurgia. Só que desde a entrada no Bloco até a volta para a CTI moeder teve 5 paradas cardio-respiratórias.

Às vezes eu ainda me pego pensando nisso tudo, sinceramente, não sei de onde tiramos forças para lutar, e, principalmente, não sei de onde moeder tirou tanta vontade de viver.

Por mais uma penca de dias, a coisa ficou realmente feia por aqui.

E em um desses dias, Be me ligou, mais uma vez incapaz de entender o que acontecia por aqui. Injusto, usando um tom de voz agressivo para falar comigo, só lembro que na hora nem deixei ele falar, disse tudo o que estava engasgado já há algum tempo e desliguei o telefone na cara dele, depois de deixar bem claro que aquilo para mim era o fim, que estava tudo acabado.

Duas horas depois, novamente fui parar na emergência, vomitando sangue.

Fiquei com muita pena da minha mãe, tadinha, ela não sabia o que fazer, não sabia com o que se apavorava mais, se era com a moeder ou era comigo.

Não sei ao certo o que aconteceu depois, mas suspeito que tenha dedo do meu irmão. O fato é que, 2 dias depois, Be chegou ao Brasil.

Lentamente, tudo começou a melhorar. Intimamente estava aliviada por tê-lo comigo, era alguém com quem eu poderia dividir o que estava acontecendo.

Não queria estar no lugar dele. Ele foi embora vendo a mãe bem, rindo. Ele voltou e encontrou a mãe magra, toda machucada por dentro e por fora, cheia de tubos e em estado grave.

Confesso que na hora, nem aquilo foi capaz de aplacar a minha ira. O arrastei para um hotel, não tinha coragem de fechar a porta de casa e falar tudo o que eu tinha para falar na frente da minha mãe.

Me espantei em como ele pôde ser tão ingrato. Fiz força para entender o que ele estava passando, mas acho que a postura que ele teve comigo foi muito, muito errada.

Eu gritava dentro do quarto, de raiva. E ele quieto, cabisbaixo. Pedindo desculpas o tempo todo, chorando, dizendo que eu precisava perdoá-lo.

Antes de decidir voltar com ele, ainda passamos longos dias afastados, ele dormindo em um hotel e passando o dia todo com a mãe no hospital.

Moeder saiu novamente da CTI e voltou para o quarto. Depois de mais 2 semanas ela teve finalmente alta. Foi uma alegria tê-la novamente em casa. Por duas vezes ela ainda passou um pouquinho mal e tivemos que levá-la às pressas para o hospital. Mas nada comparado com o que passou.

Depois do que vivemos eu ganhei uma amiga. Todo o reconhecimento que eu esperei por muito tempo receber da parte de Be, eu ganhei dela.

A gratidão que eu esperava de Be também veio. E desde então ele anda feito um cordeiro, pisando leve perto de mim. Melhor assim, foi preciso eu berrar e impor os meus limites para que ele se desse conta do que fez.

Moeder ainda está sob acompanhamento médico na Holanda, as últimas sessões ela fez lá. Em julho ela volta para fazer uma revisão com o médico daqui. Como não conseguiram remover todo o tumor na cirurgia, a gente fica muito com o pé atrás. A reincidência para esse tipo de tumor que ela teve é bem elevado. Mas depois de tudo o que passamos, tenho certeza de que moeder, se preciso, vai lutar até o fim. A guerra dela agora é com a anemia, ela está com uma anemia bem violenta, tomando uma penca de suplementos. Mas anemia ainda é um preço baixo para o inferno que a gente viveu.

Nossas finanças, com tudo isso, ficaram despedaçadas. Vi os meus sonhos de terminar de pagar a casa em Brecht esse ano indo por água abaixo. Vi os meus sonhos de deixar as casas aqui e lá do jeito que eu queria indo pro espaço. Tudo que a gente tinha de reserva, pro aperto, se foi, e ainda falta pagar um bom valor pro hospital. Estamos duros, de verdade. Não vou nem aqui falar em valores, mas recomendo a todos que moram no exterior e que um dia, pretendam vir morar no Brasil, ou que pensam em fazer alguma cirurgia aqui, que paguem um plano de saúde. Porque você até pode ter uma previsão de quanto vai gastar no procedimento, mas se der algum tipo de “zebra” como aconteceu no nosso caso, só Deus sabe onde a sua conta no faturamento do Hospital vai parar.

Era isso.


Aaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Não sei como são os outros holandeses, mas o meu não é nada romântico. Ele tem milhares de qualidades que perderia o dia aqui enumerando, mas romantismo não é um dos seus fortes. Ele fala coisas bonitas, é claro, mas na maior parte do dia é um tanto quanto relapso em relação a isso. Lembra de datas importantes, mas não faz declarações de amor dignas de comercial de margarina, do tipo "happy day" ou "Qualy".
Por isso quando ele me liga, falando manso, quase miando e nos dois primeiros minutos da ligação já me disse pelo menos meia dúzia de vezes o quanto me ama e o quanto eu sou linda, eu fico com os dois pés atrás.
E hoje não foi difente. Sabe criança quando apronta? Pois é, é igual.
Depois daquela enrolação do: "tenho saudades", "te amo tanto", "você é tudo pra mim" e companhia, fui logo cortando o papo mole.
Bom, vou transcrever aqui a conversa, com as devidas traduções transformadas em um português de populacho mesmo e cortando os devidos palavrões.
- (Dois minutos de puxa-saquismo da parte dele)
- Uhum...o que você aprontou agora, Be?
-Não, eu não aprontei nada, eu só tenho uma "situação" que precisa da sua ajuda, princesa. (Quando o rolo envolve o "we have a situation" eu já sento, porque sei que coisa boa não pode vir daí)
- E que tipo de situação seria? (eu já imagino mais parentes cancerígenos, ele resolvendo trocar a viagem por uma temporada de pesca em algum lugar, ele dizendo que gastou sei lá quantos euros em uma barraca super legal e essas coisas)
- Lembra do Rod? (não tem como não lembrar do cara, um dos amigos mais interessantes do Be, bom de papo, um sorriso lindo, um corpão que dá para se perder, etc.)
- Lembro vagamente, por que? (não dá pra dizer que lembro com detalhes de cada músculo do cara que se distende quando ele sorri, fica feio, acreditem)
- Bom, ele conheceu uma garota. Gaúcha, imagine você! ( e ele tenta dar um "ar" descontraído ao papo, como se ele estivesse prestes a contar uma coisa suuuuuuuuuper interessante e engraçada). Pela internet. Faz alguns meses que eles estão conversando. Quando eu falei que estava voltando pra aí na metade do mês ele ficou super entusiasmado para vir junto e conhecer a tal garota.
- Ótimo Be, tomara que ela seja tão incrivelmente maravilhosa (hohoho) quanto eu, eles se casem e nos convidem para padrinhos. Deus sabe como nessa loucura que nós passamos eu estou precisada de uma boa festa...
-Não, Pri....(meu nome não é Priscila, é a abreviação de Princesa mesmo, o apelido que agora ele resolveu colocar em mim)...ele pediu se não pode ficar uns dias ali em casa, até conhecer melhor a garota. Você sabe como ele sempre me ajudou quando precisei, ele é um amigo de longa data, não tive como recusar...
-Então o tal Rod vai ficar lá em casa, é isso? (usando um tom de voz um pouco mais alterado)
-Sim, Pri....apenas uns dias, eu garanto...
-E a reforma do banheiro, Be? (já gritando)
-Ah, eu pensei nisso também. O Rod é realmente bom nessas coisas manuais (com aquelas mãos, ui, eu acredito) , talvez ele possa nos ajudar e eu e ele podemos dar um jeito no banheiro sozinhos, sem nem precisar de pedreiro....
- Rod vem, Be, mas quem bota a mão no banheiro é o pedreiro!
-Ahn, tá bom, meu amor, então o pedreiro faz tudo. (Reparem como eu fiz uma boa negociação, troquei uma coisa por outra. O clima estava mais tenso que negociação no Oriente Médio e consegui me livrar dessa numa boa)
-Tá, agora vou trabalhar, nos falamos a noite.
-Eu te amo tanto, Pri...
- Tá, tá, já sei...(desliguei o telefone)

Então eu faço aqui um apelo, a você gaúcha, que passar aqui e tem um encontro marcado com um holandês tesudo que atende pelo nome de Rod.
Ele é bonito, bacana, simpático e bom com as mãos. (hohoho) Leve o dito para qualquer lugar longe da minha casa (e em especial do meu banheiro que, como pode ver, será reformado).
E tenha em mente uma coisa: quando eu encontrei o meu holandês, não teve intermediário. Fora o medo de que ele fosse um maníaco, assassino, psicopata, eu encarei sozinha, na unha mesmo.
Então, vai criar vergonha na cara e se vire sozinha com o seu holandês, deixa eu, minha casa, (e meu banheiro) e o meu noivo fora dessa.
Bom fim-de-semana a todos!

Eu quero, eu quero muito!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Be chega daqui uns dias. Antes, ele vai passar em Boston para conversar com uns clientes

Enquanto isso, estou aqui enlouquecida.

Tenho uma tia que mora próximo a Boston e eu fico aqui, confabulando mentalmente sobre as minhas encomendas.

Senti um pouco de remorso por gastar dinheiro, mas agora já passou. Depois do ano de miséria e sofrimento que eu passei, contando até centavos, eu mereço um pouco de sossego. Vou sim me esbaldar e comprar artigos de primeira necessidade. Mando entregar na casa da titia e ela despacha com Be.

Vocês não tem noção da quantidade de coisas que dá para comprar com pouco dinheiro no site da Victoria’s Secret. Como já colocaram a coleção nova a venda no site, todas as pontas do inverno estão muito, mas muito baratas.

Gente, é de enlouquecer!

Vestidos lindos de lã por pouco mais de 70 reais. Blusas, suéteres, tudo em liquidação. Malhas lindas que em qualquer malharia daqui, por mais furreca que seja, você não consegue comprar por menos de 100 reais no site está por 30, 40 reais (fazendo a devida conversão dos doletas). Obviamente, se eu tivesse o corpitcho das “angels” eu ficaria ainda mais linda com aquelas roupas, mas abafa, hahaha.

Olhem isso:




Calcinhas super confortáveis, de cotton, 5 por menos de 30 reais:


E claro, como não só de pão vive o homem, vou aproveitar e repor o meu estoque de hidratantes.

Eu sou fissurada nas linhas Blossoming Romance e Vanilla Lace da coleção Garden. Toda a linha Garden está em promoção. Você compra 5 produtos por menos de 60 reais. Eu tenho até lágrimas nos olhos de tanta emoção, hahaha


E você, qual o seu “cheiro” da Vic’s predileto?


 
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