Matando o tempo

terça-feira, 3 de março de 2009

Ainda não sei o que pensar sobre Twilight.
Talvez pelo fato de ter atraído tanto o povaréu que gosta de Harry Potter, talvez porque eu goste de Anne Rice, resolvi assistir o filme.
Ainda não consegui entender o motivo de tanta devoção.
O filme é bonzinho, bem inho mesmo. Para quem esperava uma história vampiresca medonha ou pelo menos um romance de tirar o fôlego, fiquei decepcionada.
Talvez eu não consiga enxergar Robert Pattinson como outra pessoa que não o Diggory.
Não sei.
Tento agora o primeiro livro. Mas é tão paradinho quanto o filme, água com açucar, sem nem uma pitadinha de pimenta.
Talvez esteja velha demais para romances adolescentes, o auge foi Harry Potter e depois dele, só me restarão romances para senhoras de meia idade.
Alguém aí que tenha gostado de verdade de Twilight me explica o que ele tem de tão especial? Me ajudem a entender, porque eu não tô conseguindo.
Tô aqui fazendo a mala, mas sei lá o que preciso levar, viu?
No meio do mato, acho que não terei muitas oportunidades de usar umas roupas bonitas.
Sinto como se estivesse indo prum safári, e só Deus sabe como eu odeio esses programas a la Tarzan.
Entre um rosnado e outro, vou procurando coisas divertidas pra olhar na internet.
Tenho dado boas risadas com o Papel Pop, quem não conhece, lá vai:
http://www.papelpop.com/
Talvez aproveitasse melhor esses dias se desistisse da viagem e ficasse em casa, morgando, trabalhando e saindo com minhas amigas.
Esse post está cheio de "talvez", credo!
Talvez essa seja a hora de dar um jeito na vida!
Té mais!

Vida louca vida

segunda-feira, 2 de março de 2009

Como é estranho vir aqui depois de algum tempo!
É tanta coisa diferente, tantos projetos.
Acho que um palmo de garotas que nem sabia que estavam grávidas já estão com bebês no colo!
Será que as blogueiras tem um período de gestação menor? Mistérios...
Na minha vidinha também tem um monte de coisas novas. Mas não, não estou grávida, hahaha!
Pra começo de conversa, saí do meu emprego. Surtei, saí da casinha, pirei!
Sei que a grana era boa, o emprego estável e sem maiores dores de cabeça. Mas andava num estado de desânimo e estresse que dinheiro nenhum poderia melhorar. Chega uma hora que é preciso fazer alguma coisa, as pessoas já não me aguentavam mais reclamando o tempo todo sem fazer nada. Então, não ouvindo os protestos de pais e amigos que eu era doida por abrir mão do emprego em uma época tão difícil, fiz um acordo e saí de lá.
E vou dizer uma coisa pra vocês, estava tão, mas tão aliviada que quando esvaziei a minha mesa poderia sair dançando pelo escritório e cantando.
Mas não pensem vocês que estou parada! Um ex colega e eu abrimos a nossa própria empresa. Bastante trabalho, pouco dinheiro até agora e uma cabeça cheia de planos e sonhos.
Há quanto tempo eu não trabalhava assim? motivada, feliz, satisfeita comigo mesma? Nem eu me lembro...
O melhor de tudo é que, dona do meu próprio nariz, quando me mudar em definitivo no final do ano, posso continuar trabalhando em casa mesmo. Não sei se vai dar certo, não sei se tenho ginga pra dar conta da empresa. Bom, de qualquer forma, preciso tentar. Era isso ou continuar em uma vidinha meia boca que já não me agradava mais.
Casamento agora já está marcado. Vai ser no dia 26 de dezembro. Assim teremos tempo de nos organizar, bem no meio do feriado de Natal, propositalmente pensado para os amigos e família do Be conseguirem vir comemorar com a gente.
Decidimos fazer uma festa relativamente pequena, uns 100 convidados no máximo, na cidade do interior onde nasci. Já fizemos a pré-reserva do hotel, reservamos o salão, assinei o pré-contrato com o buffet, escolhemos o convite e conversamos com a decoradora.
Estamos até bem adiantados, mas levando em consideração que esse vai ser um ano bem movimentado para nós, o que der pra deixar encaminhado melhor.
Be veio pra cá em dezembro, ficou aqui uns 15 dias antes de voltarmos a Bélgica.
Coitado, nem sei como estamos segurando o tranco, a vida dele também não anda muito fácil.
Nossa vidinha por lá tá tão ou mais bagunçada que a daqui.
Be recebeu um convite maravilhoso pra trabalhar em uma sessão do governo holandês de planejamento em agronegócios. Não era o tipo de convite que se espera muito tempo sem dar uma resposta e, dando um plus nessa nossa vida doida, ele resolveu aceitar.
Achei que fosse enlouquecer de preocupação, as pressas, tivemos que organizar a nossa mudança pra Holanda. Por mim, víamos um apartamentozinho bacana para alugar e depois pensávamos no que fazer.
Mas fazia já alguns meses que uma pessoa estava de olho na nossa casa e a proposta foi aumentando, aumentando e novamente, não conseguimos dizer não. Be aceitou vender a casa.
Sinceramente, acho que se não terminamos o namoro depois disso, não terminamos mais. Chorei, me descabelei, bati o pé mas não teve jeito. Be teimou, teimou até que me empurrou goela abaixo a idéia de comprar uma outra casa(?) na nova cidade.
O ponto de interrogação é porque nem eu acreditei quando cheguei lá. Sempre achei o preço dos imóveis na Bélgica absurdamente elevados, não pensei que poderia haver algo pior, mas acreditem, há. Na Holanda é muito pior. Quer dar uma espiada?
Vai no http://www.funda.nl/koop/ e olha.
Imóveis em uma cidadezinha maior na Holanda são terrivelmente caros. Teimei, bati o pé, queria esperar, queria ver outras coisas, tanto que sonhamos com uma casa, mas não teve jeito.
Be resolveu SOZINHO, comprar um apartamento.
O melhor que posso falar sobre a mudança é que foi rápida. Após contratarmos uma empresa de transportes, eles deram conta de tudo. Bastante eficientes, nem nos demos ao trabalho de encaixotar nada. Eles chegavam com aquelas caixas de plástico, embalavam, etiquetavam e levavam pro caminhão. Ao descarregar era o mesmo ritual, eles ajeitavam direitinho o que estava em cada gaveta que esvaziavam.
Mas só. Aquele lugar que deverá ser a partir de dezembro desse ano o meu novo lar, é um pesadelo. É a cobertura de um prédio de 4 andares sem elevador. Mal dividido, mal planejado. O antigo dono tinha um senso bizarro de decoração, parte das portas são revestidas com uma coisa que parece fórmica, um troço grotesco e de péssimo gosto. Em cima das portas tem uma coisa envidraçada ridícula demais, uns vitrais que dá nojo de tão feios. O prédio não tem garagem e nem vagas marcadas, é no estilo, chegou, pegou. Odeio isso, odeio!
Odeio ter que me molhar até os ossos pra desenterrar o carro da neve todas as manhãs. Porque os sprayzinhos são uma propaganda enganosa. E para aumentar a minha irritação, que inverno é esse que está fazendo por lá? Peguei próximo aos 15 graus negativos, isso não é inverno, é um inferno gelado!
Um dos quartos parece um armário de vassoura de tão pequeno, enquanto um dos banheiros é enorme, quanto espaço mal aproveitado. Não entendo porque os europeus precisam de 2 balcões no banheiro, com duas pias. Precisa duas pias? Pra que?
Minhas coisas continuam todinhas encaixotadas por lá. Aquele ânimo todo que sempre tive pra ajeitar, decorar, deixar bonitinho, foi sugado pelo maledeto apartamento.
Passei os dias deitada no sofá, comendo kilos de chocolate sem tirar o pijama, e assistindo toda a sequência dos Harry Potter na tevê enquanto Be ia trabalhar.
Fiquei sem ânimo pra nada, num estado de tristeza e descontentamento que dava dó.
Queria andar pela cidade, queria conhecer lugares bonitos, todo mundo fala sobre a arquitetura de lá, pelo pouco que vi a cidade é mesmo linda, mas ânimo pra isso, de onde tira?
Nem sei mais se me alegra saber que na semana que vem estamos indo pra Pitcairn. Depois de tudo isso precisava mesmo era ganhar na loteria, um quarto em um hotel luxuoso, uns bons coquetéis e toda diversão que o prêmio da loteria poderia me dar. Muitos dias no meio do mato, sem ninguém, passando trabalho não é pra mim, não.
É, talvez da próxima vez que apareça, ou a minha vida tá mais nos eixos, ou eu vou estar toda zen, as custas dos Prozac que vou obrigar meu irmão me receitar.

 
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