Finalmente sexta!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Be está bem. Sua glicose está se mantendo em torno dos 7 mols. Não me pergunte o que é isso de mol, mas sei que esse resultado é bom.
Aviso de utilidade pública: uma amiga me ensinou e eu googlei e confirmei, para converter a glicose de mol para mg você precisa multiplicar por 18.
Uma semaninha sem cigarro e isso é um baita motivo para me orgulhar dele. É claro que ele poderia estar mais calmo, mas não se pode ter tudo.
Luci, Be está tomando um ansiolítico para segurar a barra pelo menos nos dois primeiros meses sem cigarro.
Ele começou a dieta, mas parece criança que faz birra. Nada ele gosta, de tudo ele reclama. Tenho precisado usar toda a minha paciência e autocontrole e ainda bem que ele está longe, senão acho que mais de uma vez iria chutar o traseiro dele. E quando eu digo isso, ele ri demais, tadinho, ele pensa que eu falo brincando.
As coisas por aqui estão indo. Muito trabalho e pouco dinheiro. Não me queixo, não ganho o que ganhava antes nem tenho o glamour do meu velho emprego, mas batalhar pelo que é nosso tem outro gosto. A liberdade e o poder de tomar decisões de acordo com a minha consciência me trazem um sentimento muito gostoso que até então, no meu velho emprego, eu desconhecia.
Lógico que tem desvantagens: antes eu não precisava me preocupar com papelada burocrática, problemas administrativos, impostos, nada. Trabalhava em um prédio chiquetoso com ar condicionado central, secretária, longe de qualquer perigo num bairro nobre. Agora, o escritório está em outra cidade, mais próximo ao centro e mais longe para mim, que preciso penar dirigindo todo o dia, em uma zona mais perigosa, em um prédio mais feinho e não tenho secretária. Como eu disse, diminuiu o glamour.
Mas se vocês soubessem o quanto de estresse que me livrei... E olha que agora estou trabalhando muito mais do que antes e, mesmo assim, canso bem menos!
E é algo que as pessoas conseguem enxergar em mim, todo mundo comenta como estou melhor, mais calma, mais alegre e disposta. Nunca mais vomitei sangue, não tive nem ao menos uma gastritezinha! Acho que fazia tempo que eu não sentia prazer em fazer as coisas, no meu antigo emprego estava meio que no piloto automático o tempo inteiro. E eu não sou muito do tipo que se aquieta facilmente, eu enjôo fácil das coisas e das situações. Pois é, acho que não sou muito chegada a rotinas.
E para sair da rotina (Be enlouquece com essas coisas), estou a procura de um apartamento em outra cidade. Isso mesmo, cansei de dirigir 80 km todos os dias. O ideal seria alugar, já que é por tão pouco tempo e no ano que vem estou me mudando, mas é que...
Descobri uma cidade bem pertinho de onde o escritório está e lá é tão lindo...nem parece dentro da região metropolitana. É uma cidade menorzinha, bem planejada, lindona, de colonização alemã, com canteirinhos de flores, sem sujeira nas ruas, tão, mas tão linda, que eu fico imaginando que felicidade seria toda vez que voltar ao Brasil poder ficar no meu cantinho num lugar tão bonito...
Daí fico nesse dilema: alugo por alguns meses ou tento comprar? Pra comprar preciso vender o meu e tenho certeza que na troca, não vou conseguir comprar um tão lindo como o meu nessa nova cidade, porque lá é cidade de grão-fino, não de pobretão feito eu. Imóveis são caréeeeesimos por lá. Mas em compensação, tenho certeza que conseguiria faturar muito mais se fosse alugar depois de me mudar (Be adora esses papos de alugar).
Ou daqui um tempo poderia vender o apartamento carésimo e lindão (sonhar não custa nada) e comprar aquele terreno podre de perfeito em Garopaba, nem que seja pra colocar uma barraca lá (sim, porque dinheiro pra construir não vai ter).
Enfim, mais um novo dilema na minha vida, junto com mais uma série de dúvidas:
Se for inviável manter o apartamento quando me mudar e precisar alugar, o que faço com todas as coisas lindas que suei tanto para ter? Tenho ciúmes de algumas coisas, por mais que Be diga “dá pra sua mãe, sua cunhada, prometo que vamos comprar outros na Holanda”, e o valor sentimental, onde fica?

Continuo mantendo a minha posição quanto a alimentação de uma criança. Entendo as opiniões divergentes e respeito quem pense diferente de mim. Mas ainda acho muito radicalismo essa modinha propagada de nada pode comer, tudo tem que ser meticulosamente preparado.
Daqui a pouco alguém faz um estudo e descobre uma coisa absurda do tipo, crianças alimentadas só com produtos a base de milho são mais felizes e inteligentes. Pronto, alguém duvida que vai ter uma porrada de pais querendo fazer a criança comer milho o dia todo? Eu não.
Comportamentos radicais merecem atenção e vigilância, não respeito absoluto. Sinto muito, mas novamente, na minha opinião, não consigo ver muita diferença entre pais radicais com a alimentação daqueles que se negam a deixar o filho fazer um tratamento médico (como transfusão de sangue) porque é contra suas convicções religiosas.
Quero ter filhos sim, se Deus quiser. Mas quero ter o prazer de apresentar aos meus filhos tudo que o mundo oferece, e isso não é só em relação a comida. É em relação a vida. Porque acho muito melhor ele chegar em casa e falar que quer devorar uma barra de chocolate do que comer escondido na rua porque em casa os pais são proibitivos e neuróticos demais. E acreditem, eu tive uma coleguinha no colégio que era assim. Tudo o que os pais não deixavam comer em casa, ela comia na rua. O tempo passou e além da comida, começou a surgir outras situações que ela preferiu esconder dos pais. Não quero isso pra mim.
Na minha opinião, qualquer tipo de radicalismo deve ser evitado.
O mundo não funciona assim, pelo menos no meu mundo. Respeito sim, mas com equilíbrio e bom senso.

 
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