Assuntos domésticos..

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Dias antes de eu viajar, fui ao Iguatemi comprar presentes e me encantei com os tapetes em uma dessas lojas cheias de charme.
Resolvi me dar de presente 2. Um para a porta da entrada social e outro para a entrada de serviço do apartamento.
Eles eram lindos, não eram capachos, eram uns tapetes fofinhos, coloridos, bem legais.
Coloquei do lado de fora do apartamento e fui viajar.
Quando voltei, fiquei chateada. Um deles foi furtado. Não o da entrada de serviço, o da entrada social mesmo, o que pode ser um indício de que quem furtou foi algum morador ou visitante.
Antes de comprar o apartamento, pagava aluguel e tinha morado já em vários lugares aqui em Porto Alegre, apartamentos em bairros baratos, cheios de estudantes e em edifícios populares. Mas em nenhum deles havia sumido nada da minha porta, nem tapetes, nem vasos de flores.
Mas aqui, em um edifício que teoricamente só tem "gente bacana", acontece uma coisa dessas.
E eu não fui a primeira. Uma das vizinhas me falou que no andar dela furtaram 2 quadros que estavam no corredor. Achei isso muito chinelagem.
Ontem fui ao Iguatemi. Passei pela tal loja e tive aquela vontade de ter o tal tapete novamente. Até pensei em comprar um mais baratinho e simples, porque caso fosse roubado novamente eu não iria sair assim tão no prejuízo.
Mas depois de muito pensar, decidi que eu não vou abrir mão de coisas que eu gosto por causa dos outros.
Comprei o tapete e 2 tubos de cola para carpete a base de silicone.
Tasquei a cola neles e agora eles estão lá, grudadinhos no chão. É uma pena ter que apelar para esse tipo de coisa, mas é o jeito. Assim como os novos quadros do andar da minha vizinha, que agora estão parafusados na parede.
A maioria dos meus vizinhos é legal. Gente que trabalha o dia inteiro, que deixa a piscina praticamente deserta durante a semana e que volta e meia aparece aqui em casa pedindo alguma coisa emprestada, porque não teve tempo de sair para comprar. Penso que é como uma grande família, gente que se ajuda, que cuida um dos filhos dos outros quando uma das empregadas não aparece e que bate na porta trazendo um pedaço de torta ou de alguma comida diferente.
Mas como em todos os lugares, sempre tem pessoas desagradáveis.
E aqui não é diferente. Tenho uma vizinha que é insuportável. É daquele tipo de pessoa que está sempre com o nariz empinado e a cara feia, como se frequentemente estivesse sentindo um cheiro desagradável.
No início eu cumprimentava, mas como não ganhava resposta, desisti.
O cúmulo da coisa foi uma vez que ela estava chegando e eu segurei o portão. Acreditam que ela nem segurou o portão ao passar ou me cumprimentou? Ela passou direto por mim, sem nem me olhar, e eu lá com cara de "João Bobo", cumprimentando e segurando o portão. Senti como se eu tivesse a palavra "trouxa" escrita na testa.
Claro que na vez seguinte que nos encontramos no portão, eu entrando e ela chegando, soltei o portão na face dela, e fui bem sorridente pegar o elevador, nem esperei por ela. Aprendi a lição.
Mas a última dela foi na semana passada. Ela fez um escândalo porque o filho dela, brincando na grama, furou o pé com uma roseta. Ela armou um barraco. Chamou o pessoal da manutenção, disse que eles eram uns relaxados, que se o filho tivesse uma infecção ela ia processar o condomínio. Uma roseta, gente!
O que ela quer? que coloquem um tapete vermelho para ela e o filho passarem? Tenho pena da criança, imagino a educação que ele vai receber, se é que vai ser educado, porque daquela ali não duvido de mais nada...
E o mundo está cheinho de gente assim, pessoas prepotentes, arrogantes, mesquinhas.
Gente que adora sabotar os outros, gente que adora tentar mostrar o quanto é melhor, o quanto a sua vida é mais feliz. Só não entendo porque eles acham tão importante mostrar que são melhores. Talvez porque queiram a aprovação dos outros, já que não conseguem a aprovação deles próprios.
Gente que gosta de ser odiada. Gente que interpreta as críticas como se fosse inveja.
Gente que é tão carente de amor próprio (e carente do amor de outros também), que precisam infernizar a vida alheia para transforma-la em um inferno igual a delas.

 
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