Aaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Não sei como são os outros holandeses, mas o meu não é nada romântico. Ele tem milhares de qualidades que perderia o dia aqui enumerando, mas romantismo não é um dos seus fortes. Ele fala coisas bonitas, é claro, mas na maior parte do dia é um tanto quanto relapso em relação a isso. Lembra de datas importantes, mas não faz declarações de amor dignas de comercial de margarina, do tipo "happy day" ou "Qualy".
Por isso quando ele me liga, falando manso, quase miando e nos dois primeiros minutos da ligação já me disse pelo menos meia dúzia de vezes o quanto me ama e o quanto eu sou linda, eu fico com os dois pés atrás.
E hoje não foi difente. Sabe criança quando apronta? Pois é, é igual.
Depois daquela enrolação do: "tenho saudades", "te amo tanto", "você é tudo pra mim" e companhia, fui logo cortando o papo mole.
Bom, vou transcrever aqui a conversa, com as devidas traduções transformadas em um português de populacho mesmo e cortando os devidos palavrões.
- (Dois minutos de puxa-saquismo da parte dele)
- Uhum...o que você aprontou agora, Be?
-Não, eu não aprontei nada, eu só tenho uma "situação" que precisa da sua ajuda, princesa. (Quando o rolo envolve o "we have a situation" eu já sento, porque sei que coisa boa não pode vir daí)
- E que tipo de situação seria? (eu já imagino mais parentes cancerígenos, ele resolvendo trocar a viagem por uma temporada de pesca em algum lugar, ele dizendo que gastou sei lá quantos euros em uma barraca super legal e essas coisas)
- Lembra do Rod? (não tem como não lembrar do cara, um dos amigos mais interessantes do Be, bom de papo, um sorriso lindo, um corpão que dá para se perder, etc.)
- Lembro vagamente, por que? (não dá pra dizer que lembro com detalhes de cada músculo do cara que se distende quando ele sorri, fica feio, acreditem)
- Bom, ele conheceu uma garota. Gaúcha, imagine você! ( e ele tenta dar um "ar" descontraído ao papo, como se ele estivesse prestes a contar uma coisa suuuuuuuuuper interessante e engraçada). Pela internet. Faz alguns meses que eles estão conversando. Quando eu falei que estava voltando pra aí na metade do mês ele ficou super entusiasmado para vir junto e conhecer a tal garota.
- Ótimo Be, tomara que ela seja tão incrivelmente maravilhosa (hohoho) quanto eu, eles se casem e nos convidem para padrinhos. Deus sabe como nessa loucura que nós passamos eu estou precisada de uma boa festa...
-Não, Pri....(meu nome não é Priscila, é a abreviação de Princesa mesmo, o apelido que agora ele resolveu colocar em mim)...ele pediu se não pode ficar uns dias ali em casa, até conhecer melhor a garota. Você sabe como ele sempre me ajudou quando precisei, ele é um amigo de longa data, não tive como recusar...
-Então o tal Rod vai ficar lá em casa, é isso? (usando um tom de voz um pouco mais alterado)
-Sim, Pri....apenas uns dias, eu garanto...
-E a reforma do banheiro, Be? (já gritando)
-Ah, eu pensei nisso também. O Rod é realmente bom nessas coisas manuais (com aquelas mãos, ui, eu acredito) , talvez ele possa nos ajudar e eu e ele podemos dar um jeito no banheiro sozinhos, sem nem precisar de pedreiro....
- Rod vem, Be, mas quem bota a mão no banheiro é o pedreiro!
-Ahn, tá bom, meu amor, então o pedreiro faz tudo. (Reparem como eu fiz uma boa negociação, troquei uma coisa por outra. O clima estava mais tenso que negociação no Oriente Médio e consegui me livrar dessa numa boa)
-Tá, agora vou trabalhar, nos falamos a noite.
-Eu te amo tanto, Pri...
- Tá, tá, já sei...(desliguei o telefone)

Então eu faço aqui um apelo, a você gaúcha, que passar aqui e tem um encontro marcado com um holandês tesudo que atende pelo nome de Rod.
Ele é bonito, bacana, simpático e bom com as mãos. (hohoho) Leve o dito para qualquer lugar longe da minha casa (e em especial do meu banheiro que, como pode ver, será reformado).
E tenha em mente uma coisa: quando eu encontrei o meu holandês, não teve intermediário. Fora o medo de que ele fosse um maníaco, assassino, psicopata, eu encarei sozinha, na unha mesmo.
Então, vai criar vergonha na cara e se vire sozinha com o seu holandês, deixa eu, minha casa, (e meu banheiro) e o meu noivo fora dessa.
Bom fim-de-semana a todos!

Eu quero, eu quero muito!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Be chega daqui uns dias. Antes, ele vai passar em Boston para conversar com uns clientes

Enquanto isso, estou aqui enlouquecida.

Tenho uma tia que mora próximo a Boston e eu fico aqui, confabulando mentalmente sobre as minhas encomendas.

Senti um pouco de remorso por gastar dinheiro, mas agora já passou. Depois do ano de miséria e sofrimento que eu passei, contando até centavos, eu mereço um pouco de sossego. Vou sim me esbaldar e comprar artigos de primeira necessidade. Mando entregar na casa da titia e ela despacha com Be.

Vocês não tem noção da quantidade de coisas que dá para comprar com pouco dinheiro no site da Victoria’s Secret. Como já colocaram a coleção nova a venda no site, todas as pontas do inverno estão muito, mas muito baratas.

Gente, é de enlouquecer!

Vestidos lindos de lã por pouco mais de 70 reais. Blusas, suéteres, tudo em liquidação. Malhas lindas que em qualquer malharia daqui, por mais furreca que seja, você não consegue comprar por menos de 100 reais no site está por 30, 40 reais (fazendo a devida conversão dos doletas). Obviamente, se eu tivesse o corpitcho das “angels” eu ficaria ainda mais linda com aquelas roupas, mas abafa, hahaha.

Olhem isso:




Calcinhas super confortáveis, de cotton, 5 por menos de 30 reais:


E claro, como não só de pão vive o homem, vou aproveitar e repor o meu estoque de hidratantes.

Eu sou fissurada nas linhas Blossoming Romance e Vanilla Lace da coleção Garden. Toda a linha Garden está em promoção. Você compra 5 produtos por menos de 60 reais. Eu tenho até lágrimas nos olhos de tanta emoção, hahaha


E você, qual o seu “cheiro” da Vic’s predileto?


Deus, olhe para baixo...

sexta-feira, 28 de março de 2008

...e dê um pouco de paciência a essa pobre alma.

Algumas coisas lá no escritório têm me feito perder a cabeça.

Trabalho em uma área específica de finanças que além de cautela, é preciso passar confiança aos clientes. Todo o meu trabalho está baseado nisso, no cliente confiar na gente, confiar em mim e se sentir seguro para usar os nossos serviços.

Nossos clientes são toda a sorte de pessoas, de aposentados até empresários de grandes empresas, até as próprias grandes empresas.

Com a intenção de estreitar os vínculos entre a empresa e os clientes, e também para que esses investidores conheçam todos os detalhes de cada transação, sempre optamos por ter uma relação bem próxima com eles. Corpo-a-corpo mesmo. Nunca fomos adeptos de ter muita assessoria. Tenho uma secretária que, apesar de ser um pé no saco, me ajuda, e muito. Os clientes ficam satisfeitos assim, eles acham importante falar diretamente com os responsáveis pelas contas deles. Ponto final.

Só que no último mês surgiu (sabe-se lá de onde) uma tal especialista, contratada para diagnosticar eventuais problemas ou fraquezas e nos apresentar soluções.

Só que eu ando de saco muito cheio dessa mulher.

Ela não tem a mínima noção do que fazemos, só dá fora e se acha o ó do borogodó por nos fazer assistir as intermináveis palestrinhas dela enfeitadas com fru-frus, cheia de diagramas multicoloridos.

Conhecida de um dos nossos colegas, a fulana é uma tremenda filhinha de pai rico, que nunca soube o que é pegar no batente, sem noção alguma de leis trabalhistas. Sem noção alguma do que fazemos, sem noção alguma das idiotices que fala.

Big Boss, deslumbrado com a tal auditora, faz vistas grossas para a maioria das asneiras que ela fala. Acha importante que haja auditoria na empresa, mesmo que a auditoria não se importe com nada além de que o sapato esteja combinando com a bolsa.

Só que hoje foi a gota d’água. Depois de quase 1 hora e meia de falatório, ela veio com um dos seus brilhantes diagnósticos: cada um dos analistas ter mais 1 assessor, uma pessoa que se concentre na relação com os clientes enquanto nós, os pobre-coitados, teríamos mais tempo disponível para o trabalho pesado.

Na cabecinha de ervilha dela, fazendo isso a empresa poderia aumentar o número de clientes, já que nós não “perderíamos” tempo investindo em relacionamento, teria uma pessoa só para isso.

O que a infeliz não entende é que nem todo mundo vive de aparências como ela. Os clientes não querem assessores que tomem cafezinho e dêem tapinhas nas costas deles. Eles querem saber exatamente e de forma profunda o que está sendo feito com o dinheiro deles, coisa que um assessor furreca qualquer não vai ter condição de fazer. Todos os clientes mais importantes, sem exceção, têm um conhecimento amplo de economia e risco de mercado, porque eles investem pesado, e não querem investir para perder. Como um Zé Mané relações públicas vai deixar esse cliente satisfeito?

Na cabeça de gema de ovo dela, mais tempo disponível são mais contas para a empresa.

Na minha cabeça, menos tempo para me relacionar com os clientes são duas coisas: ou as contas diminuindo ou trabalho dobrado, porque, além de ganhar mais contas, vou ter que fazer o meu trabalho e o do assessor quando o cliente se negar a conversar apenas com ele.

Acho isso péssimo. Se estivesse no lugar do cliente, toda vez que quisessem que eu conversasse com o assessor, me sentiria diminuída, sem importância.

E como se não bastasse essa meleca toda, ela ainda nos “apresentou” os modelos de pelo menos meia dúzia de planilhas que ela desenvolveu para termos todo o tipo de controle que se pode imaginar. Só que o controle de tudo que é importante já se faz, e não vejo sentido em se perder mais tempo preenchendo duas vezes a mesma coisa. Um tipo de burocracia desnecessária que ao contrário de solucionar os nossos problemas apenas cria outros.

Tive vontade de mandá-la enfiar as planilhas naquele lugar!


Dica: até domingo, passagens aéreas para diversos lugares por 46 reais no site da Gol. Cheguei tarde demais para comprar para Maceió, mas em compensação, Be e eu iremos para Floripa por menos de 250 reais.

Agora deixa eu abrir a minha garrafa de champagne, porque afinal, eu mereço!


Alívio

quinta-feira, 27 de março de 2008

Paguei a última prestação do apartamento hoje. Nem tenho como definir a sensação de alívio que estou sentindo. Ainda falta pagar umas taxas residuais (que na minha opinião deveria ser chamado de roubalheira adicional), mas hoje me sinto em paz.


Acabei de voltar do cartório, estou aqui sentadinha olhando para a escritura. Conseguimos. É nosso e ninguém tasca.

Agora vamos em frente.

Tem algumas coisas que eu quero ainda fazer aqui, terminar a reforma do banheiro (isso já está virando uma lenda) e trocar o piso. Quando falo para as pessoas que quero trocar o piso, elas me olham como se eu fosse louca. Talvez eu seja mesmo. Trocar o piso vai dar uma sujeira infernal.

Mas é que esse laminado que colocaram aqui é um tanto quanto vagabundo. Várias tábuas já trocaram de cor por causa do sol, perto das janelas o piso está todo bicolor, um nojo. Mal colocado, você caminha sobre o piso e sente que ele está solto, deixaram frestas horrendas, um caos.

Arrumei o telefone de uma empreiteira que promete fazer todo o serviço, desde desmontar os móveis, colocar o piso, até trazer junto uma tia da limpeza para deixar tudo arrumadinho no final.

Dei uma olhada nos tipos de pisos. Estava com a idéia fixa de colocar um porcelanato no living em vez do laminado, mas o problema do porcelanato é sempre o mesmo, qualquer coisa ele fica manchado. Não tenho saco para investir na troca e daí a pouco descobrir que troquei 6 por meia dúzia.

Então acho que vai ser um laminado de marca melhor mesmo.

E agora vêm as opções, é um mais lindo que o outro.

Estou em dúvida entre o Ipê e o Carvalho rústico.






Ipê








Carvalho rústico








Nossa, minha cabecinha já está a milhão, fazendo um monte de planos.

Me dei um prazo de 3 meses para comprar um carro. Quando compramos o apartamento, dei o meu carro no negócio. Aliás, dei quase tudo, só não dei minha mãe porque ela é legalzinha demais.

Só que um carro faz falta. Principalmente quando começa o inverno ou quando eu fico no escritório até tarde, cansei de gastar fortunas com táxi. E também cansei de voltar para casa com os braços quase caindo de tanta sacola de mercado. Pra mim chega.

Só não tomo um porre hoje porque amanhã é sexta-feira e milhares de coisas me aguardam no escritório. Coisas que precisam de mim lúcida e sem ressaca. Mas amanhã, a noite é minha. Vou colocar uma boa garrafa de champagne no gelo e ficar até altas horas conversando com o Be. Afinal, a gente merece.

Daqui a 2 semanas Be está de volta, daí sim, a comemoração vai ser com tudo que temos direito.

Tantos sonhos, planos, devaneios, tanta coisa se passa pela minha cabeça. E no meio disso tudo ainda tenho os outros projetos futuros, os que não são propriamente meus, mas eu acabo abraçando por amor ao Be.

Dentre eles está comprar uma sala comercial aqui e um terreno. O terreno é o nosso devaneio em conjunto.

Terreno? Isso mesmo, um terreno. Mas não é um terreno em qualquer lugar. É praticamente a nossa Atlantis.

Sabe aqueles exercícios de Yoga que você faz relaxamento, abstraindo e se imaginando em um lugar especial?

Pois é, quando eu faço isso, me imagino no terreno!

Um fim-de-semana especial e cheio de sonhos para todos nós!


Casa nova

quarta-feira, 26 de março de 2008

Espero que vocês gostem na cara nova do blog. O grande barato do novo blogger é isso, você mesmo pode criar o seu template exclusivo. As tais caixinhas são ótimas, você escolhe cor, topo, tudo, uma maravilha. O único porém continua sendo o haloscan, impossível de ser instalado por aqui. Ou você consegue instalar e misteriosamente o topo do template some ou você deixa sem o haloscan. Por enquanto vou deixar assim, com os comentários do blogger mesmo.
Se alguém tiver a solução para instalar o haloscan sem perder o topo do template, dá um grito. Pelo que andei lendo pela net, muitas pessoas estão com o mesmo problema.
Fiz uma cópia do template antigo (que era lindo demais) que também, misteriosamente, sumiu do meu pc.
Pelos comentários antigos do haloscan, fiz a listinha dos blogs que eu visito. Mas se alguém passar por aqui e não tiver o nome na listinha, dá um grito que eu ajeito.
Agora deixa eu voltar ao trabalho.
Amanhã tenho novidade para contar por aqui.

Que pampa é essa que eu recebo agora?

segunda-feira, 24 de março de 2008

Viajamos no feriado para o interior. A Dengo (é assim que a minha afilhada vai ser chamada aqui nesse humilde blog), ainda não conhecia a nossa família e achamos que era uma boa deixar a pobrezinha logo a par do que é realmente fazer parte de uma família de gringos doidos.

No sábado à tarde fui fazer umas compras no mercado (mamis estava fora de casa há muito tempo e papis, durante esses dias, ia para a casa de um tio diferente a cada dia filar o rango, então, não tinha quase nada em casa).

Na saída do mercado, tomei um susto quando o rapaz que estava carregando as sacolas até o carro me chamou. Era um colega de colégio do meu irmão. Conversamos um pouco e ele me contou sobre como andava a vida dele. Fiquei com aquilo na cabeça e fui embora.

Logo em seguida, fui fazer as unhas e outro susto: a manicure que me atendeu foi uma colega minha da oitava série, a Lisandra.

Lembro da Lisandra muito bem. Uma garota esperta, o caderno sempre caprichado, notas altas e super esforçada.

Fui para casa pensando naquilo.

Por mais que eles parecessem relativamente bem, confesso que foi um choque encontra-los. Um empacotador de mercado e uma manicure. Fiquei pensando nesses caminhos tortuosos que a vida nos reserva. Se passou um monte de coisas pela minha cabeça.

De forma alguma eu quero aqui depreciar o trabalho deles, mas eu achei triste demais.

Pensar no meu irmão e pensar no seu colega empacotador de mercado.

Pensar em mim e na ex-colega que virou manicure.

Não estou aqui questionando a dignidade da profissão deles nem a importância delas.

Mas caiamos na real. (Caiamos é correto?) Na Holanda eu até ia pensar: “Que é isso, Agri, eles tem relativamente a mesma qualidade de vida que as outras pessoas, os filhos deles estudarão em boas escolas, eles não vão passar necessidade, terão uma vida digna.”

Mas no Brasil?

Lisandra ainda largou uma pérola do tipo: “A situação por aqui não é das melhores, se eu fosse você já tinha largado tudo e ido embora para a Europa”. Na hora eu concordei com a cabeça e achei melhor não responder.

Como explicar que o meu emprego é um dos maiores motivos de eu não largar tudo e ir embora?

Como explicar para ela que, mesmo sendo em reais, eu tenho um salário que muito gringo invejaria?

Me senti um pouco envergonhada por reclamar tanto de coisas tão mesquinhas. Reclamo de barriga cheia, ou melhor, reclamo de barriga empanturrada.

E quando eu vejo esse tipo de coisa penso na minha família.

Quando o meu irmão entrou na faculdade, há 15 anos atrás, a situação lá de casa não era das melhores. Meu irmão foi obrigado a passar em uma Universidade pública, porque os meus pais não tinham cacife para bancar uma mensalidade de um curso de Medicina em uma faculdade particular.

Quando eu cresci a situação lá em casa estava muito melhor. Não tive luxo, mas também não fui privada de coisas que o meu irmão não pôde ter.

Mas lembro com saudades da felicidade que foi quando ele passou. Os primeiros meses foram de sufoco até ele encontrar colegas relativamente confiáveis com quem pudesse rachar o aluguel.

Minha mãe, para ajudar o mano a comprar os livros (que mesmo naquela época eram caríssimos), fazia salgadinhos por encomenda.

Não era propriamente um emprego, mas as encomendas no fim-de-semana surgiam e lá íamos nós, madrugadas adentro. Fornadas e mais fornadas de pasteizinhos, coxinhas, empadas, canapés.

E em nenhuma dessas vezes lembro da minha mãe triste, chorosa. Não vi a minha mãe reclamar uma única vez de como as coisas eram difíceis.

Cada vez que recebia o pagamento pelos salgados minha mãe abria um sorrisão, feliz da vida, pensando no destino do dinheiro. Ela não via o dinheiro na palma da mão dela, ela enxergava o livro, o tênis, o mês de alimentação que ela poderia ajudar o meu pai a bancar.

Talvez não seja politicamente correto, mas presenciar esse tipo de situação me faz inflar de orgulho pela mãe que eu tive.

E me traz a certeza de que, se tudo der errado, juro por Deus que cozinho a barriga no fogão, mas filho meu não vai virar empacotador nem manicure. E se eles não quiserem estudar, já aproveito as formas dos salgadinhos para dar umas boas porradas na cabeça deles até que eles implorem por misericórdia.


Su: parabéns pelo emprego, garota! Que orgulho de você!

C'è un principio di magia...

quarta-feira, 19 de março de 2008



Há um princípio de magia
Entre os obstáculos do coração
Que prende alegremente
Entre uma noite que não morre
E uma noite a ser descartada
Como um pacote de natal.

Há um princípio de ironia
No prender com carinho
Os pensamentos mais secretos
E encontrar os já descobertos
E eu era pra falar
Sou eu que os tenho emprestado

Quanta coisas que
você não sabe de mim
Quanta coisas que
você não pode saber
Quanta coisas a ser trazidas
na viagem
Junto...

Há um princípio de alegria
Entre os obstáculos do coração
Que eu quero merecer
Também enquanto olho o mar
Enquanto deixo naufragar
Um pensamento ridículo

Quanta coisas que
você não sabe de mim
Quanta coisas que
você não pode saber
Quanta coisas a ser trazidas
na viagem
Junto...

Quanta coisas que
você não sabe de mim
Quantas coisas precisa merecer
Quantas coisas lançadas na viagem
Junto...

Há um princípio de energia
Que me faz balançar
Entre meu dizer e o meu fazer
e sentir fazer confusão
Faz confusão ao caminhar
Entre os obstáculos do coração

Quanta coisas que
você não sabe de mim
Quanta coisas que
você não pode saber
Quanta coisas a ser trazidas
na viagem
Junto...

Com certeza foi ironia. E uma das grandes. Há dias eu estava com essa música na cabeça. Sabem como é? Você acorda pensando em uma música e se pega ao longo do dia cantando baixinho?
Parece que sem querer estava predizendo o que estava para acontecer.
Essa manhã recebi o meu presente de Páscoa adiantado, o Consulado me ligou perguntando quando eu posso comparecer lá para dar entrada no passaporte italiano.
É isso aí, meu processo de cidadania foi aprovado. Eles até enviaram uma cartinha, mas como não tem ninguém lá em casa, no interior, nem estava sabendo. Sei que ainda demora um bom tempo para que o passaporte fique pronto, mas a sensação que eu fiquei é de que agora sou livre.

Quando eu desliguei o telefone se passou toda uma vida na minha frente, a minha vida.
Chorei...chorei muito.
Lembrei do início do meu namoro, quando só havia incertezas. Os planos, o desespero por achar que eu teria que cruzar por caminhos tortuosos para pisar na Holanda livre, sem ser uma criminosa. A revolta por ver Maximas que sem esforço algum estavam lá. Ver o esnobismo de brasileiras "legais" casadas com holandeses que só faltavam acender uma fogueira em praça pública para queimar as brasileiras que pensavam em se mudar ilegalmente.
Lembrei dos anos difíceis onde eu e Be nos encontrávamos no máximo 2 vezes por ano, com a grana contada. Os sacrifícios feitos do lado de cá e do lado de lá, mas que no final das contas renderam frutos. A certeza do que queremos, a batalha que travamos diariamente para ficarmos juntos, uma casa em Brecht, um apartamento bem legal aqui e a companhia mais constante um do outro. Algumas coisas mudaram por aqui, coisas que com o tempo eu espero contar. Mudanças ótimas, de verdade. O fato é que Be estará cada vez mais presente aqui na terrinha.
O desespero inicial de achar que ficarmos definitivamente juntos era um sonho distante passou. A presença frequente dele aqui me faz ver que é real, Be é o meu mundo e é por ele que eu luto.
Me dei um prazo, 3 anos. É o tempo para decidirmos definitivamente se eu vou ou ele vem. No auge dos meus 20 e tantos anos, descobri que ainda há muito a sonhar, ainda há muito a viver.
Não há como negar que a distância dói, a saudade as vezes sufoca. Porém, quero focalizar mais no que de positivo veio disso, um relacionamento que pode por vezes balançar, mas no final das contas permanece duro feito rocha. Estou aprendendo a caminhar em vez de correr.
Mas agora eu posso me permitir sonhar. Não é mais um documento que vai fazer a diferença entre ser ou não feliz. Se amanhã eu resolver largar tudo e sair correndo, vou poder.

Muita coisa ainda vai rolar nesse meio tempo, afinal:

" Quante cose da portare
nel viaggio
Insieme..."

E não importa se a sua páscoa vai ser de ovos de coelhos ou de galinhas, desejo que ela seja bem feliz!

Feliz Páscoa!
Joyeuses Pâques!

Abaixo fotinhos de Sint-Niklaas, uma das maiores cidades da região de Flandres, que eu visitei há 3 anos, conhecida pela sua arquitetura rica e pelos monumentos lindíssimos.











Brasilidades

quarta-feira, 12 de março de 2008

Minha afilhada nasceu. Linda, pequenininha e muito, mas muito dengosa. Até que eu não encontre um apelido que tenha a carinha dela, o rebento será denominado nesse blog como a bebê.

Ficamos bastante preocupados quando soubemos que a cunha teria que fazer uma cesárea, mas foi tudo muito tranqüilo.

O corte usado agora é pequeno e bem lá embaixo, feito a laser. Parece que o uso de laser diminui o risco de infecções. Os pontos são internos e absorvíveis, ou seja, não existe mais aquilo de “tirar os pontos”. É o mesmo tipo de ponto usado em cirurgias plásticas. No final das contas, o corte nem parece um corte, mesmo tão poucos dias depois do procedimento. Tem cara de arranhão de gato, sabem como é? Aquele vergão ligeiramente avermelhado. E a tendência é sumir ainda mais, depois de aproximadamente 6 meses ficará apenas uma cicatriz fininha, branquinha e pequenininha bem “pra baixo”. Achei um luxo! É óbvio que, se eu puder, vou optar por parto normal, assim como também era a primeira opção deles. Só que a obstetra observou que, em um intervalo de 15 dias, a bebê não tinha ganhado nem ao menos um grama de peso. Repetiram a eco em outro lugar e confirmaram o resultado. Além disso, fizeram outros exames (que eu sinceramente, nem sei qual é o nome), que deram resultados anormais. Receosos ( e o meu irmão quase tendo um chilique), resolveram fazer a cesárea.

Outro ponto positivo foram os dias de internação: esqueça aquilo que dizem que quando se faz cesárea a mãe tem que morgar dias no hospital. Só para terem uma idéia: cunhada internou na quinta-feira à noite e no sábado à tarde já estava indo para casa com a sua filhotinha, caminhando e bem serena.

E como em casa de ferreiro o espeto é de pau, mesmo tendo um obstetra na família, nunca questionamos nada sobre essas coisas, éramos totalmente leigos no assunto.

A única coisa que já era bem conhecida é a famosa cara-de-pau dos parentes. Na maternidade foi um inferno. Como o meu irmão trabalhou por alguns anos lá, todo mundo o conhecia. Minha cunhada e a bebê não tinham sossego. O quarto era bacana, mais parecia um quarto de hotel, só que as visitas eram liberadas o dia inteiro. Uma coisa totalmente sem noção! Tinha visita que chegava lá e se abancava de tal forma que uma hora, quando me dei conta, tinham quase 10 cadeiras no quarto, todas ocupadas. O povo ficava lá, tagarelando, pensando que estava em uma festa, e a cunha e a bebê no meio, tontas e cansadas.

Será que essas pessoas não se dão conta da tremenda falta de respeito que mostram? Não, o calvário foi ainda maior.

No sábado à tarde, na saída do hospital, o meu irmão convidou a irmã da minha cunhada e o namorado da dita para almoçar no domingo. Meu pai faria um churrasquinho, só para a família, e a minha mãe, prepararia uma boa panela de caldo de galinha caipira para a cunhada. Uma coisa bem íntima, até porque o meu irmão, nessa loucura toda de cesárea de urgência, nem teve tempo para trocar os plantões, então, quem mais uma vez bondosamente veio para cá tomar conta da situação foram os meus pais (já que os pais da cunha morreram em um acidente de carro quando ela ainda era criança).

Eu não sei se sou muito otária ou de repente intransigente demais com algumas coisas. Mas, na minha cabeça, quando você é relativamente “da família” (a moça é irmã da minha cunhada), você tem que ter aquele espírito de cooperação. Você chega cedo, você pede para os anfitriões se precisam de ajuda e aquilo tudo. Você sabe que tem uma mãe e um bebê “novinhos” na casa, você se solidariza e tenta, da melhor maneira, fazer com que eles fiquem tranqüilos.

Só que a “moça” em questão, não só chegou ao meio-dia, nos deixando com a sensação de que ela pensava estar em um restaurante como, ainda por cima, além do namorado, carregou com ela mais 3 amigas. Achei o fim da picada. Sei que essa implicância minha também é pessoal. Tenho verdadeiro pavor dessa garota, tudo o que a cunha tem de humilde e generosa, ela tem de idiota e arrogante. É do tipo espaçoso, que chega falando alto, impondo presença e espalhando os seus tentáculos pelo ambiente. Se acha o máximo, só ela quem sabe das coisas, só a opinião dela que importa. Já conversei com mamis sobre ela. Fiquei até com remorso, acho que mamis tem razão quando diz que eu preciso entender que ela foi criada sem pais e que isso é muito triste. Mas não entendo como a cunha, criada da mesma forma que ela, possa ser tão diferente. Talvez esse jeitinho da irmã da cunha seja exatamente isso, uma tentativa de chamar a atenção, carência mesmo, aliada à falta de pais que pudessem ensinar o que é certo e errado. Enfim, não quero pensar nisso agora porque eu quero ter raiva dela e não pena, hahaha.

Os dias passaram. Meu pai voltou para o interior e a mamis continua na casa do meu irmão. E vou dizer uma coisa, não é porque a mãe é minha, mas ela é muito, muito fofa. Ajuda a cunha com a bebê, faz comida, dá colo para a cunha também, organiza as coisas, limpa a casa quando precisa, dá aquelas dicas geniais de “mãe velha” que valem ouro, ela é o máximo.

Tudo estava transcorrendo muito bem até no último sábado à noite. Resolvemos fazer uma noite de pizza. Mano cozinha bem demais, faz umas pizzas maravilhosas, ele mesmo prepara a massa, uma delícia. Ia ser uma coisinha bem particular, só mano, cunha, a bebê, mamis e eu. Só que mais uma vez os nossos planos estavam fadados ao fracasso. Não fazia 10 minutos que eu tinha entrado pela porta, o porteiro eletrônico tocou. Eram visitas. Nem preciso dizer quem era. A irmã da cunha e o namorado, acompanhados de mais 6 pessoas.

Chegaram à noite, quase no horário da janta, sem nem ao menos dar um telefonema dizendo que viriam.

Minha mãe e eu só tivemos aquela troca de olhares que vale mais que mil palavras.

Mamis fez cara feia e só resmungou pra mim um: “ah, hoje não”. Sentamos-nos no jardim com um copo generoso de caipira e ficamos na espreita, vendo no quê aquilo ia dar. Passou uma hora, passou duas e nada das visitas irem embora. Aí por 10 da noite, mamis e eu, bêbadas, só nos olhamos quase chorando porque tivemos a certeza de que aquela gentalha não iria embora antes de “filar a bóia”. Resignadas, fomos pra cozinha preparar qualquer coisa para eles comerem. Na boa, se não fosse pelo fato de que gente inocente (leia-se mano e cunha) fosse comer, eu teria cuspido na comida, tamanha a raiva que sentia.

Conheço o meu irmão o suficiente para saber que ele também estava incomodado com a situação, ficou o tempo todo tristonho e meio cabisbaixo. Cunha, aparentemente bloqueada para a cara-de-pau daquela gente, apesar de irritada porque a bebê passava de mão em mão como cuia de chimarrão, foi incapaz de falar. Acho que rola aquele sentimento de ser a irmã mais velha, de ter pena da outra. Isso a faz cega para podar a irmã ( o que na minha opinião é um erro, porque se aquela “moça” tivesse levado uns bons safanões não teria se tornado a aberração que é hoje). A bebê choramingava irritada e o pessoal nem aí pra nada.

O auge da minha ira foi quando até os brincos que eu dei para a bebê viraram motivo de críticas por parte da “moça”. Com a bebê no colo e fingindo que conversava com ela, dizia coisas como: “Mas que brinco grande, é quase maior que a bebê”, coisas desse tipo. Depois disso, todo o esforço que eu tinha feito para deixar de lado a minha cara de quem chupou limão foi por água abaixo.

Juro por Deus que eu até tentei parecer espontânea e natural, mas eu simplesmente não consigo. Eu tenho um bloqueio, quando eu estou chateada com algo, não consigo esconder. Não consigo engolir o sapo e fingir que está tudo bem. Simplesmente não consigo!

A cara-de-pau é tanta que foi só terminar de jantar para que eles levantassem acampamento. Mamis, mano e eu estávamos tão furiosos que, na boa, se eu soubesse que eles só estavam lá pela comida, teria feito a janta 3 horas antes só para nos livrarmos deles.

Depois dessa overdose de encheção de saco cheguei a conclusão de que não existe nada melhor do que o sistema holandês: as pessoas ligando antes para marcar o dia em que visitarão a família, um carregamento de “beschuit met muisjes”, um balde de café e era isso.

Quando contei para Be o que tinha acontecido, ele ficou horrorizado. Ele não entende como as pessoas podem ser tão mal-educadas. E compreendeu menos ainda o porquê da gente não ter dito nada se ficamos tão incomodados. Que Deus abençoe a sinceridade holandesa!

Até mais.

ps: a sogra está relativamente bem. Tivemos dias tão sofridos por conta do tratamento dela que fiquei traumatizada. Um dia eu conto tudo o que aconteceu, ou pelo menos tentarei.

Maneiras

sexta-feira, 7 de março de 2008

"Se eu quiser fumar eu fumo, se eu quiser beber eu bebo
Eu pago tudo que eu consumo com o suor do meu emprego
Confusão eu não arrumo, mas também não peço arrego
Eu um dia me aprumo, pois tenho fé no meu apego
Eu só posso ter chamego, com quem me faz cafuné
Como o vampiro e o morcego é o homem e a mulher
O meu linguajar é nato, eu não estou falando grego
Eu tenho amores e amigos de fato,
Nos lugares onde eu chego
Eu estou descontraído, não que eu tivesse bebido
Nem que eu tivesse fumado pra falar de vida alheia
Mas digo sinceramente, na vida, a coisa mais feia
É gente que vive chorando de barriga cheia"


Com essa música cantada por Zeca Pagodinho talvez esteja selando a minha volta ao mundo bloguístico.
Digo talvez porque ainda não tenho certeza se é uma volta de verdade.
Tantas coisas para falar, tantas coisas para compartilhar, e sabem o quê? só de sentar a bunda na frente do pc eu fico meio sem vontade. Não de contar, porque eu acredito realmente que a minha pausa por aqui tenha arrancado saudades sinceras em algumas pessoas. E se for em pelo menos uma única pessoa já acredito que tenha valido a pena.
A questão foram as circunstâncias em que isso tudo se passou.
Vou fazer um pequeno flashback. Por favor, me desculpem os menos interessados no meu monólogo tedioso, mas eu preciso disso. Aliás, daqui para frente será assim: mais "eu" e menos "os outros".
Depois de um tempo na blogosfera as pessoas costumam sentar e dar uma olhada nos seus posts passados. A maioria das pessoas olha para trás e tira conclusões do quanto amadureceu, do quanto melhorou, se dá conta de que os problemas passados ficaram no passado e aquela coisa toda.
É triste afirmar isso, mas quando eu fiz isso nesse blog eu fiquei tremendamente decepcionada comigo mesma.
O meu primeiríssimo post falava sobre esse blog ser para mim, para meus relatos, sobre a minha vida. Quando eu olhei esse post eu tomei um choque. Fiquei desanimada por me dar conta de que a grande maioria dos posts estava recheada de minhas experiências, mas tinham doses enormes de explicações para os leitores sobre as minhas atitudes, sobre a minha vida.
Algo estava errado, não estava? Cadê aquela expectativa inicial sobre contar os meus relatos, sobre ser o meu blog? Esse blog acabou se tornando o blog para explicar as minhas atitudes.
A bola de neve foi aumentando a cada dia, não sem antes eu concluir o quanto algumas coisas aqui me faziam mal. A Agridoce não estava gastando o curto tempo que ela tinha na frente do pc para algo saudável, ela estava ingressando por caminhos cada vez mais tortuosos sobre o quanto é difícil não conseguirmos agradar a todos, sobre o quanto críticas maldosas alheias são capazes de ferir, de magoar. Não digo que eu sou santa, longe de mim. Acho inclusive que uma boa parcela sobre tudo que se passou na minha vida aqui na blogosfera seja realmente culpa minha. Culpada por não ser capaz de olhar algumas coisas que me desagradavam ou me magoavam e simplesmente rir. Naquele momento eu não era capaz daquilo, as críticas, as fofocas, magoavam sim. E a Agridoce, aquela que queria apenas relatar suas experiências, acabou se tornando a Agridoce que se defendia do veneno alheio e usava o seu próprio veneno para magoar também.
Não tardou para que, ao invés de usar o blog para compartilhar experiências, eu precisasse dar explicações sobre as minhas escolhas. Peraí? dar explicações para quem eu nem conheço? Algo estava errado, não estava?
Para finalizar, gradualmente, eu comecei a sentir, não necessariamente na pele, mas estava envolvida, com pessoas que se diziam amigas, pessoas que deixavam em blogs alheios, comentários cheios de apoio, comentários ensolarados. Mas bastava virar as costas, essas mesmas pessoas deixavam escorregar a máscara e mostravam a verdadeira face, que acreditem, não era nada bonita.
Por um tempo eu fiquei calada, apesar de magoada com a situação ficava na minha. Até que a dúvida veio por fim me atormentar. Que garantias eu tinha de que essas mesmas pessoas não estavam fazendo isso comigo também?
Enfim, saturou.
Por diversas vezes eu pensei em vir aqui e contar sobre o que estava se passando na minha vida. Sobre a doença da minha sogra, sobre a forma que Be quase me enlouqueceu e por pouco não houve uma separação, sobre as mudanças em minha vida profissional, sobre o quanto eu ando sobrecarregada, sobre as minhas férias maravilhosas depois da tormenta, sobre a minha afilhada que nasceu. Tanta coisa, mas tanta coisa mesmo, que tenho certeza que dariam relatos interessantes.
Mas sabem o quê? Toda vez que eu tinha um problema eu corria para o telefone ou para a casa de alguma amiga. Contava para a minha mãe, que estava sempre pronta a me aconselhar, com boas doses de cafuné no cabelo e com incontáveis taças de sorvete. Ou para alguma amiga, em noites memoráveis repletas de bom vinho, cerveja e até alguns cigarros. Pessoas que eu podia olhar nos olhos, que eu sabia que apenas iam me ouvir e me aconselhar. Pessoas para as quais não precisava me explicar.
E no final ainda tinha o Be, que mesmo entre "tapas e beijos" e "trancos e barrancos" estava lá, presente. Alguém tão formidável que não usaria as coisas que eu falava para fazer fofocas para os outros. Alguém que, mesmo sendo duro quando usa palavras para mostrar a melhor saida, era capaz de me fazer estremecer inteira com noites e mais noites fazendo amor.
Alguém aqui seria capaz disso? hahaha (desculpem a gargalhada)
Entendam uma coisa: não estou generalizando, porque tem muitas pessoas por aqui que me conquistaram, que me fizeram acreditar que amizade a distância é tão possível quanto amor a distância. A maioria das pessoas que eu encontrei aqui foram assim. Mas, nesse meu passado recente, eram aquelas poucas maçãs podres que me faziam tão relutante em voltar.
Em nenhum momento eu deixei de acompanhar os blogs das pessoas que eu tanto gosto. Não deixava comentários, lia quietinha, mas mandava boas doses de pensamentos positivos, me alegrava com a felicidade dessas pessoas ou incluía o nome dessas amigas na minha já extensa, listinha de preces. Por diversas vezes os dedinhos coçaram, mas eu pensava duas vezes e desistia de comentar. Por medo, por saber que os problemas dessas pessoas não se resolveriam com poucas palavras escritas por mim. Pode ser uma visão até bem pessimista, isso de pensar que não fazemos diferença, mas eu estou um pouco assim ultimamente.
Não quero dar opiniões na vida dos outros, não quero interferir ou ser aquela pessoa que obriga os outros a terem que explicar as suas escolhas. Não quero isso para os outros porque não quero isso na minha vida também.
Um pouco confuso, contraditório e até mesmo egoísta isso que eu falei? Pode até ser, mas é que eu ando assim, é como eu falei anteriormente, mais "eu" e menos "os outros".
Por que ter um blog então? Ainda não sei ao certo, talvez pela praticidade, talvez por aquela questão de massagem no ego de querer que alguém leia o que eu escrevi. Não sei. E estou satisfeita assim, sem saber ao certo. E se um "não sei" basta para mim, ele que seja suficiente para os outros também.
Tenho tantos relatos que quero fazer desse meu período de "férias". Acho que eles virão. Talvez bem poucas pessoas ainda passem por aqui. Mas eu não me importo. Se está bom para mim assim, isso que importa. Afinal, esse blog está oficialmente reaberto como sendo o MEU blog. Meu e de mais ninguém.
Agora deixa eu ir lá, que hoje é sexta-feira e "se eu quiser fumar eu fumo, se eu quiser beber eu bebo"
Até outro dia.

Dando um tempo...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Depois de um bom tempo sem entrar no msn, entrei dias atrás e encontrei a Fulana lá. Fulana é alguém que eu gosto demais. Vou mais ou menos descrever o diálogo que eu tive com ela.
-Oi, Agri, quanto tempo!
-Pois é Fulana, a coisa por aqui não tem sido fácil!
-Menina, que rolo é esse que está acontecendo com a Ciclana? (Ciclana é uma outra amiga blogueira que eu gosto demais, super justa com todos, transparente, o que tem se tornado cada dia mais raro na blogosfera)
- Que rolo? vem perguntar para mim? sei lá o que pega por aqui, eu não estou tendo nem tempo para dormir direito! (O que eu tenho certeza que a Fulana deve ter notado também, visto que no meio da nossa conversa eu soltava umas mensagens meio sem nexo, literalmente dormindo. E eu ando assim, meio zonza de cansada...)
Bom, o que pegou: Alguém, sujo o suficiente para criar um pseudônimo porque a maldade que lhe sobra falta em caráter, resolveu começar a mandar e-mails para a Fulana, falando mal da Ciclana. Umas coisas bem barra pesadas mesmo....
Na hora pedi para a Fulana me mandar os e-mails, queria ler o que o tal anônimo era capaz. Fulana acho que esqueceu de mandar, e sinceramente, quando ler isso te peço, não me mande, tenho certeza que não vai acrescentar em nada na nossas vidas.
Fulana estava preocupada, o teor era tão barra pesada que ela não sabia se mostrava/contava para a Ciclana ou não...
Não conte Fulana...alguém que faz esse tipo de coisa quer que a maldade se espalhe, quer contaminar todos com essa coisa doentia e suja, quer atingir a pessoa, quer entristecer. Bloqueia o e-mail, não leia mais nada, sinceramente, não vale a pena...
Agora eu te pergunto: Quem é sujo o suficiente para inventar/falar coisas tão horríveis sem nem ao menos se dar ao trabalho de mostrar a cara?
Depois ainda me perguntam o porque do pseudônimo aqui. Se com ele eu já fui alvo de alguns perrengues, imagina como seria se o meu blog tivesse nome, sobrenome e fotos de gente? eu hein?
E logo com a Ciclana, que sempre foi tão gente boa com todos a sua volta?
Ninguém está livre disso, ainda mais porque nesse caso a maldade não tem forma, não tem nome, não tem localização, não tem nada...
E eu aqui, ando tão atucanada com tanta coisa que saber dessas coisas só me entristece ainda mais.
Não vou dizer que estamos passando por um momento ruim aqui, mas é sim um momento diferente, que me faz repensar minha vida, prioridades e forma de enxergar o mundo a todo instante.
Tenho tentado conciliar trabalho, com sogra, com um Be longe preocupado, tenho tentado fazer o melhor que eu posso...e às vezes fico tão assustada por achar que tudo o que eu faço ainda é pouco...
Daí eu vejo uma coisa dessas e começo a pensar umas coisas que podem parecer bem loucas, mas para mim fazem todo o sentido do mundo.
Por mais que eu saiba que tenha gente bacana, fico sempre com a sensação de que as pessoas más estão sempre rondando, esperando você falar sobre suas tristezas para se alegrarem internamente...
E pelo que eu vi, enquanto as pessoas más assistem e ficam quietas tudo bem, pior mesmo é quando elas usam essa criatividade patológica para machucar os outros, ou com e-mails ofensivos ou até mesmo nos seus próprios blogs, desrespeitando os outros, ofendendo, ferindo...
O que leva essas pessoas doentes a serem assim eu sinceramente não sei.
Só sei que eu não quero gente má rondando a minha vida.
Por essas e outras o bloguinho está entrando no modo pausa.
Por quanto tempo eu não sei...
Talvez por pouco tempo, talvez por muito.
Só sei que concordo com a Patrícia, não quero que esse blog se torne uma obrigação, quero poder escrever nele quando tiver vontade, de coisas que eu gosto...
Talvez eu volte logo, quem sabe em uma versão com senha? que me dê a tranquilidade de ter apenas quem eu gosto por perto e a liberdade de poder falar do que eu quero e dar a minha opinião, sem ter que ficar na espreita, esperando que as coisas que eu escrevo aqui virem posts cheios de maldade nas mãos dessa classe tão baixa de gente desclassificada que ronda a blogosfera? Ou pior ainda, sem precisar ficar com medo de ser o próximo alvo de um anônimo nojento desses?
Deixa essa fase ruim passar que eu volto...eu acho...
Beijos a todos!

Mandando notícias...

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

A tempestade pior acho que já passou (ou não!). Sogrinha foi operada na segunda, tivemos dias bem pesados por aqui. Ela está bem, ainda está no hospital, mas essa semana foi bem complicada. Depois da cirurgia a pressão dela caiu muito e não conseguiam estabilizar, por conta disso ela ficou quase 2 dias na CTI. Tomamos um susto muito grande, toda vez que falávamos com o cirurgião ele só dizia que o estado dela era grave. Acreditem, como eu queria o Be aqui comigo nessa semana, ver a mãe dele daquele jeito, cheia de tubos e fios por tudo que era lado, me deu um aperto no peito. Minha mãe foi preciosa, não tenho nem palavras para dizer o quanto ela está sendo um anjo na minha vida. Claro que não posso esquecer do meu pai, que na terça-feira, vendo que a situação estava complicada, veio pra Porto Alegre, e foi o responsável pelo bom humor e as comidinhas bem-feitas toda vez que chegávamos em casa.
Uma das felizes surpresas que eu tive essa semana, quando tudo parecia desabar, foi o atendimento lá no hospital. Pessoas humanas, isso foi o que encontramos, por mais que possa ser uma redundância falar que as pessoas que trabalham lá são humanas, acreditem, não é. Os técnicos de enfermagem foram uma graça com a gente, os médicos, as enfermeiras, todo mundo.
Acabei de voltar do hospital, passei a noite com a moeder, e estou muito feliz, porque ela saiu da CTI e está se recuperando muito bem.
Talvez seja o presente de aniversário que ela esteja dando pro Be.
É gente, amanhã aquele gringo insuportável, sério e por vezes turrão está de aniversário!
Hoje a noite meus sobrinhos estão indo para lá ficar com ele. Nem quero ver o que eles vão aprontar...
E, para não reclamarem que nunca ponho foto de gente por aqui, deixo uma foto do Be, uma imagem que vale mais do que mil palavras e explica porque o Be é o meu Be....

Ik hou van jou Be!




ps: Susana, não consigo entrar no seu blog...
ps2: Jo, que poha é essa de fechar o blog? hein????
ps3: Nem o blog da Ciça está abrindo, acho que vou chorar...
ps4: yahoo parou de funfar por aqui, agora tenho um novo e-mail: agridoce1@gmail.com, ok?

Update: então, Anathalia, lá vai o cumprimento da tarefinha:

"all he could feel was Hermione's hand as he was squeezed through space and time, away from the Burrow, away from the descending Death Eaters, away perhaps, from Voldemort himself..." em Harry Potter and the Deathly Hallows.
Até pensei em roubar na brincadeira, pegar um livro mais cult, hahaha, mas não adianta, o que estava ao alcance das mãos era esse!

O Cântico do Irmão Sol

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Altíssimo, onipotente, bom Senhor
Teus são o louvor, a glória, a honra
E toda a benção.

Só a ti, Altíssimo, são devidos;
E homem algum é digno
De te mencionar

Louvado sejas, meu Senhor,
Com todas as tuas criaturas,
Especialmente o senhor irmão Sol,
Que clareia o dia E com sua luz nos alumia.

E ele é belo e radiante
Com grande esplendor:
De ti, Altíssimo, é a imagem.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Lua e as Estrelas,
Que no céu formaste as claras
E preciosas e belas.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Vento,
Pelo ar, ou nublado
Ou sereno, e todo o tempo,
Pelo qual às tuas criaturas dás sustento.

Louvado sejas, meu Senhor
Pela irmã Água,
Que é muito útil e humilde
E preciosa e casta.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Fogo
Pelo qual iluminas a noite,
E ele é belo e jucundo
E vigoroso e forte.

Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a mãe Terra,
Que nos sustenta e governa
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelos que perdoam por teu amor,
E suportam enfermidades e tribulações.

Bem-aventurados os que as sustentam em paz,
Que por ti, Altíssimo, serão coroados.

Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a Morte corporal,

Da qual homem algum pode escapar.
Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
Conformes à tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal!

Louvai e bendizei a meu Senhor,
E dai-lhe graças,
E servi-o com grande humildade.

Amanhã é o dia dele, São Franciso.
Paz a todos

Rapidinhas...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Por aqui a coisa está uma loucura, vocês não tem idéia...

Sogra chegou, está super bem e animada, a impressão que dá é que ela veio pro Brasil de férias mesmo, risonha, animada, até perguntou pro Be se depois do tratamento ele poderia leva-la conhecer a Bahia. Nem preciso dizer que gringão de quase 2 metros de altura afroxou as pernas e chorou, não é? Claro que sim, disse ele, vamos nós 3 (iupiiiiiiiiiiiiii)

Amanhã Be está indo embora e amanhã, sogrinha vai ser internada para repetir uns exames feitos na Holanda, fazer outros e, se tudo der certo, segunda que vem será a cirurgia. Estamos com um medão daqueles, mas bem organizados. Instalei o Skype, coloquei uma poltrona confortável na frente do PC e quando ela sair do hospital vai poder falar a vontade com os filhotes. No tempo que ela estiver internada, compramos um celularzinho com um plano bacana para ddi, sem falar no Be, que pode ligar pagando uma mixaria o minuto (alguém sabe porquê ligar daqui para lá é tão caro e de lá para cá é tão barato?)

Minha mãe já está aqui também. Hoje a tarde vem aqui em casa a tal professora amiga da minha mãe, minha mãe é completamente enlouquecida por canastra, ela cismou que essa amiga dela precisa ensinar a sogra a jogar também, já viram né? já pensou se uma delas resolve roubar, uma xingando em português e a outra retrucando em holandês, que festa, que festa!

Por falar em seriados, amei o primeiro episódio da quarta temporada de Grey's Anatomy, demais mesmo...Achei muito mcbitch a tal da Lex, irmã da Mer....muito mesmo...amei a cara que a Mer fez quando Lex e Der a chamam ao mesmo tempo, fez uma cara poderosa, ignorando a Lex e saindo de mãozinha dada com o Der, muito bom!

Sim, Sandra, eu amei Dexter...acho meio sinistro aquele seriado, fico muito tensa...nem sabia que a segunda temporada já tinha começado, só assisti Grey's e House, claro, porque nem é uma quedinha, mas sim um tombão, isso que eu sinto por esses homens mais velhos e charmosos, hahaha

Ah propósito, alguém sabe algum site onde eu possa pegar legendas de seriados em holandês ou alemão? porque daí eu poderia passar para dvd e alegrar a sogrinha né?

Nem preciso dizer que o clima por aqui está super alto-astral né?

Anathalia: recebi o seu e-mail, viu? só que eu deixei para responder quando tivesse mais relaxada, porque tem um montão de coisas que eu queria que soubesses, mas o problema é que faz 2 dias que eu simplesmente não consigo abrir a página do Yahoo, alguém sabe o que tá pegando por lá?

Bom, deixa eu ir, prometo que ainda essa semana eu passo e dou aquela xeretada

Beijos e um carregamento de energias boas para todos nós!

Carpe diem!

domingo, 23 de setembro de 2007

Por muito tempo eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade. Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga. Aí sim, a vida de verdade começaria. Por fim, cheguei a conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade.
Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho! Assim, aproveite todos os momentos que você tem. E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo; e lembre-se que o tempo não espera ninguém.

Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade;
até que você volte para a faculdade;
até que você perca 5 quilos;
até que você ganhe 5 quilos;
até que você tenha tido filhos;
até que seus filhos tenham saído de casa;
até que você se case;
até que você se divorcie;
até sexta à noite;
até segunda de manhã;
até que você tenha comprado um carro ou uma casa nova;
até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos;
até o próximo verão, outono, inverno;
até que você esteja aposentado;
até que a sua música toque;
até que você tenha terminado seu drink;
até que você esteja sóbrio de novo;
até que você morra;
E decida que não há hora melhor para ser feliz do que AGORA MESMO...
Lembre-se:
"Felicidade é uma viagem, não um destino".


Por aqui está tudo tranquilo, fim-de-semana chuvoso, passado vendo filmes e namorando. Assistimos Labirinto do Fauno, muito, muito bom.

E nessa semana começa a quarta temporada de Grey's Anatomy, já vi alguns videos do primeiro episódio, gostei do que vi.

No mais, era isso, sogra chegando, Be indo embora

E seja o que Deus quiser!

Obrigada amigo!

sábado, 15 de setembro de 2007

Estou aproveitando que o Be foi jogar futebol com os amigos do meu irmão para dar uma passada por aqui.
As coisas estão bem por aqui, já fomos ao hospital conversar com o médico da moeder sobre a cirurgia e a quimio que ela vai fazer.
Tenho recebido e-mails perguntando porquê vir ao Brasil, porque não fazer o tratamento na Holanda. A história é comprida, mas resumo: Aqui em Porto Alegre temos um dos melhores centros de tratamento para esse tipo de câncer no mundo, é uma das instituições consideradas referência para o tratamento e para ensaio com novas drogas. É um hospital inteirinho, especializado em doenças pulmonares.
Temos tido dias bons por aqui, ensolarados e quentes, Be tem se divertido muito na piscina do prédio, tem ido jogar futebol, temos namorado bastante. E confesso que é uma delícia chegar em casa a tardinha e encontrar ele me esperando, cheiroso, com o chima pronto para um bate-papo na varanda.
Quase me sinto casada, a naturalidade das coisas tem sido tão legal que a cada dia eu me convenço mais de que eu amo aquele serzinho (ou seria serzão?!) teimoso, loiroso e por vezes carrancudo.
Procuramos não falar muito sobre o que está para acontecer em nossas vidas, espero que esse seja mais um obstáculo para fortificar ainda mais o nosso relacionamento.
Quem vive a situação que estamos vivendo sabe o quão difícil é isso. E é um problema meio que ao avesso, já que eu vou estar aqui com a mãe dele e ele estará longe. Imagino como deva estar sendo difícil para ele.
Às vezes me dá um frio na barriga pensando nisso, uma insegurança medonha de verdade.
Mas bola para frente.
Queria agradecer a força que estou recebendo aqui pelo blog. Queria agradecer a todos, mas também em especial à Ione, pelos e-mails carinhosos, por dar o telefone do seu pai caso tenhamos alguma dificuldade com a língua, a Myrian (amiga da Sandrinha) que ofereceu sua ajuda e até seu apartamento, caso precisemos ir a São Paulo.
Queria agradecer também, a você, que deixa comentários sempre carinhosos, divertidos e a você, que mesmo sendo um leitor silencioso, lê esse diarinho da minha vida e envia por kps milhares de energias para lá de positivas.


Ter você ao meu lado foi o maior presente que os Deuses poderam me dar;
Com você aprendi que o amor é o maior dos sentidos;
Que o carinho é essencial;
Que a vida é uma dádiva de Deus;
Que cada pequeno gesto é um grande gesto;
Que o caminho certo está lá, basta querer vê-lo;
Que é possível sonhar quando já não há mais esperança;
E que na terra existem anjos, sempre dispostos a te ajudar, indicando e dando-lhe a luz para a sua vida.
Eu não sei como agradecer, pra mim você é mais do um anjo.
Obrigada amigo!!


Obrigada de verdade!
Agora deixa eu ir lá, colocar a camiseta do Grêmio do Be no varal para secar, porque amanhã tem Gre-Nal...
Desculpem o sumiço e procurem me entender...
Essa tempestade em pouco tempo passará...

Cômico

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Tem certas coisas que realmente não mudam na blogosfera.
Vamos rir que é o melhor remédio.
Como falar qualquer coisa é dar comida aos porcos, vamos ficar aqui rindo e ver até onde a barraqueira mor da blogosfera vai dessa vez.
Querida, estamos cansados! Vá malhar, vá para o tal spa, vá fazer um serviço bem feito com o seu marido.
Faça alguma coisa, o povo clama.
Vá ser feliz!

Nunca perde essa mania...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Post vai sair torto e cheio de erros, mas o que vale é a intenção né não?
Be chegou e fomos para a fronteira. Tivemos dias muito legais, tirando a viagem. Minha cunhada anda extremamente manhosa por causa da gravidez. Tivemos que viajar com ela sentada na frente e meu holandês de um metro e noventa espremido no banco de trás do carro e extremamente irritadiço porque não podia fumar.
Cunhada tendo piripaques a viagem toda. E quanto mais ela fazia manha, mais o gringo se irritava no banco de trás.
Entre as pérolas dele: "se você for ficar chata assim quando engravidar, acho melhor adotarmos".
O batizado estava ótimo, a Larinha está linda demais. Toda bonequinha, com vestido cheio de fru-frus e com mais anéis e pulseiras que cigano, muito engraçadinho!
Voltamos a Rivera. Parece que os comerciantes lá estão cada vez mais espertalhões. 20 reais um buffet livre para comer bife solado e salada não me parece um preço justo.
O aniversário de 15 anos da minha outra prima estava muito bom também. Detalhe para eu e Be chocados...Essas meninas andam usando vestidos cada vez mais curtos, parecem uns cintos...
Na minha época não era assim não! (Sentiram o momento "vejam como sou idosa"?)
Nojo dessa gente sem noção da minha família: a festa era no sábado e no domingo. Parentada queria "aproveitar o feriado". Mas custa ajudar? Não, é muito difícil, povo chegou na casa dos meus tios ainda na quinta-feira e ficaram o feriado inteiro só passando bem. Tias e primas que nem para tirar o prato sujo da mesa, enquanto minha mãe, Be e eu ajudando os donos da casa...fazendo comida, limpando, ajudando, enquanto a gentarada se sentindo em hotel, chegando pro almoço e nem aí para nós e os donos da casa que estávamos que nem loucos.
Novamente atento para o detalhe da minha cunhada: no terceiro mês de gravidez e se sentindo já perto de parir, não só não ajudando, como fazendo manha o tempo todo, só faltou querer um mucamo para ficar abanando a infeliz com folha de bananeira e dando uvas na boca...eu hein?
Ah, família, quanta alegria!
Na viagem de volta, tive que optar: ou vinha Be, ou a cunhada. Be disse que 10 horas espremido no banco de trás e sem fumar era demais para ele, que se eu escolhesse a minha cunhada ele voltaria de ônibus.
Uma delícia o meu irmão falando que era melhor a minha cunhada voltar com a gente, porque tinha muito cheiro de peixe no carro dele e a belezura poderia enjoar.
Nada que um bom dramin não resolva, né não?
Optei por Be...viemos felizes, rindo, cheios de otimismo e esperançosos com o tratamento da moeder que está para chegar.
Obviamente tivemos paradinha em motelzinho, porque ninguém é de ferro...
E sabem como é, né, meu povo...como dizem as línguas desocupadas por aí, ou eu sou freira, ou tenho amante. Então, aproveitei que estava sem hábito e o amante estava longe e mandamos ficha...
Agora deixa eu ir lá, aproveitar mais um tantão...
Acho que essa é a calmaria que precede o temporal...e pelos raios, o temporal que está para se instalar por aqui é dos bem feios...deixa nós aproveitarmos enquanto podemos...
Prometo que assim que der dou a fuçadinha básica e coloco fotinhos
Beijos a todos

Tem que ter esperanças...

domingo, 2 de setembro de 2007

Ando mais ocupada do que nunca.
Be está chegando semana que vem, estou atolada de trabalho e como se não bastasse, uma coisa chata está acontecendo na nossas vidas.
Pensei muito antes de vir aqui e contar, porque tenho experiência suficiente aqui na blogosfera para saber que quando algo ruim acontece com você, a maioria das pessoas vão ler, desejar que melhore, mas sempre tem aquelas poucas que se enaltecem internamente com a tristeza alheia.
Mas quer saber, que se lixem, estou escrevendo esse post porque quero partilhar um pouco do que acontece na minha vida com quem me quer bem.
Minha sogra está com câncer. Ela começou a ter umas dores no peito muito chatas e foi internada com insuficiência respiratória. Depois de alguns exames, acharam uma "mancha" em um dos seus pulmões. Depois de mais alguns exames, viram que é um tumor, e maligno.
Está todo mundo muito preocupado e triste.
Tive atritos com a minha sogra diversas vezes, sempre achei ela muito superprotetora com a prole, sempre cobrando dos outros atitudes que cabiam aos filhos dela, uma verdadeira leoa.
Mas e quem não conhece uma mãe que é assim? zelosa, paciente, amorosa?
Be está muito triste. Além de ser o filho mais velho, ele é realmente o mais amoroso com os pais.
Pois bem, conseguimos, aqui em Porto Alegre, um oncologista que dizem que é um dos melhores nesse tipo de câncer. Depois de muita insegurança e questionamentos, decidimos: sogrinha está vindo para cá, fazer a cirurgia, a quimio e o que mais tiver que ser feito.
Nosso maior temor é em relação a língua. Ela praticamente não fala inglês, é só holandês e alemão. Be vem mas precisará ir embora em outubro. Minha cunhada, só poderá vir em novembro, ficaremos eu e ela, um mês inteirinho juntas, cuidando dela e me virando para entender o que a "moeder" quer...
Sorte que nessas horas sempre aparece um anjo para nos salvar. Uma amiga da minha mãe, professora de alemão, se prontificou a nos ajudar com a comunicação. Penso que em casa a gente até se vira, criamos códigos para o que queremos dizer, o problema é no hospital, minha maior preocupação é que ela sinta dor, tenha alguma coisa, precise de ajuda, sei lá, e fiquemos sem entender...Essa sensação de impotência é uma coisa que anda me consumindo por dentro...
E eu tenho o meu trabalho. Como eu falei antes, mãe é mãe né não? a minha vai vir para cá todo o tempo que "moeder" estiver aqui, para me ajudar...
Espero, sinceramente, que dê tudo certo.
Era isso. Portanto, perdoem os meus sumiços, relevem as minhas faltas.
Devo fotos da viagem, fotos de Londres, histórias de viagem. Prometo que com o tempo, elas serão postadas...assim que esse temporal passar...
E feito o desabafo, vamos nos alegrar um pouquinho, não quero ninguém xoxo aqui não.
Deixo um vídeo supimpa para vocês, aqueles do tipo de assistir e se imaginar no lugar da mocinha...




De volta para casa!

domingo, 26 de agosto de 2007

Cheguei gente, podre de cansada mas estou te volta.
Foi tudo muito legal por lá, conheci lugares bacanas, passeei por Santiago (é linda, gente!) e conversei com muita gente. Conheci pessoas legais, como a filha desse amigo e investidor lá do escritório, a Manuela. A garota foi divertidíssima comigo, me levou conhecer a cidade, fizemos passeios bem legais, fomos a museus, me levou até próximo de Valparaíso, uma das visões mais belas que eu tive na vida!
Tanta coisa legal...mas tanta...
O ruim de conhecer lugares bacanas é que ficamos sempre com aquela vontade de voltar. E eu prometi voltar, agora com Be, a Manuela vai organizar um passeio bem legal, até a Patagônia Chilena.
No mais era isso, cheguei agora, larguei as malas, tomei um banho e estou indo até o meu irmão buscar os meus pimentas...estou com uma saudades deles...
Falei com a Chiquinha (sim, meu irmão coloca o telefone na orelha dela só para ouvir a minha voz), ela está bem não vomitou mais, está comendo direitinho, mas a veterinária disse que acha conveniente que façamos outros exames nela, para investigar se é só a gastrite mesmo, ou tem alguma outra coisa tirando o nosso sono ( o dela que fica miando e vomitando quando tem essas crises e o meu, que fico a madrugada inteira com ela no colo, agoniada quando isso acontece)
Ai, deixa eu passar rapidão lá na Aline, estou curiosa para ver o nosso super Junior!
Beijocas a todos e essa semana ponho minha vida nos eixos, já que semana que vem, Be está retornando...ai que delícia!
Ps: artesanato indígena é uma coisa linda né, não? Comprei uma boneca lindíssima para dar de presente para a pequena Lara...linda mesmo, super delicada, com uns bordados feitos com uma linha rústica...

Nasceu o guri!

sábado, 18 de agosto de 2007




O Junior nasceu!
Mamis Aline, portuga e bebê passam bem ^^
Aline é uma guria muito especial. Uma das pessoas que eu conheci pela blogosfera e que posso chamar de amiga. Aline é engraçadíssima, franca, sensível, de um coração enooooorme, capaz de transformar qualquer domingo sem graça em bons momentos recheados com muita risada, mesmo que enquanto isso, meu irmão esteja do lado de fora do quarto, espancando a porta porque estou atrasada para ir ao cinema.
Novinha mas super corajosa, quando descobriu que Junior tinha um probleminha nos pezinhos, tirou apenas alguns minutinhos para se entristecer e logo em seguida voltou a ser ela mesma, otimista, confiante, alto-astral.
Parabéns a Aline pelo seu filhote. E parabéns ao Junior, que, mesmo nascendo agora, talvez nem faça idéia da sorte que tenha tido em ter Aline como mãe.


Chiquinha está melhor. Desde ontem que não vomita, está comendo direitinho, tomando água e dormindo no meu colinho.
Segunda estou viajando para o Chile, passarei por algumas cidades no interior e pela capital, Santiago.
Então, até a volta!

 
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