domingo, 20 de agosto de 2006
Uma lição sobre os metrosexuais...
Tenho um colega no escritório muito gente boa. Não trabalhamos no mesmo departamento, fui apresentada a ele por causa de um trabalho que teríamos que concluir juntos e a minha função era basicamente prestar uma assessoria científica e corrigir falhas. Achei que ia ganhar um inimigo ao apontar o dedo para o que estava errado, mas me enganei, ganhei um amigo muito legal. Márcio reúne todas as qualidades para um namorado perfeito. Tem 32 anos, moreno, alto, ganha bem, dono de um carrão e um apartamento em um local nobre aqui da cidade, culto, inteligente, simpático, de bom papo e o dono do Bóris, um labrador chocolate, gordo e bonachão. Sabe cozinhar coisas sofisticadas, entende de vinhos, lê o jornal de cabo a rabo e faz trabalho voluntário em uma organização chamada "Vida Urgente", que estimula a consciência dos jovens quanto ao perigo de combinar direção e álcool. Bate ponto todos os dias em uma academia, corre no parcão pelo menos 3 vezes por semana, compra roupas de bom gosto e, apesar de ser narcisista não descuida da cabeça, 2 vezes ao mês pega um avião para Curitiba, onde faz especialização. Meiguíssimo demais, todo carinhoso, daqueles que te dão um abraço gostoso quando te encontram, sabe te ouvir, ombro amigo para quando você precisa e a melhor companhia para shopping, já que seu refinado bom gosto permite te dar sugestões sempre acertadas em relação a roupas, sapatos, cabelo...
Mas Márcio é alguém extremamente solitário. Ele ainda não achou seu espaço na selva em que vivemos. E ele me falou sobre os motivos que levam a isso.
Ele quer namorar, mas por ser muito bonito, as mulheres acham que ele é cafajeste e acabam se afastando dele. Uma noite, duas no máximo é o que ele consegue. A aparência e o bom papo faz as mulheres acharem que ele usa conversa mole com todas e assim elas não dão crédito ao moço. Ou aparecem as desesperadas por namorado, bonitinhas por fora, mas ocas demais, o que faz ele enjoar no primeiro mês.
Quando ele vai almoçar sozinho no restaurante em frente a empresa, ele permanece sozinho, porque mesmo que esteja cheio e as pessoas precisem compartilhar mesas, mulher não senta com ele, a beleza dele espanta.
Os amigos dele, ou são casados, e tentam fazer jantares para apresentar pessoas a ele, o que quase sempre não dá em nada, ou são os cafajestes insuportáveis que só querem saber de sair na noite e faturar...
Márcio está em outra fase, quer estabilidade, quer uma companheira e está decepcionado com a sua última desilusão.
Conheceu uma garota em Curitiba que fez ele balançar, inteligente, simpática. Embora só tivesse compromissos na cidade 2 vezes ao mês, estava indo todos os fins-de-semanas para lá, para encontrar a moça. Passaram 2 meses e a revelação: a menina era noiva, e ele só ficou sabendo disso porque um amigo dele conhecia a moça e alertou o Márcio.
Ele está chateado, decepcionado, como muitas mulheres já se sentiram pelo menos uma vez na vida.
Só quis contar essa história para deixar aqui um alerta às solteiras: não se deixem levar por aparências ou impressões, de repente os caras legais estão ao lado e vocês, por julgamentos errados estão deixando de ver...
Uma semana legal para todos!
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